scholarly journals O papel do exercício físico no tratamento da enxaqueca: qual a evidência?

2021 ◽  
Vol 37 (6) ◽  
pp. 567-576
Author(s):  
Maria João Coelho ◽  
◽  
Daniela Pereira ◽  
Filipa Paraíso ◽  
Tiago Costa ◽  
...  

Objetivo: Determinar a evidência do efeito do exercício aeróbico no controlo das crises de enxaqueca. Fontes de dados: PubMed, National Institute of Health and Care Excellence (NICE), The Cochrane Library, British Medical Journal (BMJ), Canadian Medical Association Infobase e Centre for Reviews and Dissemination. Métodos: Foram pesquisados artigos de revisão sistemática (RS)‌, ‌meta-análise‌s (MA) e normas de orientação clínica (NOC), ‌em‌ ‌português‌‌, inglês e espanhol,‌ ‌sem‌ ‌limite‌ ‌de‌ ‌data‌ ‌de‌ ‌publicação,‌ ‌utilizando‌ ‌os termos MeSH ‌migraine disorders e exercise.‌ ‌Foram‌ ‌também‌ ‌pesquisados‌ ‌estudos originais (EO) ‌publicados‌ ‌nos‌ ‌últimos‌ ‌cinco‌ ‌anos.‌ ‌Incluíram-se‌ ‌os‌ ‌artigos‌ ‌que‌ ‌avaliavam‌ o efeito do exercício aeróbico na frequência, duração e intensidade das crises de enxaqueca. A‌ ‌atribuição‌ ‌do‌ ‌nível‌ ‌de‌ ‌evidência‌ ‌(NE)‌ ‌e‌ ‌força‌ ‌de‌ ‌recomendação‌ ‌(FR)‌ ‌foi‌ ‌realizada‌ ‌com‌ ‌base‌ ‌na‌ ‌escala‌ ‌Strength of Recommendation‌ ‌Taxonomy‌ ‌(SORT),‌ ‌da‌ ‌American‌ ‌Academy of Family‌ ‌Physicians.‌ Resultados: Da pesquisa efetuada obtiveram-se 69 artigos, tendo sido selecionados seis que cumpriam os critérios de inclusão: três RS com MA, uma RS e dois EO. Todos os artigos apresentaram NE 2. A maioria dos estudos incluídos favorece a prática de exercício físico como medida profilática das crises de enxaqueca; contudo, apresentam amostras pequenas, curtos períodos de intervenção e de follow-up e intervenções heterogéneas. Conclusão: Apesar de se considerar necessária a realização de mais ensaios clínicos para definir concretamente os efeitos a curto e longo prazo do exercício aeróbico na enxaqueca conclui-se que é possível recomendar a sua inclusão na abordagem profilática destes doentes (FR B).

2019 ◽  
Vol 18 (1) ◽  
pp. 1
Author(s):  
Antonio Marcos Andrade

Em 2005, o grego John Loannidis, professor da Universidade de Stanford, publicou um artigo na PLOS Medicine intitulado “Why most published research findings are false” [1]. Ele que é dos pioneiros da chamada “meta-ciência”, disciplina que analisa o trabalho de outros cientistas, avaliou se estão respeitando as regras fundamentais que definem a boa ciência. Esse trabalho foi visto com muito espanto e indignação por parte dos pesquisadores na época, pois colocava em xeque a credibilidade da ciência.Para muitos cientistas, isso acontece porque a forma de se produzir conhecimento ficou diferente, ao ponto que seria quase irreconhecível para os grandes gênios dos séculos passados. Antigamente, se analisavam os dados em estado bruto, os autores iam às academias reproduzir suas experiências diante de todos, mas agora isso se perdeu porque os estudos são baseados em seis milhões de folhas de dados. Outra questão importante que garantia a confiabilidade dos achados era que os cientistas, independentemente de suas titulações e da relevância de suas descobertas anteriores, tinham que demonstrar seus novos achados diante de seus pares que, por sua vez, as replicavam em seus laboratórios antes de dar credibilidade à nova descoberta. Contudo, na atualidade, essas garantias veem sendo esquecidas e com isso colocando em xeque a validade de muitos estudos na área de saúde.Preocupados com a baixa qualidade dos trabalhos atuais, um grupo de pesquisadores se reuniram em 2017 e construíram um documento manifesto que acabou de ser publicado no British Medical Journal “Evidence Based Medicine Manifesto for Better Health Care” [2]. O Documento é uma iniciativa para a melhoria da qualidade das evidências em saúde. Nele se discute as possíveis causas da pouca confiabilidade científica e são apresentadas algumas alternativas para a correção do atual cenário. Segundo seus autores, os problemas estão presentes nas diferentes fases da pesquisa:Fases da elaboração dos objetivos - Objetivos inúteis. Muito do que é produzido não tem impacto científico nem clínico. Isso porque os pesquisadores estão mais interessados em produzir um número grande de artigos do que gerar conhecimento. Quase 85% dos trabalhos não geram nenhum benefício direto a humanidade.Fase do delineamento do estudo - Estudos com amostras subdimensionados, que não previnem erros aleatórios. Métodos que não previnem erros sistemáticos (viés na escolha das amostras, falta de randomização correta, viés de confusão, desfechos muito abertos). Em torno de 35% dos pesquisadores assumem terem construídos seus métodos de maneira enviesada.Fase de análise dos dados - Trinta e cinco por cento dos pesquisadores assumem práticas inadequadas no momento de análise dos dados. Muitos assumem que durante esse processo realizam várias análises simultaneamente, e as que apresentam significância estatística são transformadas em objetivos no trabalho. As revistas também têm sua parcela de culpa nesse processo já que os trabalhos com resultados positivos são mais aceitos (2x mais) que trabalhos com resultados negativos.Fase de revisão do trabalho - Muitos revisores de saúde não foram treinados para reconhecer potenciais erros sistemáticos e aleatórios nos trabalhos.Em suma é necessário que pesquisadores e revistas científicas pensem nisso. Só assim, teremos evidências de maior qualidade, estimativas estatísticas adequadas, pensamento crítico e analítico desenvolvido e prevenção dos mais comuns vieses cognitivos do pensamento.


