scholarly journals A escrita engajada de Pagu contra a opressão de classe social, gênero e raça em Parque Industrial

Author(s):  
Francielie Moretti ◽  
Felipe Dos Santos Matias
Keyword(s):  

O presente artigo apresenta um estudo analítico da obra Parque Industrial (1933), da escritora Patrícia Rehder Galvão (1910-1962), popularmente conhecida como Pagu, dialogando com as considerações teórico-críticas sobre engajamento propostas pelo filósofo francês Jean-Paul Sartre, em Que é a literatura? Pagu faz uma crítica ao intenso processo de industrialização desumanizadora característico das primeiras décadas do século XX no Brasil, especialmente na cidade de São Paulo, evidenciando o abismo entre os privilégios usufruídos pela classe dominante e a miséria vivida pelos trabalhadores. A partir da análise realizada, pode-se dizer que a narrativa de Parque Industrial expõe os dramas vividos pelo proletariado no sistema capitalista, explorado à exaustão. A obra realiza também uma problematização a respeito do feminismo burguês no país, que tendo como principais pautas o sufrágio feminino e o direito das mulheres ao trabalho, mostrava-se alheio à realidade vivenciada pelas proletárias, principalmente em relação ao racismo enfrentado pelas mulheres negras.

2019 ◽  
Vol 23 (2) ◽  
pp. 187-197
Author(s):  
Edmon Neto de Oliveira ◽  
Rosangela Machado Pereira Malvaccini

Este artigo tem por objetivo transitar pela obra poética do escritor brasileiro Alberto Pucheu, levantando um perfil de escrita que se manifesta desde as suas primeiras publicações até as mais recentes, como a que consta do poema “É preciso aprender a ficar submerso”, analisado a partir de abordagem cujo foco se concentra na relação entre literatura e imagem, sendo o vídeo produzido pela artista Danielle Fonseca (2015) o objeto de comparação, além da abordagem imanente concentrada nos aspectos internos ao texto.  Palavras-chave: Poesia. Imagem. Pensamento. Intermidialidade. Alberto Pucheu. Referências AGAMBEN, Giorgio. Estâncias: a palavra e o fantasma na cultura ocidental. Tradução Selvino José Assmann. Belo Horizonte: UFMG, 2007. BAUDRILLARD, Jean. Simulacros e simulação. Tradução Maria João da Costa. Lisboa: Relógio d’Agua, 1991. BOURRIAUD, Nicolas. Pós-produção: como a arte reprograma o mundo contemporâneo. São Paulo: Martins Fontes, 2009. CARLOS, Erasmo. Meus lados B. Produção André Midani, CD/DVD/Blu-Ray, Coqueiro Verde, 2015. CICERO, Antônio. Poesia e filosofia. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2012. CORTEZ, Clarice Zamonaro; RODRIGUES, Hermes Rodrigues. Operadores de leitura da poesia. In: BONICI, Thomas; ZOLIN, Lúcia Osana (orgs.) Teoria literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. 4 ed. Maringá: Eduem, 2019. p. 63-84. COSTA, Gal. Divino maravilhoso. Produção Manoel Barenbein, CD, 39’28”, Philips, 1969. FONSECA, Danielle. É preciso aprender a ficar submerso. Out. 2015. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jGwY2daOJGs. Acesso em: 24 maio 2019. KLINGER, Diana. Poesia, documento, autoria. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n. 55, set./dez. 2018. p. 17-33. MONTEIRO, André. É preciso aprender a ficar (in)disciplinado. Disponível em: http://www.albertopucheu.com.br/pdf/ensaios/eprecisoaprenderaficarindisciplinado_andremonteiro.pdf. Acesso em: 21 maio 2019. MONTEIRO, André; NETO, Edmon. Poesia e prosa porosas: um manifesto de Alberto Pucheu em favor da criação. Signótica, Goiânia, v. 29, n. 1, p. 242-258, 2017. NIETZSCHE, Friedrich W. Das três metamorfoses. In: ______. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém. Tradução Mário da Silva. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010. p. 51-53. OLIVEIRA, Edmon Neto de. Em busca de um paradigma para a relação entre o surfista e o piloto do surfista ou Tradução monstruosa de um arranjo de Alberto Pucheu. Fórum de literatura brasileira contemporânea, Rio de Janeiro, v. 10, p. 133-156, 2018. PESSOA, Fernando. Navegar é preciso. In: ______. Fernando Pessoa: poesias. Porto Alegre: L&PM Pocket, 1997. p. 13. PUCHEU, Alberto. A fronteira desguarnecida (Poesia reunida 1993-2007). Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2007. ______. É preciso aprender a ficar submerso. In: ______. Mais cotidiano que o cotidiano. Rio de Janeiro: Azougue, 2013. p. 11-12. ______. Giorgio Agamben: poesia, filosofia, crítica. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2010. ______. O dia em que Gottfried Benn pegou onda. Floema: caderno de teoria e história literária, Vitória da Conquista, n. 8, p. 107, out. 2017. SARTRE, Jean-Paul. A imaginação. Porto Alegre: L&PM, 2008. TODOROV, Tzvetan. A literatura em perigo. Tradução Caio Meira. Rio de Janeiro: DIFEL, 2009. VILLA-FORTE, Leonardo. Escrever sem escrever: literatura e apropriação no século XXI. Rio de Janeiro: PUC-Rio; Belo Horizonte: Relicário, 2019.


