A reflexão proposta neste artigo incide sobre três eixos em torno da justiça e da democracia no Brasil ou sua incipiência. Ancora-se nas políticas públicas de Ações Afirmativas, a fim de pensar um novo socius. O primeiro eixo, injustiça como padrão, versará sobre a escravidão e a abolição. O segundo abordará as Ações afirmativas e a rejeição social das políticas públicas, sobretudo às cotas raciais, e o terceiro analisará o tema sociedade civil versus justiça e democracia. Questiona ambos os conceitos, assim como o racismo epistêmico e o eurocentrismo acadêmicos. Estarão as universidades apenas cumprimento a Lei das Cotas ou abertas a novos saberes? O objetivo do trabalho é refletir sobre a perspectiva de que o equilíbrio social, econômico, político e cultural depende do amplo engajamento da sociedade civil pelos direitos, reais e simbólicos, no combate ao racismo. Os resultados deste estudo indicam a manifestação de novos intelectuais negros na esfera publica, aparições de agendamento político e de novas epistemes. Metodologicamente, o estudo ampara-se no método sinóptico de Sodré (2014a), de caráter dialético-qualitativo e revisão bibliográfica, a partir de autores como Silvio Almeida (2019), Muniz Sodré (2014a, 2015), Françoise Vergès (2005), Michael Sandel (2012), Achille Mbembe (2018), Lélia Gonzalez (1982), Boaventura de Sousa Santos (2005), Gramsci (2007), Rancière (2018).