scholarly journals Prevalência e distribuição espacial da ocorrência de helmintos em primatas não humanos de vida livre no estado do Rio de Janeiro, Brasil

2020 ◽  
Vol 72 (5) ◽  
pp. 1705-1712
Author(s):  
F.V. Pereira ◽  
F.P. Lucena ◽  
R.L. Rodrigues ◽  
L.A. Barros ◽  
C.A. Pires ◽  
...  

RESUMO Seiscentos primatas neotropicais foram submetidos a exames post mortem para avaliação da prevalência parasitária de helmintos gastrointestinais. Foram examinados 556 calitriquídeos (Callithrix spp.), 23 bugios (Alouatta guariba), 19 macacos-pregos (Sapajus nigritus), um mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) e um mico-leão-da-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas). Do total de 600 animais, foram encontrados espécimes parasitos pertencentes aos filos Acanthocephala, Nemathelmintes e Platyhelminthes (classes Trematoda e Cestoda) em 110 primatas. A prevalência de primatas positivos para, pelo menos, uma espécie de helminto foi de 18,3% (110/600), sendo destes 83,6% (92/110) calitriquídeos, 8,2% (9/110) bugios, 6,4% (7/110) macacos-pregos, 0,9% (1/110) mico-leão-dourado e 0,9% (1/110) mico-leão-da-cara dourada. Em 80,4% (74/92) dos calitriquídeos foram encontrados nematoides Primasubulura sp. e em 1,1% (1/92) nematoides Trypanoxyuris callithrix, em 26,1% (24/92) acantocéfalos (Pachysentis sp.) e em 5,4% (5/92) digenéticos (Platynosomum sp.); em 77,8% (7/9) dos bugios foram encontrados nematoides (Trypanoxyuris minutus), em 11,1% (1/9) acantocéfalos (Pachysentis sp.) e em 11,1% (1/9) cestoides (Bertiella sp.); em 14,3% (1/7) dos macacos-pregos foram encontrados nematoides (Physaloptera sp.), em 28,6% (2/7) acantocéfalos (Prostenorchis sp.) e em 14,3% (1/7) digenéticos (Platynosomum sp.) e no mico-leão-da-cara-dourada foram encontrados acantocéfalos (Prostenorchis sp.). Foi realizado o georreferenciamento dos pontos de encontro dos cadáveres para pontuar a distribuição dos helmintos por região.

2012 ◽  
Vol 9 (2) ◽  
Author(s):  
Zephyr Frank

O Oitocentos, especialmente antes da década de 1880, são vistos como um período de crescimento lento ou de estagnação de boa parte da economia brasileira. Ao longo das últimas três décadas, tal interpretação vem sendo revista por estudiosos da História Econômica, em particular com relação ao Sudeste. Este artigo utiliza inventários post mortem e outras fontes quantitativas para detectar se houve ou não crescimento real da riqueza em três localidades do Sudeste: a cidade do Rio de Janeiro, a região do Rio das Mortes, nas Minas Gerais, e a cidade de São Paulo. A evidência indica que o nível de riqueza real era mais alto à época da independência e aumentava mais rapidamente que admitiam os estudos tradicionais, focados na estagnação econômica da primeira metade do século XIX. Concomitantemente, a desigualdade econômica também aumentou. Incluíam-se entre as fontes do crescimento o melhoramento das instituições econômicas, um grande mercado de crédito informal e o incremento da demanda  centrada nas cidades e centros urbanos menores.


Afro-Ásia ◽  
2014 ◽  
pp. 135-158
Author(s):  
Marcia Cristina de Vasconcellos
Keyword(s):  

O artigo trata dos laços de compadrio e de apadrinhamento criados por escravos em Angra dos Reis, entre os anos de 1805 e 1871. Foram utilizados 3.264 registros paroquiais de crianças existentes no Convento do Carmo e na Igreja de Jacuecanga, ambos localizados em Angra dos Reis, e 220 inventários post-mortem armazenados no Museu da Justiça do Rio de Janeiro e no Arquivo Nacional. Na região, ao longo da segunda metade do século XIX, houve um decréscimo do número de escravos. Em meio às transformações econômicas e demográficas, foram observadas as opções efetuadas pelas famílias nucleares e matrifocais quanto à escolha de protetores espirituais para seus filhos.


2010 ◽  
Vol 11 (21) ◽  
pp. 74-106 ◽  
Author(s):  
João Fragoso
Keyword(s):  

Este artigo pretende contribuir para a metodologia de investigação da dinâmica social da sociedade estabelecida após a conquista da América lusa, através da análise de aspectos das estratégias de vida de escravos pardos e forros - como Efigênia Angola, Francisca Muniz e outros sujeitos sociais - nas freguesias rurais do Rio de Janeiro, ao longo do século XVIII. A análise foi desenvolvida a partir do cruzamento de informações presentes nos registros paroquiais dos batismos, nas visitações eclesiásticas e nos inventários post-mortem, na perspectiva das técnicas da história serial e da microhistória italiana.


