scholarly journals Coleção de Mamíferos da Universidade Federal de Lavras - CMUFLA

2022 ◽  
pp. e90202128
Author(s):  
Renato Gregorin ◽  
Ivan Junqueira Lima ◽  
Lucas Laboissieri Del Sarto Oliveira ◽  
Sebastião Maximiano Corrêa Genelhú ◽  
Marcelo Passamani

Coleções zoológicas são instituições que abrigam espécimes testemunho da biodiversidade, fornecendo suporte para o desenvolvimento científico e inovação em várias áreas do conhecimento, que muitas vezes apenas são possíveis devido à existência dessas coleções. A Coleção de Mamíferos da Universidade Federal de Lavras (CMUFLA) foi iniciada em 2004, abarcando principalmente espécies de morcegos do estado de Minas Gerais, Brasil. Com o aporte de diversos projetos científicos e a crescente demanda de recebimento de material provindo de consultorias, houve significativo incremento do acervo com a inclusão de espécimes de várias regiões do Brasil. Com isso a CMUFLA passou a ser um importante centro de fomento e suporte às atividades de pesquisa sobre biologia, ecologia, história natural e genética de mamíferos com os espécimes depositados em seu acervo. Atualmente a CMUFLA conta com um cervo de 4.709 espécimes tombados, representando 213 espécies, 111 gêneros e 8 ordens. A CMUFLA abriga dois parátipos de Thyroptera wynneae, o holótipo de Eumops chimaera e o holótipo e parátipo de Cynomops freemani.

Author(s):  
Adriano Lima Silveira ◽  
Sandro Aparecido Pacheco

A partir de amostragens em campo com os métodos de busca ativa e armadilha fotográfica são apresentados registros de porcos silvestres no Município de João Pinheiro, uma área de Cerrado no Noroeste de Minas Gerais. O estudo foi conduzido em paisagens de várzea, campina, mata seca e chapada, compostas por remanescentes de diversas fitofisionomias e áreas de uso agropecuário. Grupos de Tayassu pecari (queixada), Em Perigo em Minas Gerais, foram registrados em 14 localidades em uma mesma região de grande planície de interflúvio com extensos remanescentes conservados, ocorrendo possivelmente em uma estrutura de metapopulação. Grupos de Pecari tajacu (caititu), Vulnerável em Minas Gerais, foram registrados em 20 localidades, exibindo maior distribuição geográfica, e ocorreram em remanescentes com distintos estados de conservação. Grupos estabelecidos de Sus scrofa híbridos (javaporco), espécie invasora, foram registrados em uma área. São apresentadas observações de história natural, destacando-se o consumo de diversos frutos do Cerrado e movimentos sazonais em função de frutificação exercido por T. pecari, e formação de grandes grupos e possível comportamento de piscivoria por P. tajacu. Os registros de T. pecari correspondem às primeiras ocorrências confirmadas da espécie em áreas externas a Unidades de Conservação recentemente em Minas Gerais. São discutidas ameaças locais a T. pecari e P. tajacu, destacando-se a destruição e fragmentação de habitats no contexto do histórico de ocupação do solo no município, distintas modalidades de caça e, potencialmente, a intervenção gerada por S. scrofa. Com base nos registros obtidos, nas relevantes ameaças identificadas e na conhecida maior susceptibilidade de T. pecari a extinções locais, suspeita-se que a população de queixada de João Pinheiro esteja fadada à extinção, a menos que grandes remanescentes naturais sejam efetivamente protegidos em Unidades de Conservação.


2008 ◽  
Vol 25 (1) ◽  
pp. 89-99 ◽  
Author(s):  
Hélio R. da Silva ◽  
Piktor Benmaman

Descrevemos uma nova espécie de Hylodes da Serra Negra, Município de Santa Bárbara do Monte Verde, Minas Gerais, sudeste do Brasil. A nova espécie pertence ao grupo Hylodes lateristrigatus, apresentando as seguintes características distintivas: corpo pequeno, focinho truncado em vistas dorsal e lateral, escudos da superfície dorsal dos discos dos dedos pouco desenvolvidos, superfície dorsal do corpo e coxas marrom-oliváceo com manchas escuras no dorso e listras nas patas traseiras. A nova espécie se distingue das demais do grupo pelo número de notas e características físicas do canto de anúncio e por vocalizar tanto de dia quanto à noite. Este é o primeiro registro de vocalização noturna para o gênero. Apresentamos descrições da vocalização e informações sobre a história natural da nova espécie. Discutimos a distribuição das espécies do gênero Hylodes, em relação às principais serras do leste do Brasil e seus sistemas de drenagem atuais.


