Jornal Brasileiro de Ginecologia
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Published By Zeppelini Editorial E Comunicacao

0368-1416

2021 ◽  
Vol 131 (2) ◽  
pp. 86-90
Author(s):  
Samantha Condé-Rangel ◽  
Willy Davila ◽  
Luiz Gustavo Brito

A incontinência urinária na mulher é uma alteração frequente e que causa um grande impacto negativo na qualidade de vida e no convívio social. A história médica e o exame físico detalhados são os primeiros passos para o diagnóstico correto dessa condição. A associação de questionários validados para a língua portuguesa com a aplicação do diário miccional e de testes para perda urinária complementam a avaliação inicial, reservando-se exames mais invasivos como o estudo urodinâmico para casos selecionados. O tratamento da incontinência urinária de esforço varia de medidas conservadoras até procedimentos cirúrgicos mais invasivos, e há uma lacuna entre esses dois extremos. Atualmente, têm sido propostos como alternativa em casos selecionados métodos minimamente invasivos, como o laser e a radiofrequência. O objetivo deste artigo é fazer uma breve revisão da utilização do laser vaginal para o tratamento da incontinência urinária de esforço na mulher.


2021 ◽  
Vol 131 (2) ◽  
pp. 91-94
Author(s):  
Luisa Guimarães Santos ◽  
Renato Augusto Moreira de Sá
Keyword(s):  

Usualmente, a toxoplasmose é considerada inofensiva para uma mulher não grávida, mas é potencialmente prejudicial durante a gravidez, especialmente no primeiro trimestre. Uma das principais consequências da infecção por Toxoplasma gondii em mulheres grávidas é a transmissão vertical para o feto. As mulheres grávidas que adquirem a infecção pelo Toxoplasma gondii geralmente permanecem assintomáticas, embora ainda possam transmitir a infecção aos fetos, com consequências graves. A toxoplasmose congênita pode causar doenças neurológicas ou oculares graves (levando à cegueira), bem como anomalias cardíacas e cerebrais. O cuidado pré-natal deve incluir a educação sobre a prevenção da toxoplasmose e exames de rastreamento.


2021 ◽  
Vol 131 (2) ◽  
pp. 95-97
Author(s):  
Renato Augusto Moreira de Sá ◽  
Paulo Roberto Nassar de Carvalho ◽  
Fernanda Campos da Silva ◽  
Fernando Maia Peixoto

Existem diferentes processos fisiopatológicos que podem colocar o feto em risco; assim, a eficácia dos vários testes fetais depende da condição fisiopatológica subjacente. Os processos fisiopatológicos que podem causar morte ou dano fetal são diminuição do fluxo sanguíneo uteroplacentário, diminuição da troca de gases no nível da membrana trofoblástica, processos metabólicos, sepse fetal, anemia fetal, insuficiência cardíaca fetal e acidentes do cordão umbilical. Doenças que levam ao sofrimento fetal crônico fazem-no por caminhos distintos, exigindo como consequência condutas obstétricas diferentes, segundo cada padrão de acometimento do concepto. Cada um desses processos está envolvido em um dos modelos de sofrimento fetal crônico e requer um padrão de vigilância materno-fetal específico para cada condição com o objetivo de evitar a morbimortalidade perinatal.


2019 ◽  
Vol 129 (2) ◽  
pp. 38-39
Author(s):  
Ingrid Paiva Duarte ◽  
Léo Rodrigo Abrahão Dos Santos ◽  
André Melo Faria ◽  
Luise Gozzi Farsura Silva Cabral

