O AFETO NEGATIVO E UM CORAÇÃO PARTIDO: O PAPEL DA PSICOLOGIA NA ATUAÇÃO COM A SÍNDROME DE TAKOTSUBO

Author(s):  
Priscila Maria Gabos ◽  
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Adriana Aparecida Fregonese ◽  
Sílvia Maria Cury Ismael ◽  
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ntrodução: A “síndrome do coração partido”, de nome científico “síndrome de takotsubo”, é uma doença rara, com sintomas similares ao infarto. Trata-se da disfunção do ventrículo esquerdo por conta de um evento estressor de caráter emocional. Existem poucos casos descritos em literatura científica sobre a importância do acompanhamento psicológico para esses pacientes. Objetivos: Relatar caso de paciente com a síndrome de takotsubo. Observar as questões emocionais envolvidas, suas repercussões e a importância da psicoterapia. Método: Relato de caso, com paciente do sexo feminino, com 80 anos. Os dados foram coletados por meio de avaliação e acompanhamento psicológico ao longo da internação e psicoterapia após alta. Avaliou-se seu traço de personalidade e perfil comportamental pela análise do comportamento, correlacionando com os aspectos emocionais conhecidos sobre a síndrome de takotsubo. Resultados: Paciente A., casada e com cinco filhos. Previamente hígida, internada após agendar sua festa de aniversário de 80 anos. A. nunca havia passado por acompanhamento psico-lógico ou psiquiátrico. Observou-se presença de sintomas depressivos leves, traumas e frustrações importantes nunca previamente expressadas, bem como baixa autoestima. Apresentou personalidade introspectiva, com dificuldade de nomear seus sentimentos, comportamentos autopunitivos e tendência para afetos negativos. No acompanhamento psicológico conseguiu entrar em contato com sua dinâmica emocional e perceber seu próprio sofrimento pela primeira vez. Apontou a psicoterapia como um divisor de águas em sua vida, significando-a como um importante recurso de autocuidado. Conclusão: A psicoterapia foi eficaz e essencial para o cuidado emocional da paciente, facilitando que a mesma percebesse seu sofrimento e buscasse formas de enfrentamento, além de ressignificar sua própria história. Conclui-se que o psicólogo hospitalar e o seguimento da psicoterapia após alta são importantes e necessários para os pacientes com essa síndrome, corroborando evidências da literatura do impacto dos aspectos emocionais como facilitadores do desenvolvimento dessa síndrome.

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