2019 ◽  
Vol 23 (2) ◽  
pp. 88-100
Author(s):  
Maria Aparecida de Fátima Miguel ◽  
Carla Francine da Silva Reis

Este artigo objetiva realizar uma abordagem sobre a produção de Marina Colasanti e a análise do conto “A moça tecelã” apontando na obra os traços do feminismo. Abordaremos o movimento e os momentos cruciais para a conquista dos direitos das mulheres, sobretudo o de usufruir, em igualdade, dos mesmos delegados aos homens. Serão abordadas as fases pelas quais passaram o feminismo, quando então as mulheres lutavam por carga igualitária de trabalho bem como salários equivalentes, além da busca pelo direito ao voto. Em última instância será feita a análise do conto supracitado. Como pressupostos teóricos foram utilizados críticos a citar Jung (1875) Beauvoir (1908), Sartre (1905), Coelho (1922), Oliva (2011), entre outros.  Palavras-chave: Mariana Colasanti. Literatura de Autoria Feminina. Interdiscursividade. A moça tecelã. Referências BRAITH, Beth (org.). Bakthin: outros conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2006. BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo:fatos e mitos. Tradução Sérgio Milliet. SãoPaulo: Nova Fronteira, 1980. v. 1. ______. O segundo sexo: a experiência vivida. Tradução Sérgio Milliet. São Paulo: Nova Fronteira, 1980. v. 2. CHEVALIER Jean; GHEERBRANT Alain. Dicionário de símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012. COELHO, Nelly Novaes. Dicionário crítico da literatura infantil e juvenil brasileira. 5. ed. São Paulo: Nacional, 2006. COLASANTI, Marina. Os doze reis e a moça no labirinto do vento. 12. ed. São Paulo: Global, 2015. ______. A nova mulher. Rio de Janeiro: Nórdica, 1990. ______. Contos de amor rasgados (contos). Rio de Janeiro: Rocco, 1986. ______. Gargantas abertas (poesia). Rio de Janeiro: Rocco, 1998. ______. Intimidade pública (coletânea de artigos). Rio de Janeiro: Rocco, Nórdica, 1980. ______. Hora de alimentar serpentes (contos). São Paulo: Global, 2013. ______. Mulher daqui pra frente (coletânea de artigos).Rio de Janeiro: Nórdica, 1981. ______. O leopardo é um animal delicado (contos). Rio de Janeiro: Rocco, 1998. ______. Uma ideia toda azul (contos de fadas). Rio de Janeiro: Nórdica, 1979. GOMES, Anderson. E por falar em mulheres: relatos, intimidades e ficções na escrita de Marina Colasanti. 2004.109 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004. JUNG, Carl Gustav. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. São Paulo: Vozes, 2011. ______; HENDERSON, Joseph L.; FRANZ, M. L. von et al. O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1964. OLIVA, Ângela Simoni Ronqui. A representação da violência contra a mulher em alguns contos de Marina Colasanti. 2011. 124 f. Dissertação ( Mestrado em Letras: Estudos Literários) - Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2011. OLIVEIRA. Tássia Tavares de. A poesia itinerante de Marina Colasanti: questões de gênero e literatura. 2013. 157 f. Dissertação ( Mestrado em Letras) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2013. SARTRE, Jean Paul. O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica. São Paulo: Vozes, 2002.