2018 ◽  
Vol 26 (1) ◽  
pp. 47-66
Author(s):  
Cristiane Fernandes Lopes Veiga
Keyword(s):  

O objetivo deste artigo é estudar a participação da mulher viúva na economia e sociedade da capitania do Rio de Janeiro durante os 45 anos que antecederam a chegada da família real ao Brasil. Para tanto nos dedicamos à análise dos inventários post-mortem e testamentos disponíveis no Arquivo Nacional do Rio de Janeiro nos Fundos Juízo de Órfãos e no Arquivo Ultramarino, especialmente os casos em que havia a necessidade de tutores para os órfãos menores de idade. Por essa documentação observamos que muitas viúvas foram encarregadas de gerir grandes patrimônios depois de feitas as partilhas. Elas se tornaram responsáveis pela manutenção tanto de si quanto dos órfãos até sua maioridade, casamento ou emancipação.


2006 ◽  
Vol 138 (3-4) ◽  
pp. 366-370 ◽  
Author(s):  
Maria de Fátima Madeira ◽  
Armando de O. Schubach ◽  
Tânia M.P. Schubach ◽  
Sandro A. Pereira ◽  
Fabiano B. Figueiredo ◽  
...  
Keyword(s):  

2016 ◽  
Vol 35 (0) ◽  
Author(s):  
Carlos VALENCIA VILLA ◽  
Manolo FLORENTINO

RESUMO Sob constante estrangulamento por parte da Inglaterra desde 1810, o comércio negreiro para o Brasil se adaptou até o seu fim definitivo, em 1850, a um padrão de demanda das elites escravistas pautado em crescentes aquisições de crianças africanas. Semelhante movimento revela uma lógica demográfica flexível, fundada na utilização do próprio tráfico visando estender temporalmente a escravidão. A aferição de semelhante hipótese está calcada no manejo dos registros dos navios negreiros constantes do The Transatlantic Slave Trade Database: Voyages. No intuito de verificar a efetividade da ação das elites escravistas, foram igualmente analisados os inventários post-mortem de grandes proprietários rurais do Rio de Janeiro, coletados nos anos terminados em 1, 2, 3 e 5, 6, e 7 entre 1810 e 1831.


2000 ◽  
Vol 26 (2) ◽  
pp. 91
Author(s):  
Carlos A. M. Lima
Keyword(s):  

Trata-se de aspectos das migrações internas, portuguesa e açoriana, para o Rio de Janeiro no período 1786-1844 a partir de diversas séries documentais, como registros paroquiais de batismo e de casamento, inventários post mortem e passaportes. Identifica-se uma forte propensão a migrar presente no conjunto do Império Luso, intensificada pelas condições próprias à América Portuguesa.


Antíteses ◽  
2017 ◽  
Vol 10 (20) ◽  
pp. 749
Author(s):  
Claudia Eliane Parreiras Marques Martinez

O objetivo deste artigo é analisar a cultura material do professor de primeiras letras, advogado, solicitador de capelas e resíduos, curador de escravos Manoel Bernardes da Cunha Cassão, falecido em 1877, na cidade de Bonfim. Com base em seu inventário post-mortem, de um banco de dados composto por 450 documentos cartorários e outras fontes, foi possível descortinar questões pertinentes à oscilação das fortunas, à posse de escravos e terras, a relação entre o interior de Minas Gerais e a Corte do Rio de Janeiro e, principalmente, o significado e a simbologia de possuir alguns artefatos, considerados, na época, sofisticados, exóticos e luxuosos. Para a realização deste trabalho, foi necessário recorrer a alguns pressupostos da História Social e da Micro História. Tendo como referência o conceito de “excepcional normal”, de Edoardo Grendi, problematizou-se, a partir das pistas e vestígios deixados por Cassão, como os objetos e os livros localizados em sua moradia, bem como sua atuação social e política, constituíram, ao mesmo tempo, desvio e regra na sociedade oitocentista.


2008 ◽  
Vol 28 (55) ◽  
pp. 217-241 ◽  
Author(s):  
Diogo de Carvalho Cabral

O artigo procura contribuir para o adensamento da historiografia acerca das operações de extração das madeiras-de-lei, espécies de árvores particularmente propícias à construção naval e por isso legalmente reservadas à apropriação preferencial por parte da Coroa portuguesa no território colonial. O recorte espaço-temporal abarca os sertões do Recôncavo da Guanabara (Capitania do Rio de Janeiro) e, em particular, a bacia do rio Macacu no final do período colonial. Usa-se documentação variada (crônicas oficiais, descrições de viajantes, correspondência, lista nominativa de habitantes e inventário post-mortem) com o objetivo de mostrar que as relações socioeconômicas dos atores envolvidos (funcionários reais, proprietários fundiários, fabricantes, serradores etc.) entre si e com a floresta eram ditadas por negociações cotidianas que viabilizavam a 'letra fria' das leis metropolitanas.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document