Introdução: O aborto é definido pela Medicina como o nascimento de um feto com menos que 500 g ou antes de 20 semanas completas de idade gestacional no momento da expulsão do útero, não possuindo nenhuma probabilidade de sobrevida. As principais intercorrências relacionadas ao abortamento são: infecção, laceração cervical, eliminação incompleta, perfuração uterina, hemorragia e complicações anestésicas. As opções terapêuticas para o abortamento com até 12 semanas gestacionais são: tratamento clínico, cirúrgico ou expectante. Entre as opções cirúrgicas, estão a aspiração manual intrauterina (AMIU), a aspiração a vácuo e a curetagem uterina. No Brasil, o ato de provocar um aborto é considerado crime, exceto em duas circunstâncias: quando não há outro meio para salvar a vida da gestante ou quando é resultado de estupro. Objetivo: Identificar características epidemiológicas e demográficas do abortamento, evidenciando aspectos como o total de internações por razões abortivas de acordo com raça e cor, faixa etária, tipos de aborto, número de procedimentos pós-aborto (curetagem e AMIU) e estimativa de abortos induzidos. Métodos: Realizou-se a coleta de dados por meio de pesquisa de informações na plataforma Scientific Electronic Library Online (SciELO) e no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), para o período de junho de 2009 a junho de 2019. Para manter a comparabilidade histórica e com estimativas de aborto provocado realizadas em outros países, utilizamos o método proposto pelo Instituto Alan Guttmacher (AGI) no estudo sobre aborto na América Latina, em 1994 (The Alan Guttmacher Institute, 1996), aceito e adotado pela Organização Mundial da Saúde (WHO, 2004). O estudo é de caráter quantitativo, epidemiológico, descritivo e transversal. Resultados: Houve 74.086 internações por razões abortivas de qualquer tipo no município, com 361 provocados por razões médicas (0,5%), 26.429 (36%) por aborto espontâneo e 47.296 (64%) por outras gravidezes que terminam em aborto. Das gestantes, 44% tinham entre 20 e 30 anos e 56% eram pardas. No mesmo período percebe-se que houve 67.740 procedimentos de curetagem e esvaziamento do útero pós-aborto por aspiração manual intrauterina (AMIU), número elevado e suspeito de relação com abortamento induzido, tendo em vista a relação entre a quantidade de abortos legalizados e os abortos espontâneos no município. O estudo estabeleceu a estimativa, pelo método AGI, de um número entre 312.550 a 250.040 abortos induzidos no Município do Rio de Janeiro, no período de junho de 2009 a junho de 2019. Conclusão: É de suma importância que a sociedade e as autoridades competentes relacionadas à saúde das esferas federal e estadual se conscientizem e deixem mais claros, para acesso aberto à população, os indicadores de abortos tanto legais ou quanto ilegais estimados, pois tais dados são de grande importância para a sociedade.


2019 ◽  
Vol 129 (2) ◽  
pp. 25-25
Author(s):  
Marcelo Ribeiro da Luz Cruz ◽  
Valéria Fernandes Roppa Cruz ◽  
Henrique Pasqualette ◽  
Vania Sondermann
Keyword(s):  

Introdução: Tatuagens são cada vez mais comuns; contudo, informações sobre complicações são pouco disponibilizadas. Os pigmentos utilizados derivam de compostos de carbono e de sais metálicos inorgânicos. A presença dos sais, que são radiopacos, em linfonodos regionais após a realização de tatuagens já foi documentada em exames de imagem. Objetivo: Relatar um caso de depósito de sais metálicos radiopacos em linfonodo axilar, mimetizando calcificações suspeitas. Métodos: Revisão nas bases de dados em comparação ao relato de caso. Resultados: Este relato descreve o achado de depósito de sais radiopacos em linfonodo axilar, mimetizando calcificações suspeitas, observadas em mamografia de rastreio de paciente do sexo feminino, com 56 anos, cinco meses após ter realizado tatuagem com finalidade artística no membro superior homolateral. Conclusão: A presença de tatuagens, principalmente quando localizadas no trajeto das cadeias de drenagem para a região axilar (que inclui dorso, membro superior, ombro e tórax), deve fazer parte de anamnese e estar presente nos registros médicos por ocasião da realização do rastreio do câncer de mama.


2019 ◽  
Vol 129 (2) ◽  
pp. 33-33
Author(s):  
Cristiane Alves de Oliveira ◽  
Barbara Moura Lapera ◽  
Clara Petrucio ◽  
Gabriela Silva Freitas ◽  
Luiza Tomaz Vieira ◽  
...  