2020 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
Author(s):  
Gustavo Henrique da Silva Lima
Keyword(s):  

O presente artigo tem como objetivo refletir sobre as formas de planificação do agir didático com gêneros por professores. Para tal, tomamos como referência a noção de agir didático de Silva (2013) e as discussões teóricas e resultados das pesquisas sobre ensino de gênero apresentadas na coletânea organizada por Schneuwly e Dolz (2004). As colaboradoras desta pesquisa foram 02 (duas) professoras da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco. Os resultados apontam para a ocorrência de algumas formas comuns de planificação do agir didático com gênero nas práticas de ensino das duas professoras. Verificamos, ainda, uma preocupação das docentes com a sistematização dos gêneros, com ênfase, sobretudo, nas suas dimensões constitutivas, ou seja, seus aspectos temáticos e composicionais. ANGROSINO, Michael. Etnografia e observação participante. Porto Alegre: Artmed, 2009.BRONCKART, Jean-Paul.O agir nos discursos: das concepções teóricas às concepções dos trabalhadores. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2008.BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de Linguagem, discurso e desenvolvimento humano. Campinas: Mercado de Letras, 2006._______.  Atividades de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. São Paulo: EDUC, 1999.BUENO, Luzia. Os gêneros jornalísticos e os livros didáticos. Campinas, São Paulo: Mercado de Letras, 2011.CELANI, Maria Antonieta Alba. Questões de ética na pesquisa em Linguística Aplicada. In: Linguagem & Ensino. Vol. 8, nº 1, 2005. 21p.CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. 2 ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2008, 144 p.DOLZ, Joaquim; GAGNON, Roxane; DECÂNDIO, Fabrício. Uma disciplina emergente: a didática das línguas. In.: NASCIMENTO, Elvira Lopes (Org). Gêneros textuais: da didática das línguas aos objetos de ensino. São Carlos: Claraluz, 2009. p. 19-50._______; NOVERRAZ, Michèle e SCHNEUWLY, Bernard. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, Bernard. DOLZ, Joaquim. Gêneros Orais e Escritos na Escola. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004. pp. 95-128._______ ; SCHNEUWLY, Bernard e DE PIETRO, Jean-François. Relato da elaboração de uma sequência: o debate público. In:  SCHNEUWLY, Bernard. DOLZ, Joaquim. Gêneros Orais e Escritos na Escola. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004. pp. 247-275.LAGE, Nilson. Estrutura da Notícia. São Paulo: Ática, 2006.LIMA, Gustavo Henrique da Silva. O que eu ensino quando ensino gêneros? Um estudo sobre as ressignificações do agir didático do professor de língua portuguesa. Tese de Doutorado em Letras (Linguística). Recife: PPGL/UFPE, 2016.LUSTOSA, Elcias. O texto da notícia. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1996.MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção Textual, Análise de Gêneros e Compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim.  Os gêneros escolares – das práticas de linguagem aos objetos de ensino. In: _______; _______. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004. pp. 71-94.SILVA, Carla Messias Ribeiro da. O agir didático do professor de língua portuguesa e sua reconfiguração pelos professores. (Tese de doutorado). São Paulo: PUC/SP, 2013.


