scholarly journals (Des)legitimidade de consciências na Rússia stalinista

2021 ◽  
Vol 43 (2) ◽  
pp. e55286
Author(s):  
Luciane de Paula ◽  
Wilder Kleber Fernandes de Santana ◽  
Pedro Farias Francelino ◽  
Éderson Luís da Silveira

Este artigo se propõe a analisar o processo de (des)legitimidade de consciências artístico-sociológicas na Rússia durante os primeiros anos do governo stalinista, a fim de recuperar a história dos estudos da linguagem e do contexto de produção dos escritos bakhtinianos. O método que fundamenta a reflexão empreendida está sustentado nos pressupostos teórico-metodológicos de Bakhtin (2006 [1979]; 2010 [1920-24]), Medviédev (2016 [1928]) e Volóchinov (2017 [1929], 2013), dentre outros, os quais apresentam críticas ao modelo formalista, vigente na Rússia stalinista. Também se recorre a fontes históricas (Deutscher, 2006 e Fitzpatrick, 2017) para averiguação do contexto político-ideológico do pós-revolução de 1917. A relevância deste manuscrito se concretiza na contribuição de um olhar contemporâneo, mas não anacrônico, que traz à luz uma leitura crítica acerca da construção das abordagens filosófica e (est)ética sobre consciências artístico-sociológicas na Rússia. Os resultados mostram que, apesar da execrável situação a que os membros do Círculo de Bakhtin foram submetidos em meio às tentativas de (des)legitimidade artística por parte do estado russo, os pesquisadores e intelectuais resistiram e se propuseram a (re)pensar o objeto estético (literário) tal como concebido por Stálin, cuja proposta primordial consistia na unificação da língua russa. Dessa forma, aqui não se apresentam apenas movimentos de linguagem para implantação de uma concepção de sistema linguístico, mas uma realidade sócio

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