scholarly journals Prevalência da gravidez na adolescência no Brasil (2000‒2016)

2019 ◽  
Vol 129 (2) ◽  
pp. 36-37
Author(s):  
Ana Clara Tavares Wong ◽  
Denise Leite Maia Monteiro ◽  
Fatima Regina Dias de Miranda ◽  
Daniela Fortunato Auar ◽  
Mateus Benac Cavalcante ◽  
...  

Introdução: No Brasil, a porcentagem de nascidos vivos (NV) de adolescentes entre 10 a 19 anos demonstra ser um problema com importantes repercussões sociais. A taxa de fertilidade na adolescência no país é de 68,4/1.000 adolescentes, superando a média latino-americana e caribenha, a segunda maior do mundo. Apesar de estar ocorrendo redução de sua prevalência desde o ano 2000, especialmente no grupo entre 15 e 19 anos, essa queda não é uniforme em todas as regiões do país, pois é reflexo das condições socioeconômicas, das diferenças culturais, do acesso aos serviços e da não utilização dos métodos contraceptivos. Objetivo: Verificar a frequência da gravidez na adolescência no período de 2000 a 2016 e analisar o comportamento entre as faixas etárias de 10-14 e 15-19 anos. Métodos: Estudo de corte transversal referente ao período descrito, realizado por meio de busca no banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), com base nas declarações de NV do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Resultados: A prevalência de NV de adolescentes em relação ao total de NV reduziu de 23,4% em 2000 para 19,9% em 2009 (de 750.537 para 574.766 NV). Tal redução também foi confirmada no número total de NV no país nesse período (de 3.206.761 em 2000 para 2.881.581 em 2009). Nos cinco anos seguintes, a prevalência de NV entre adolescentes em relação ao número total de NV ficou estagnada em 19,3% até 2013 e sofreu mínima queda para 18,9% em 2014. Registraram-se, no ano 2010, 552.630 NV de adolescentes e, em 2014, o número de bebês aumentou para 562.608, enquanto o total de NV no país também cresceu de 2.861.868 para 2.979.259, respectivamente. A partir de 2015, voltou a ocorrer redução na prevalência de NV em todo o país. Em 2015, nasceram 547.564 e, em 2016, 501.381 bebês de mães adolescentes, enquanto o número total de NV no país foi de 3.017.668 em 2015 e de 2.857.800 em 2016. Portanto, a prevalência de NV de adolescentes caiu em 2015 para 18,1% do total de NV e para 17,5% em 2016. Em relação aos grupos de idade materna entre 10‒14 e 15‒19 anos, isso se traduz como redução das taxas entre 2000 e 2009 em 23,4%, sendo 4% entre as meninas de 10‒14 anos e 24,1% entre as de 15‒19 anos. Entre 2010 e 2014, houve aumento de 1,8% (aumento de 4,4% na faixa de 10‒14 e de 1,7% na de 15‒19 anos). De 2015 a 2016 ocorreu diminuição de 8,4% (9,6% na faixa de 10‒14 e 8,4% na de 15‒19). No período total estudado, de 2000 a 2016, a redução foi de 33,2%. Conclusão: Houve importante redução na primeira década estudada. Nota-se que nos dois últimos anos desse período ocorreu a retomada da redução, já que durante cinco anos as taxas se mantiveram praticamente estáveis. Observamos também que a redução foi mais acentuada entre meninas de 15 a 19 anos.

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