1897 ◽  
Vol 43 (182) ◽  
pp. 462-483
Author(s):  
W. Julius Mickle

Chapter IX.A Standard of Aberrant Conformations of Gyres and Furrows framed as a Test, and constituting a stigma, of Hereditary Mental Degeneracy. A Standard of Deviation and Defect.And, in Chapter XI.,The results of the Application of the Standard of Deviation and Defect in Comparisons between the Gyres and Furrows in several forms of Mental Disease, and those in the Standard Group of Cases.Introductory Remarks.∗In the deviations from usual form or type already described—both the new and those adopted from other observers—the material is provided for tests or criteria of various forms of defective or aberrant brain development; and the standard about to be described has its material derived from those sources, and is directly drawn from certain brains.∗ With little change, these preliminary remarks are taken from part of my Presidential Address, in July, 1895, in the Section of Psychology at the Annual Meeting of the British Medical Association in London. (British Medical Journal, Sept. 28, 1895.)


Author(s):  
Isabelle Holscher ◽  
Tijs J van den Berg ◽  
Koen M A Dreijerink ◽  
Anton F Engelsman ◽  
Els J M Nieveen van Dijkum

Abstract Background Evidence on follow-up duration for patients with sporadic pheochromocytomas is absent, and current guidelines of the European Society of Endocrinology, American Association of Clinical Endocrinologists and Endocrine Surgeons, and the Endocrine Society are ambiguous about the appropriate duration of follow-up. The aim of this systematic review and meta-analysis is to evaluate the recurrence rate of sporadic pheochromocytomas after curative adrenalectomy. Materials and Methods A literature search in PubMed, Embase, and the Cochrane Library was performed. A study was eligible if it included a clear report on the number of sporadic patients, recurrence rate, and follow-up duration. Studies with an inclusion period before 1990, <2 years of follow-up, <10 patients, and unclear data on the sporadic nature of pheochromocytomas were excluded. A meta-analysis on recurrence was performed provided that the heterogeneity was low (I2 < 25%) or intermediate (I2 26–75%). Hozo’s method was used to calculate weighted mean follow-up duration and weighted time to recurrence with combined standard deviations (SDs). Results A total of 13 studies, including 430 patients, were included in the synthesis. The meta-analysis results describe a pooled recurrence rate after curative surgery of 3% (95% confidence interval: 2–6%, I2 = 0%), with a weighted mean time to recurrence of 49.4 months (SD = 30.7) and a weighted mean follow-up period of 77.3 months (SD = 32.2). Conclusions This meta-analysis shows a very low recurrence rate of 3%. Prospective studies, including economical and health effects of limited follow-up strategies for patients with truly sporadic pheochromocytomas should be considered.


