Abordagem Odontológica da Cárie de Radiação Oriunda de Efeitos Adversos da Radioterapia de Cabeça e Pescoço.

Utiliza-se da radioterapia para combate ao câncer de cabeça e pescoço. Efeitos adversos agudos e tardios podem ser encontrados em decorrência de intervenção radioterápica em cabeça e pescoço. Os tardios englobam a ocorrência da cárie de radiação, trismo, fibrose cutânea, edema da face e do pescoço, sintomatologia dolorosa e osteorradionecrose, entre outras. O objetivo do presente artigo foi evidenciar como ocorre o acometimento por cárie de radiação nos pacientes advindo do emprego de tratamento radioterápico antineoplásico na região de cabeça e pescoço. A cárie de radiação advém de alterações desfavoráveis do pH e da elevação do quantitativo de bactérias cariogênicas, que é oriundo ou provocado pelas sessões de radioterapia, levando ao aumento de biofilme dentário na porção cervical dos dentes, podendo ocasionar locais com dentina exposta. O motivo principal para que essas cáries instalem-se provém de modificações quantitativas e qualitativas da saliva. Convive-se com 3 tipos de cárie de radiação: tipo 1, tipo 2 e tipo 3. O tratamento da cárie de radiação envolve a realização de bochechos com soluções fluoretadas e a administração tópica de flúor gel neutro. O tratamento curativo emprega cimento de ionômero de vidro modificado por resina, o que permite liberação e reincorporação de flúor e pode ajudar frente ao processo de cárie. O cirurgião dentista deve possuir embasamento prévio e conscientizar-se acerca da possibilidade do acometimento pela cárie de radiação em pacientes que se submeteram a tratamento oncológico radioterápico.