scholarly journals A família Xyridaceae no município de Mucugê, BA, Brasil

Hoehnea ◽  
2013 ◽  
Vol 40 (1) ◽  
pp. 51-76 ◽  
Author(s):  
Gisele de Oliveira Silva ◽  
Maria das Graças Lapa Wanderley

O presente trabalho tem como objetivo estudar as Xyridaceae do município de Mucugê, como parte do Projeto Flora da Bahia. Mucugê localiza-se no centro do Estado da Bahia, no limite norte da Cadeia do Espinhaço, abrigando parte do Parque Nacional da Chapada Diamantina e o Parque Municipal de Mucugê. O tipo vegetacional predominante em Mucugê é o campo rupestre, um dos maiores centros de diversidade da flora brasileira. O trabalho foi baseado em coleções de herbário e novas coletas. Contém descrições, ilustrações, chaves de identificação e dados de localização geográfica dos táxons, bem como comentários taxonômicos. Foram reconhecidas 19 espécies para o município de Mucugê, pertencentes ao gênero Xyris, sendo cinco táxons endêmicos da Chapada Diamantina.

Phytotaxa ◽  
2020 ◽  
Vol 450 (2) ◽  
pp. 119-148 ◽  
Author(s):  
RICARDO PACIFICO ◽  
FRANK ALMEDA ◽  
AUGUSTO FROTA ◽  
KARINA FIDANZA

In this study we describe areas of endemism from Brazilian mountaintops associated with campo rupestre vegetation based on taxonomically verified records of Microlicieae (Melastomataceae). To test the relevance of taxonomically vetted data, we compared these areas with those recovered using records downloaded from the Global Biodiversity Information Facility (GBIF) website. A total of 12 areas of endemism are recognized and described, of which only eight (66%) were retrieved using GBIF data. With 1º and 0.5º cells, analyses of GBIF data didn’t detect both individual and consensus areas of endemism with Endemicity scores as high as analyses of taxonomically verified data. Records based on misidentified specimens and/or incorrect coordinates affected the detection of areas of endemism using GBIF data. Our results show that taxonomically verified data may improve the efficiency of areas of endemism identification. Besides, the results suggest that the recovery of stable and continuous areas of endemism may be improved by using larger cells and adopting the loose criterion rule to merge individual areas of endemism into consensus areas. Biogeographically, the results indicate that the evolutionary histories of Chapada Diamantina, Southern Espinhaço and Brazilian Central Plateau were related to the radiation of Microlicieae, especially the genera Lavoisiera, Microlicia, and Trembleya. The expansion of areas of endemism in the Cadeia do Espinhaço was probably accelerated by climatic instability and glaciation cycles from Pliocene to Pleistocene.