2020 ◽  
Vol 21 (34) ◽  
pp. 36
Author(s):  
Márcio Pereira

As últimas duas décadas do século XVIII marcam o início de um processo de reorientação política e econômica de Portugal para com suas conquistas. Em Minas Gerais, em função da diminuição das atividades mineradoras, o Estado português encontra na História Natural uma nova perspectiva para auferir receitas e dinamizar a economia colonial e reinol. Utilizando-se na maioria das vezes de profissionais ilustrados que frequentaram a Universidade de Coimbra reformada, Portugal deu início a uma complexa atividade de troca de exemplares dos três Reinos da natureza, confiando ainda a estes delegados outras atividades como a própria dinamização desse processo em seus domínios geográficos. Nestes sertões, o naturalista luso-brasileiro Joaquim Veloso de Miranda foi o responsável por coordenar as atividades inerentes a esta nova política de desenvolvimento econômico, bem como por instruir e comandar seus auxiliares nas várias atividades que este esforço demandava. A presente comunicação tem por objetivo apresentar os processos que envolvem a transmissão de conhecimentos no âmbito das relações de trabalho e servidão, inclusive, direcionadas às atividades que perpassavam a História Natural, entre o naturalista em questão e seus auxiliares, no intuito de esclarecer ainda mais os préstimos realizados por esses homens para atender às demandas da Coroa portuguesa.


2019 ◽  
Vol 20 (2) ◽  
pp. 1-23
Author(s):  
Adriano Lima Silveira ◽  
Lucas Soares Vilas Boas Ribeiro ◽  
Tiago Teixeira Dornas ◽  
Taís Nogueira Fernandes

O anuro Scinax tripui permanecia pouco conhecido. A partir de amostragens em campo no Quadrilátero Ferrífero e análises de coleções científicas são apresentados um expressivo número de novos registros geográficos da espécie na Mata Atlântica do estado de Minas Gerais, observações de uso de habitat e variações morfológicas. Exemplares de S. tripui foram coletados em 40 localidades e em coleções foram levantadas mais 19 localidades. Observou-se que a espécie distribui-se pelas serras do Quadrilátero Ferrífero e porção norte da Serra da Mantiqueira, no centro-sudeste de Minas Gerais e sul do Espírito Santo, com ocorrência frequente nas matas do Quadrilátero. Constatou-se que S. tripui é restrito a córregos e riachos perenes em ambiente florestal, sendo associado a microhabitats mais íntegros, e exibe atividade reprodutiva ao longo do inverno e início da primavera (julho a setembro). A coloração em vida de S. tripui variou principalmente na região inguinal e partes anterior e posterior da coxa, que podem ser verde-claras, azul-claras, amarelo-claras ou brancas; e no padrão de coloração dorsal, que pode ser cinza, oliva, palha ou marrom-claro. Foram aferidas sete medidas morfométricas de adultos, sendo obtida expressiva variação do tamanho (comprimento rostro-cloacal). As variações de coloração, medidas e porte foram recorrentes ao longo do Quadrilátero Ferrífero, sendo constatado que S. tripui exibe expressiva variação intrapopulacional.


2019 ◽  
Vol 20 (72) ◽  
pp. 402-421
Author(s):  
Gladson de De Oliveira

Este estudo tem como objetivo demostrar como o levantamento e avaliação da paisagem, na perspectiva integrada da geoecologia, pode subsidiar o planejamento do uso e zoneamento de uma área, bem como contribuir para a preservação da geodiversidade. O trabalho foi realizado, na área do Museu de História Natural e Jardim Botânico da Universidade Federal de Minas Gerais, através do levantamento e/ou compilação de diversos mapas temáticos como topografia, cobertura vegetal, microclima, geologia, solos e histórico de uso, concluindo com a análise espacial e integração dos temas para a proposição das unidades geoecológicas. A análise dos resultados permitiu distinguir a existência de cinco unidades, representativas das condições naturais e do histórico de apropriação daquele espaço. A aplicação da geoecologia proporcionou como resultado a cartografia da paisagem da área de estudo e seu zoneamento.