Trama ◽  
2019 ◽  
Vol 15 (35) ◽  
pp. 79-86
Author(s):  
Julia Cristina GRANETTO-MOREIRA

A Tecnologia de Comunicação Digital vem se inserindo de forma crescente no cotidiano escolar, com isso, surge a necessidade de discutir sobre os materiais didáticos digitais que estão sendo elaborados, selecionados e apresentados aos estudantes, chamados neste trabalho de Objetos Digitais de Aprendência. Frente a isso, o intuito principal deste artigo é refletir sobre os Objetos Digitais de Aprendência procurando considerá-los como gênero do discurso. Apresentando o conceito, a função, os aspectos e características importantes no momento de elaborar ou selecionar um Objeto digital. As bases teóricas deste estudo fundamentam-se à luz da teoria dos gêneros do discurso de Bakhtin e outros autores que discutem sobre os Objetos Digitais de Aprendência e do momento da Cibercultura que estamos vivenciando. Referências:BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. Trad. Anna Maria Machado, Péricles Cunha. São Paulo: EDUC, 2003.COMARELLA, Rafaela Lunardi. Gênesis - gestão de objetos digitais de ensino-aprendizagem: construindo um modelo. Tese (Doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento, 2015.CASTELLS, Manuel; CARDOSO, Gustavo (Orgs.). A Sociedade em Rede: do conhecimento à ação política; Conferência. Belém (Por): Imprensa Nacional, 2005.CATAPAN, Araci Hack. Tertium: o novo modo do ser, do saber e do apreender: Construindo uma Taxionomia para Mediação Pedagógica em Tecnologia de Comunicação Digital. Tese (Doutorado em Mídia e Conhecimento). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, 2001.DAL MOLIN, Beatriz Helena. Do Tear à Tela: uma tessitura de linguagens e sentidos para o processo de aprendência. Florianópolis, 2003, 237 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção), Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis – SC, 2003.______. Mapa referencial para construção de material didático para o Programa e-Tec Brasil [et al.] – Florianópolis: UFSC, 2008.GRANETTO, Julia Cristina. XANADU: Hipertextualidade, Objetos Digitais De Ensino-Aprendizagem em Língua Espanhola, Formação Continuada dos Professores – Interfaces, 2014, 119 f. Dissertação (Mestrado em Letras), Programa de Pós-Graduação em Letras, UNIOESTE, Cascavel – PR, 2014.LÉVY, Pierre. A inteligência coletiva: por uma antropologia no ciberespaço. 3ª.Edição. São Paulo: Editora Loyola, 1999.______. As tecnologias da inteligência. Rio de Janeiro: Editora. 34, 2004.MOTTER, Rose Maria Belim. MY WAY: um método para o ensino-aprendizagem para língua inglesa. 2013. 281f. Tese. (Doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento), Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento, UFSC, Florianópolis - SC, 2013.NEVEN, F; DUVAL, E. Reusable learning objects: a survey of LOM-based Repositories. In: ACM INTERNATIONAL CONFERENCE ON MULTIMEDIA, Juan-les-Pins. Proceedings: ACM, 2002.RODRIGUES, Rosângela Hammes. PEREIRA, Rodrigo Acosta. Perspectivas atuais sobre gêneros do discurso no campo da lingüística. Revista Eletrônica de Divulgação Científica em Língua Portuguesa, Lingüística e Literatura. Ano 05 n.11 - 2º Semestre de 2009.RONCARELLI, Dóris. ÁGORA: concepção e organização de uma taxionomia para análise e avaliação de Objetos Digitais de Ensino-Aprendizagem. Florianópolis, 2012, 288 f. Tese (Doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento), Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento, UFSC, Florianópolis – SC, 2012.SILVA, Lúcia. Edna; CAFÉ, Lígia; CATAPAN, Araci. Hack. Os objetos educacionais, os metadados e os repositórios na sociedade da informação. In: Ciência da informação. Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia.v. 1, n. 1 (1972) – Brasília, 1972. Ci, Inf. Brasília, DF, v. 39 n. 3, p. 93-104, set./dez. 2010.XAVIER, Antonio Carlos dos Santos. Letramento digital e ensino. In: Carmi Ferraz Santos e Márcia Mendonça. (Org.). Alfabetização e Letramento: conceitos e relações. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. p. 133-148. Disponível em: http://www.ufpe.br/nehte/artigos/Letramento%20digital%20e%20ensino.pdfWILEY, D. A. Connecting learning objects to instructional design theory: A definition, a metaphor, and a taxonomy. 2000. Disponível em: http://www.reusability.org/read/.  Recebido em 27-12-2018.Aceito em 26-03-2019.