Author(s):  
Hémilly Marques Seixas

A região do Semiárido ocupa ca. 900.000 Km2, incluindo parte dos Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais, correspondendo basicamente à delimitação do Bioma Caatinga (Queiroz et al. 2006). Essa região é bastante heterogênea e no centro da Bahia inclui a Chapada Diamantina, que representa a porção norte da Cadeia do Espinhaço. O principal tipo de vegetação da Chapada é o campo rupestre, que se desenvolve acima de 900m, composto basicamente por plantas herbáceas e arbustivas; mas outros tipos de vegetação também são encontrados, como florestas nas encostas das montanhas e caatingas nas áreas mais baixas (Giulietti et al. 1997). Muitos estudos florísticos vêm sendo realizados nessa região, com grande número de gêneros e espécies endêmicas, além de frequentes novas espécies e novos registros de ocorrência (Zappi et al. 2002; Rapini et al. 2008).Cyperaceae é uma família de monocotiledôneas inserida na ordem Poales (APG 2016). É bem representada na Chapada Diamantina e inclui ervas rizomatosas, com caule triangular, bainhas fechadas, sem lígula e folhas frequentemente formando rosetas na base das plantas; as inflorescências ocorrem em complexos arranjos de espiguetas, normalmente subtendidas por brácteas (Judd et al. 2009). Ocorre especialmente em lagoas temporárias e outros ambientes úmidos ou alagados, incluindo as subfamílias Mapanioideae e Cyperoideae, diferenciadas por unidades reprodutivas (Monteiro 2015).Com distribuição cosmopolita, Cyperaceae inclui ca. 5.000 espécies (Oliveira et al., 2011) e para o Brasil foram citados 39 gêneros e 667 espécies, sendo 177 endêmicas. Esses dados têm sido continuamente revisados, e atualmente, segundo o Flora do Brasil 2020, são registrados 32 gêneros e 667 espécies, dos quais 21 gêneros e 288 espécies ocorrem no Nordeste. Destes, 20 gêneros e 257 espécies são citadas para a Bahia, sendo 11 gêneros e 65 espécies listadas para áreas cobertas por vegetação de campo rupestre (Flora do Brasil 2020, em construção). Entretanto, não existem informações consistentes sobre a família Cyperaceae na Chapada Diamantina, o que justificou a realização do presente trabalho.Estudos taxonômicos e florísticos envolvendo Cyperaceae no Brasil são desejáveis, uma vez que existem muitas coleções em herbário sem qualquer identificação além de espécies com morfologias muito variáveis (Luceño & Alves 1997), causando confusões taxonômicas. Muitas dessas coleções foram feitas no Semiárido, cuja flora conhecidamente tem grande potencial para estudos nesse sentido.Assim, a fim de ampliar o conhecimento a respeito da família na região, o presentetrabalho representa um importante ponto de partida, enfocando amostras oriundas daChapada Diamantina, uma vez que a família é muito numerosa no Semiárido como umtodo. Outro grande objetivo é incentivar a formação de mais um taxonomista nessegrupo, que carece de especialistas tanto na Bahia quanto no Nordeste.


Rodriguésia ◽  
2015 ◽  
Vol 66 (3) ◽  
pp. 675-683 ◽  
Author(s):  
Abel Augusto Conceição ◽  
Fabiciana da Hora de Cristo ◽  
Alex de Almeida dos Santos ◽  
Juliana Barbosa dos Santos ◽  
Emile Lemos Freitas ◽  
...  

ResumoCampos rupestres constituem uma vegetação típica de montanhas da Cadeia do Espinhaço e com elevado grau de endemismo de plantas, contendo algumas áreas com histórico de perturbações por garimpo e pisoteio. O presente estudo foca em duas perguntas principais: 1) Campos rupestres que foram perturbados pelo garimpo há cerca de 15 anos atrás possuem composição florística e estrutura similares a áreas sem perturbação? 2) A riqueza e abundância de espécies exóticas invasoras e de espécies nativas de ampla distribuição tendem a ser mais elevadas nessas áreas garimpadas ou pisoteadas? Quatro campos rupestres foram amostrados em Igatu, Andaraí, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil: dois onde a atividade de garimpo cessou há 15 anos, um sob perturbação atual por pisoteio, mas sem histórico de garimpo e outro em uma área conservada (vegetação amostrada por 16 parcelas de 10x10 m, quatro em cada área). A distribuição geográfica das espécies foram determinadas com base na literatura e análises de classificação e ordenação foram feitas. A composição florística dos campos rupestres foi afetada pelas perturbações, mas apenas a perturbação por garimpo teve efeito marcante sobre a estrutura da vegetação. Espécies de ampla distribuição mais generalistas e a espécie invasora Melinis minutiflora P.Beauv. foram restritas às áreas perturbadas, mostrando a necessidade de monitoramento de espécies invasoras nas áreas garimpadas do Parque Nacional da Chapada Diamantina.


Rodriguésia ◽  
2016 ◽  
Vol 67 (1) ◽  
pp. 125-202 ◽  
Author(s):  
Nádia Roque ◽  
Edlaine C. de Oliveira ◽  
Lúcia Moura ◽  
Aline S. Quaresma ◽  
Helen A. Ogasawara ◽  
...  