2017 ◽  
Vol 4 (3) ◽  
pp. 223-226
Author(s):  
Juliana De Resende Machado
Keyword(s):  
De Re ◽  

Tecnologia lítica na arqueologia brasileira. Coletânea de (re)publicações Organizado por Luydy Fernandes e Déborah Duarte-Talim Museu de História Natural e Jardim Botânico, Universidade Federal de Minas Gerais, 2017, pp. 237. ISBN 978-85-62164-11-8


2009 ◽  
Vol 24 (71) ◽  
pp. 55-72
Author(s):  
Marta Amoroso

Este artigo focaliza as controvérsias que se seguem à fundação do aldeamento indígena de Itambacuri (1883-1893), Minas Gerais, em torno das formas de ocupação dos "terrenos ubérrimos", expressão que os missionários capuchinhos utilizavam ao se referirem ao território dos grupos Jê, habitantes da Mata Atlântica que margeava o rio Doce e o Mucuri. O acontecimento da criação do aldeamento indígena e os agenciamentos que dele decorreram, envolvendo grupos indígenas, imigrantes e migrantes nordestinos, oferecem oportunidade para um exercício de antropologia simétrica aplicado tanto ao tema das condições de produção do conhecimento da história natural, como ao debate que então se estabeleceu entre ciência e religião.


2010 ◽  
Vol 10 (3) ◽  
pp. 352-378 ◽  
Author(s):  
Henrique Caldeira Costa ◽  
Davi Lima Pantoja ◽  
José Lélis Pontes ◽  
Renato Neves Feio

Apresentamos aqui, com base em exemplares depositados em coleções científicas, uma lista das espécies de serpentes do Município de Viçosa, localizado em uma porção da Mata Atlântica do Estado de Minas Gerais, Sudeste do Brasil. Trinta e quatro espécies foram confirmadas em Viçosa. Outras duas possuem registros duvidosos e cinco espécies que foram registradas em municípios vizinhos poderiam também ocorrer em Viçosa. Informações sobre distribuição e história natural das serpentes são apresentadas, baseadas em dados da literatura científica e observações esporádicas na área de estudo. Podemos considerar que de maneira generalizada a fauna de serpentes de Viçosa é constituída por espécies com condições de utilizar ambientes antropizados, mas algumas são dependentes dos fragmentos florestais ainda existentes. Estudos de campo ainda são necessários para aprimorar o conhecimento sobre a riqueza de espécies de serpentes nos fragmentos florestais, para confirmar a presença das espécies com registros incertos e ocorrência potencial em Viçosa, e para investigar a possibilidade de declínio populacional daquelas espécies sem registros há mais de uma década.


Author(s):  
Matheus Mir Leite Ferreira ◽  
André Roberto Melo Silva ◽  
Marina Do Vale Beirão ◽  
Gabryella Soares Pinheiro dos Santos ◽  
Mariana De Almeida Oliveira

As borboletas (Lepdoptera), por serem coloridas e de fácil visualização, são ótimas bandeiras para conservação. Também são boas indicadoras ambientais e úteis no monitoramento de ecossistemas. O objetivo desse estudo foi realizar análise da composição, riqueza e abundância das borboletas do Museu de História Natural e Jardim Botânico (MHNJB) UFMG, relacionando esses parâmetros com a sazonalidade. As coletas foram realizadas bimestralmente durante um ano (entre junho de 2016 e maio de 2017). Cada amostragem foi realizada por dois dias, com o uso de redes entomológicas em cada uma das quatro áreas predeterminadas, num total de 48 horas de esforço amostral. Foram coletadas 571 borboletas de 95 espécies, sendo 40 singletons e 14 doubletons. A abundância e a riqueza não variaram entre os meses (F = 1,227, p = 0,337; F = 1,34, p = 0,378, respectivamente) e nem entre as estações (F = 0,7749, p = 0,388; F = 1,0045, p = 0,327, respectivamente). Já a composição das espécies diferiu entre os meses (p = 0,003) e entre as estações (p = 0,017). A curva de acúmulo de espécies não se estabilizou, indicando que há mais espécies para serem amostradas nas matas (áreas T1, T2, T3 e T4) do Museu.


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