2019 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
pp. 167-179
Author(s):  
Heraldo Aparecido Silva ◽  
Maristane Maria dos Anjos

Resumo: O presente artigo se fundamenta na abordagem pragmatista do filósofo norte-americano Richard Rorty sobre o uso da narrativa do gênero documentário. Pois trata da análise e apresentação de possibilidades de ensino contextualizado de temas de Filosofia a partir do documentário Tarja Branca - A Revolução Que Faltava. Deste modo, iniciamos com a ênfase no uso de documentários como ferramenta de sensibilização e, portanto, contextualização do ensino. Em seguida, elencamos argumentos e discussões acerca do modo de vida estandardizado da sociedade capitalista contemporânea à luz do documentário e dos respectivos temas de Filosofia: Sociedade Disciplinar, Sociedade de Controle, Liberdade versus Determinismo. Cada tema filosófico apresenta uma articulação com o documentário, textos e atividade sugeridas. Palavras-chave: Ensino de Filosofia. Pragmatismo. Documentário. Abstract: The present article is based on a pragmatic approach of the American philosopher Richard Rorty about the use of narrative of the documentary genre. For it, deals with the analysis and presentation of contextualized teaching possibilities of Philosophy themes from Tarja Branca documentary. In this way, we started by emphasizing the use of documentaries as an awareness tool and, therefore, a contextualization of teaching. Next, we list arguments and discussions about the standardized way of life of contemporary capitalist society at the light of the documentary and the respective Philosophy themes: Disciplinary Society, Control Society, Liberty versus Determinism. Each philosophical theme presents an articulation with the documentary, texts and suggested activity. Keywords: Philosophy Teaching. Pragmatism. Documentary.   REFERÊNCIAS BOMENY, Helena. et al. Tempos Modernos, Tempos de Sociologia. São Paulo: Editora do Brasil, 2013. BRITTO, Sérgio. Epitáfio. 2001. Disponível em: https://www.letras.com.br/titas/epitafio. Acesso em: 7 jul. 2018. DELEUZE, Gilles. Conversações. Tradução de Peter Pál Pelbart. São Paulo: Editora 34, Coleção TRANS, 1992. FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da Prisão. Rio de Janeiro: Vozes, 2014. GHIRALDELLI JR., Paulo. Richard Rorty: a Filosofia do Novo Mundo em Busca de Mundos Novos. Rio de Janeiro: Vozes, 1999. HUME, David. Tratado da Natureza Humana. Tradução de Débora Danowski. São Paulo: Editora UNESP, 2009. KANT, Imannuel. O que é o esclarecimento? In: KANT, Imannuel. Textos Seletos. Tradução de Floriano de Souza Fernandes. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2010. MEIRELES, Cecília. Escolha Seu Sonho. Rio de Janeiro: Editora Record, 2002. NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Editora Companhia de Bolso, 2012. RORTY, R. Philosophy and the mirror of nature. Oxford: Blackwell, 1979. RORTY, R. Objectivity, relativism, and truth: philosophical papers volume I. Cambridge: Cambridge University Press, 1991. RORTY, R. Philosophy and Social Hope. London: Penguin, 1999. RORTY, R. Contingência, Ironia e Solidariedade. São Paulo: Martins Fontes, 2007. ROUSSEAU, Jean Jacques. Emílio ou da Educação. 1. ed. Tradução de Laurent de Saes. São Paulo: Edipro, 2017. SARTRE, Jean Paul. O Existencialismo é um Humanismo. Tradução de Vergílio Ferreira. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Coleção Os Pensadores). TARJA BRANCA: A revolução que faltava. Direção: Cacau Rhoden. Produção: Juliana Borges. Elenco: Antonio Nóbrega, Domingos Montagner, José Simão, Wandy Doratiotto. Roteiro: Marcelo Negri. Brasil: Maria Farinha Filmes, 2014. DVD (80 min.), color.