Levantamentos florísticos de Asteraceae na Cadeia do Espinhaço têm confirmado uma significante riqueza de espécies e de endemismos dessa família para as vegetações campestres. O presente trabalho tem como objetivo realizar um inventário florístico de Asteraceae no município de Mucugê, Bahia, oferecendo subsídios para o reconhecimento da família na região. As coletas têm sido realizadas na região há pelo menos uma década e meia cobrindo grande parte da área do Município. Foram estudados também os materiais provenientes dos herbários ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS, MBM, NYBG, RB, SP, SPF e UB. A família Asteraceae está representada em Mucugê por 18 tribos, 78 gêneros e 167 espécies. As tribos com maior número de espécies são Eupatorieae (49 spp.), Vernonieae (46 spp.), Astereae (18 spp.) e Heliantheae (11 spp.). Dos gêneros registrados, cinco são monoespecíficos (Pseudostifftia, Platypodanthera, Bahianthus, Conocliniopsis e Prolobus) e cinco são endêmicos da Bahia (Pseudostifftia, Stylotrichium, Lasiolaena e Semiria). Dentre os gêneros com maior riqueza, destacam-se Baccharis (17 spp.), Lychnophora (11 spp.), Mikania (10 spp.), Lepidaploa e Lessingianthus (7 spp.) cada. São apresentadas chaves de identificação para as tribos, gêneros e espécies, comentários taxonômicos e distribuição geográfica para cada táxon, além de ilustrações e fotos.


2003 ◽  
Vol 17 (1) ◽  
pp. 49-70 ◽  
Author(s):  
Reyjane Patrícia de Oliveira ◽  
Hilda Maria Longhi-Wagner ◽  
Ana Maria Giulietti

É apresentado o levantamento das espécies do gênero Ichnanthus P. Beauv. (Poaceae) presentes na Chapada Diamantina, parte norte da Cadeia do Espinhaço, situada na região central do Estado da Bahia, Brasil. O trabalho foi feito com base em estudo de espécimes de herbários, coletas intensivas e análise das populações no campo. Foi confirmada a ocorrência de nove espécies que habitam geralmente bordas de matas (I. leiocarpus, I. nemoralis e I. pallens), algumas das quais presentes também nos campos rupestres e cerrados (I. bambusiflorus, I. calvescens, I. dasycoleus, I. inconstans e I. procurrens), ou predominando nestes, sendo apenas uma restrita a áreas de caatinga (I. zehntneri). Este trabalho apresenta chave analítica para a identificação das espécies, descrições e ilustrações das mesmas, além de comentários taxonômicos e ecológicos.


Author(s):  
Rebeca Santos Vieira da Silva

A família Melastomataceae é a sexta mais importante entre as angiospermas doBrasil (Goldenberg et al. 2012) e na Chapada Diamantina é encontrada em florestasciliares (principalmente em afloramentos rochosos), em campo rupestre, cerrado ecaatinga (Ribeiro-Filho 2009, Freitas et al. 2016).Para este estudo foi selecionadaTibouchina pereirae Brade & Markgr., uma espécie com hábito arbustivo, endêmica daBahia (Freitas et al. 2016).


Rodriguésia ◽  
2019 ◽  
Vol 70 ◽  
Author(s):  
Laís Couto Zeferino ◽  
Rubens Teixeira de Queiroz ◽  
Juliana Gastaldello Rando ◽  
Matheus Martins T. Cota ◽  
Isabella Fernandes Fantini ◽  
...  

