A ética do inconcluso em juventude em marcha – a carta de Ventura
2021 ◽
Vol 48
(56)
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pp. 207-224
Este ensaio apresenta uma análise do personagem Ventura, de Juventude em marcha, à luz das considerações de Bakhtin sobre a construção da personagem no romance polifônico de Dostoievski. O comentário se centrará, sobretudo, na carta de Ventura e em sua possível leitura analítica como uma porta de entrada para comentarmos a constituição dessa personagem como uma autoconsciência. A hipótese a ser testada pela análise é a de que essa autoconsciência age no filme por meio da preservação de uma certa opacidade da personagem em relação ao narrador do filme e ao espectador, opacidade por meio da qual a personagem mantém sua autonomia preservada.