2020 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
Author(s):  
Cleide Beatriz Tambosi Pisetta ◽  
Isabela Vieira Barbosa ◽  
Adriana Fischer

As tecnologias digitais estão diariamente na vida das pessoas e vêm colaborando com a aprendizagem de outras línguas. O objetivo deste trabalho é depreender usos de tecnologias digitais em práticas de letramentos com língua inglesa por estudantes do ensino médio. Através de capturas de tela de redes sociais e bate-papo dos jogos, bem como entrevistas semiestruturada em grupo. Foi possível analisar interações dos estudantes do ensino médio com colegas de outros países, posicionamentos acerca do uso do inglês dentro e fora da escola, bem como indícios das condições escolares do ensino de língua inglesa. As análises dos dados baseiam-se em enfoques dos Estudos dos Letramentos e das tecnologias digitais, os quais reconhecem o valor das novas tecnologias não apenas em sala de aula, mas também em práticas vernaculares. Para os sujeitos da pesquisa, a aprendizagem que ocorre dentro do ambiente virtual, especificamente nos jogos online, se caracteriza como como autônoma e interativa, enquanto as práticas em sala de aula são percebidas como as que oportunizam a aprendizagem da escrita padrão do inglês. Entretanto, apesar de os estudantes apontarem a escola e a internet como distantes, os sujeitos não negam as contribuições da escola na aprendizagem da língua inglesa, porém não estabelecem uma ligação entre as práticas vernaculares dos jogos online e das práticas dominantes escolares.   ALIAGAS, Marin C.; CASTELLÀ, Josep Maria.; CASSANY, Daniel. “Aunque lea poco, yo sé que soy listo. Estudio de caso sobre un adolescente que no lee literatura”, en Revista Ocnos, n. 5, 2009, p. 97-112.BAILLY, Sophie. Supporting Autonomy Development in Online Learning Environments: What Knowledge and Skills do Teachers Need? In: VILLANUEVA, M.; RUIZ, M.-N.; LUZON, J. (Ed.) 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Crisis ◽  
2014 ◽  
Vol 35 (1) ◽  
pp. 5-9 ◽  
Author(s):  
Daniel Hideki Bando ◽  
Fernando Madalena Volpe

Background: In light of the few reports from intertropical latitudes and their conflicting results, we aimed to replicate and update the investigation of seasonal patterns of suicide occurrences in the city of São Paulo, Brazil. Methods: Data relating to male and female suicides were extracted from the Mortality Information Enhancement Program (PRO-AIM), the official health statistics of the municipality of São Paulo. Seasonality was assessed by studying distribution of suicides over time using cosinor analyses. Results: There were 6,916 registered suicides (76.7% men), with an average of 39.0 ± 7.0 observed suicides per month. For the total sample and for both sexes, cosinor analysis estimated a significant seasonal pattern. For the total sample and for males suicide peaked in November (late spring) with a trough in May–June (late autumn). For females, the estimated peak occurred in January, and the trough in June–July. Conclusions: A seasonal pattern of suicides was found for both males and females, peaking in spring/summer and dipping in fall/winter. The scarcity of reports from intertropical latitudes warrants promoting more studies in this area.


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