Resumo O gênero Chamaecrista possui distribuição pantropical e está bem representado na flora brasileira, principalmente em campos rupestres e matas ciliares. No Brasil são encontradas 256 espécies, sendo que 149 delas aparecem somente em Minas Gerais, o que corresponde mais da metade da diversidade do gênero no país. A área selecionada para o estudo, o Parque Estadual do Rio Preto (PERP), pertence à Cadeia do Espinhaço. A vegetação é composta principalmente por fitofisionomias de Cerrado e Campo rupestre existindo também áreas de matas ciliares e de galerias. O estudo em questão teve como objetivo realizar o levantamento florístico e um estudo taxonômico de Chamaecrista no PERP, abrangendo chave de identificação das espécies e descrições taxonômicas das mesmas. As coletas foram realizadas dentro de um período de dois anos, por meio de caminhadas assistemáticas. O material coletado foi identificado e depositado na coleção do Herbário OUPR. Foram coletados e descritos 19 táxons que compreendem às seções Absus, Chamaecrista e Xerocalyx.


Phytotaxa ◽  
2020 ◽  
Vol 447 (3) ◽  
pp. 149-162
Author(s):  
ANDREZA O. MATOS ◽  
JOSEANE S. CARNEIRO ◽  
IASMIN L. C. OLIVEIRA ◽  
KELLY R. B. LEITE ◽  
CHRISTIAN SILVA ◽  
...  

Dichanthelium is a genus belonging to the family Poaceae, included in the subfamily Panicoideae. It is widely distributed on the American continent, from Canada to Argentina. In Brazil, several species are endemic, mainly to the Chapada Diamantina, the Bahian portion of the Espinhaço range. One of them, D. cumbucana, has a problematic circumscription. During the preparation of a taxonomic account of Dichanthelium for Bahia, we found some specimens from Morro do Chapéu, a municipality of the northern portion of Chapada Diamantina, to be similar to D. cumbucana, but with distinguishing features. After morphological, anatomical and scanning electron microscopy (SEM) analyses, we found significant differences in the vegetative and reproductive characters of these specimens. Based on these data, we consider these specimens to be part of an independent taxon, herein described as the new species D. arenicola, which is only known from areas of sandy soils associated with “campo rupestre” vegetation. We also provide illustrations, data on habitat and distribution, as well as a conservation status assessment for the new species.


Phytotaxa ◽  
2017 ◽  
Vol 308 (2) ◽  
pp. 283 ◽  
Author(s):  
VIVIAN OLIVEIRA AMORIM ◽  
NÁDIA ROQUE

Stylotrichium is a small genus in which all the five species are restricted to the rocky field vegetation (campo rupestre) in Chapada Diamantina, Bahia state, Brazil. From recent field collections in the area we have recognized a new species based on morphology. Stylotrichium hortensiae is distinguished by laminae oblanceolate to oblong (3.5–8 × 1–3 cm), greater number of flowers (35–45), anther connective appendage as long as wide, style 6.5 mm long, and pappus 1–1.5 mm long. A species description, illustrations, a key to the species, comments, and a distribution map are provided.


Rodriguésia ◽  
2012 ◽  
Vol 63 (4) ◽  
pp. 883-927 ◽  
Author(s):  
Cláudia Araújo Bastos ◽  
Cássio van den Berg

Este trabalho apresenta um estudo florístico das Orchidaceae de Morro do Chapéu, município pertencente à Chapada Diamantina e localizado no estado da Bahia, Brasil. Cinquenta e três espécies distribuídas em 29 gêneros foram reconhecidas no presente trabalho. Dentre os gêneros mais diversos no município destacam-se Epidendrum (cinco espécies), Gomesa (cinco), Encyclia (quatro), e Habenaria (quatro). Morro do Chapéu apresentou 25 espécies exclusivas quando comparado com outros levantamentos regionais da Chapada Diamantina, contribuindo com quatro novos registros para esta área (Galeandra beyrichii, Gomesa barbata, Habenaria josephensis e Prescottia oligantha). Quinze espécies listadas neste levantamento não ocorrem nas outras áreas do leste brasileiro comparadas, estando distribuídas apenas ao longo da Cadeia do Espinhaço. Diferenças no tipo vegetacional, extensão territorial, grau de antropização e amostragem parecem interferir na similaridade florística dessas áreas. São apresentados chave de identificação, descrições, ilustrações e comentários sobre as espécies.


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