2018 ◽  
Vol 69 (4) ◽  
pp. 235
Author(s):  
Hernando Gaitán-Duarte ◽  
Jorge Andrés Rubio-Romero ◽  
Carlos Fernando Grillo-Ardila

Las sociedades científicas tienen como uno de sus más nobles objetivos la promoción de la ciencia en los diferentes campos del conocimiento. La primera sociedad científica fue la Royal Society of London, fundada en 1660 en el Reino Unido, también conocida como la Royal Society of London for Improving Natural Knowledge. La sociedad fue creada como “un colegio para la promoción del aprendizaje físico-matemático experimental” que publicó, en el año de 1666, la primera revista científica, Philosophycal Transactions (1, 2) y fue la publicación científica más importante hasta el siglo XIX, cuando aparecieron las revistas científicas especializadas. En Philosophycal Transactions se publicaron inicialmente noticias, cartas y descripciones de informes experimentales sin un formato o estilo estandarizado (3). La primera entidad en publicar una revista médica fue el Edinburgh Medical School, que divulgó el Medical Essays and Observations en 1731, que se transformó dos años más tarde en el Edinburgh Medical Journal y contó con revisión por pares desde el año de 1733 (4). La primera revista médica en Estados Unidos fue la Medical Repository, que apareció en 1797 (5). En el Reino Unido aparecen The Lancet en 1823, para publicar el trabajo desarrollado en las escuelas médicas de Londres y el reporte de casos, y el British Medical Journal en 1853, como resultado de la creación de la British Medical Association (4). En el año 1887, Philosophycal Transactions se dividió en dos nuevas revistas: una dedicada a la publicación de temas de matemáticas y física, y la segunda a temas de biología. A partir de 1989 realizó una importante innovación: la revisión anónima de los contenidos por pares. Los hechos enunciados recuerdan que las revistas científicas médicas se han originado en las sociedades científicas y en las escuelas de medicina con el objetivo de presentar tanto la metodología como los resultados de las investigaciones realizadas, con la característica desde sus inicios de realizar un proceso anónimo y riguroso de revisión por pares.


2008 ◽  
Vol 53 (10) ◽  
pp. 647-659 ◽  
Author(s):  
Pamela J Taylor

Individuals with psychosis are often feared. In fact, they are themselves likely to be victims of violence; however, the main aim of this review is to provide an overview of the evidence on relations between psychosis and violence to others. The terms psychosis and violence were used in a literature search limited to the Cochrane Library and PubMed, a manual search of 8 journals, and a follow-up of additional references in the articles found. The overview draws on new empirical data and major reviews. Almost all sound epidemiologic data on psychosis and violence dates from 1990. There is consistency on a small but significant relation between schizophrenia and violent acts. Since then there has also been movement toward understanding the nature of associations and progress on strategies for managing individuals who have psychosis and are violent. Public fears about individuals with psychotic illnesses are largely unfounded, although there would be benefit in greater attention to the safety of those in their close social circle. The task for the next 10 years must be the development and application of knowledge to improve specific treatments—that is, interventions that go beyond holding and caring to bring about substantial change.


2018 ◽  
Vol 13 (1) ◽  
Author(s):  
Kieran Lewis Quinn ◽  
Emily Hughes ◽  
Amol A Verma

Each year, the Canadian Society for Internal Medicine (CSIM) Annual Meeting features a presentation of the “Top 5 Papers” in internal medicine (IM). We reviewed the publications in all major IM journals ( New England Journal of Medicine, Journal of the American Medical Association, Lancet, Annals of Internal Medicine, British Medical Journal, and JAMA Internal Medicine ) between November 2016 and October 2017 to identify 5 papers that we felt were particularly influential and important to practicing clinicians. These articles were all discussed on the free weekly podcast that we produce, The Rounds Table ( http://healthydebate.ca/about-us/the-rounds-table ). This article summarizes these “Top 5” papers.  


2011 ◽  
Vol 10 (1) ◽  
pp. 50-52
Author(s):  
Joe Wileman ◽  

Journals were reviewed between August and December 2010. The journals reviewed include: The lancet, Lancet Neurology, New England Journal of Medicine, British Medical Journal, Heart, Gut, Thorax, Circulation, Journal of the American Medical Association (JAMA), American Journal of Medicine, Archives of Internal Medicine, and Annals of Internal Medicine. The articles chosen are those which have particular relevance to Acute Physicians.


2011 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 96-98
Author(s):  
Phillip Cockrell ◽  

Journals were reviewed between January and April 2011. The journals reviewed include: American Journal of Medicine, Annals of Internal Medicine, Archives of Internal Medicine, British Medical Journal, Gut, Heart, Journal of Hospital Infection, Journal of the American Medical Association (JAMA), The Lancet, Lancet Neurology, New England Journal of Medicine and Thorax. The articles chosen are those which were felt to have particular relevance to Acute Physicians.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document