scholarly journals A variação da diversidade de microcrustáceos (Cladocera e Copepoda) a jusante de pequenos reservatórios é influenciada por táxons litorâneos

2021 ◽  
Vol 111 ◽  
Author(s):  
Milena Sartori ◽  
Bárbara A. Martins ◽  
Gilmar Perbiche-Neves

RESUMO Testaram-se as hipóteses de que, assim como em reservatórios de grande áreas de superfície, volumes e vazão, em reservatórios pequenos também ocorrem a diluição gradual e contínua da riqueza, da diversidade e abundância de microcrustáceos (Cladocera e Copepoda) a jusante dos mesmos, sem a recomposição da riqueza a jusante pela falta de rios tributários, lagoas marginais e até pelo pequeno porte do riacho, sem condições para o desenvolvimento do potamoplâncton próprio do sistema. Foram estudados dois pequenos reservatórios e seus trechos a jusante, com coletas diárias a cada seis horas em oito pontos de amostragem, sendo dois lênticos e seis lóticos a jusante de cada. Foram encontradas 19 espécies (11 de Cladocera e oito de Copepoda), com destaque para o maior número de espécies litorâneas do que pelágicas, e a maior abundância de cladóceros litorâneos nos pontos a jusante dos reservatórios. Não houve diferença entre os horários, indicando que a escala espacial foi mais importante que a temporal. Houve maiores valores dos atributos ecológicos nos ambientes lênticos, porém houve aumentos significativos de riqueza e diversidade nos últimos pontos dos trechos de riacho, enquanto que a abundância diminuiu gradativamente a jusante. Não foram encontradas correlações significativas da abundância dos táxons com nenhuma variável limnológica (temperatura, pH, oxigênio dissolvido, turbidez, sólidos totais dissolvidos e transparência), indicando pouco ou nenhum efeito destas variáveis. A análise de cluster com distância euclidiana separou dois grandes grupos, o primeiro formado pelo trecho a jusante do primeiro reservatório e o segundo com os demais pontos. Além da presença dos táxons litorâneos vindos dos reservatórios, houve incremento de táxons litorâneos residentes nos riachos. Pode-se concluir que houve uma diluição da abundância das espécies a jusante dos riachos, mas a riqueza e a diversidade permaneceram estáveis devido à contribuição de táxons litorâneos.

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