Introdução: A Unidade Materno-Infantil do Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (HUAP/UFF) é referência para atendimento terciário à gestação de alto risco da região Metropolitana II do Rio de Janeiro, prestando assistência a gestantes que realizam pré-natal dentro e fora do hospital. A assistência pré-natal inadequada leva a complicações graves e mortes materna e perinatal que, na maioria das vezes, podem ser evitadas. Objetivo: Comparar perfis e desfechos das pacientes que tiveram parto no HUAP/UFF entre 01/07/2015 a 30/06/2016 e tiveram acompanhamento pré-natal na mesma unidade e fora dela. Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo e observacional, que incluiu todas as pacientes internadas no período estudado, listadas no Sistema de Gerenciamento de Internação MV2000 do HUAP/UFF. Calcularam-se média e desvio padrão e utilizaram-se o teste de Wilcoxon para comparação entre as médias e o teste χ2 para comparação entre variáveis categóricas. Adotou-se nível de significância de 5% para os testes estatísticos. Resultados: Internaram-se 692 pacientes no período. Após exclusão de prontuários listados incorretamente (7) e repetidos por causa de reinternações (130), incluíram-se 555 prontuários na análise. Destas, 438 (78,9%) pacientes se internaram para parto, 187 (42,7%) fizeram pré-natal no HUAP/UFF (grupo 1) e 251 (57,3%) fora do hospital (grupo 2). A média de consultas de pré-natal no HUAP/UFF foi de 8,3±3,5, não havendo dados completos no prontuário referentes a esse dado no grupo 2. Quanto ao perfil dos grupos 1 e 2, observaram-se, respectivamente: idade materna de 28,9±6,7 e 26,5±7,2 anos (P=0,00053), comorbidades maternas em 75,4 e 35,9% pacientes (P<0,0001), número de gestações anteriores de 2,6±1,6 e 2,4±1,5 (P=0,46), número de partos anteriores de 1±1,1 e 1±1,3 (P=0,94), e idade gestacional no parto de 37,5±2,6 e 37,2±3,5 semanas completas (P=0,84). Quanto ao tipo de parto, identificaram-se, respectivamente, nos grupos 1 e 2: parto vaginal 55/187 (29,4%) e 79/251 (31,5%) (P=0,64), parto vaginal operatório 1/187 (0,5%) e 2/251 (0,8%) (P=0,62), parto cesáreo 108/187 (57,8%) e 139/251 (55,3%) (P=0,74), parto cesáreo após trabalho de parto 108/187 (57,8%) e 139/251 (55,3%) (P=0,74). Quanto a outros desfechos, verificaram-se, respectivamente, nos grupos 1 e 2: média de peso ao nascer 3.046±705,8 e 2.986±828,4 g (P=0,49), amamentação exclusiva em 101/187 (54%) e 147/251 (58,7%) pacientes (P=0,34), internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal 35/187 (18,7%) e 49/251 (19,5%) (P=0,83). Viram-se 4/187 (2,1%) e 10/251 (4%) recém-nascidos com Apgar no quinto minuto <5; e 1/187 (0,2%) e 4/251(1,6%) óbitos fetal e/ou neonatal nos grupos 1 e 2, respectivamente. Conclusão: Houve diferenças estatisticamente significativas entre a presença de comorbidade e a idade materna entre os grupos 1 e 2, respectivamente. Não houve diferenças estatísticas em nenhum dos demais parâmetros avaliados.


2019 ◽  
Vol 129 (2) ◽  
pp. 36-37
Author(s):  
Ana Clara Tavares Wong ◽  
Denise Leite Maia Monteiro ◽  
Fatima Regina Dias de Miranda ◽  
Daniela Fortunato Auar ◽  
Mateus Benac Cavalcante ◽  
...  

Introdução: No Brasil, a porcentagem de nascidos vivos (NV) de adolescentes entre 10 a 19 anos demonstra ser um problema com importantes repercussões sociais. A taxa de fertilidade na adolescência no país é de 68,4/1.000 adolescentes, superando a média latino-americana e caribenha, a segunda maior do mundo. Apesar de estar ocorrendo redução de sua prevalência desde o ano 2000, especialmente no grupo entre 15 e 19 anos, essa queda não é uniforme em todas as regiões do país, pois é reflexo das condições socioeconômicas, das diferenças culturais, do acesso aos serviços e da não utilização dos métodos contraceptivos. Objetivo: Verificar a frequência da gravidez na adolescência no período de 2000 a 2016 e analisar o comportamento entre as faixas etárias de 10-14 e 15-19 anos. Métodos: Estudo de corte transversal referente ao período descrito, realizado por meio de busca no banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), com base nas declarações de NV do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Resultados: A prevalência de NV de adolescentes em relação ao total de NV reduziu de 23,4% em 2000 para 19,9% em 2009 (de 750.537 para 574.766 NV). Tal redução também foi confirmada no número total de NV no país nesse período (de 3.206.761 em 2000 para 2.881.581 em 2009). Nos cinco anos seguintes, a prevalência de NV entre adolescentes em relação ao número total de NV ficou estagnada em 19,3% até 2013 e sofreu mínima queda para 18,9% em 2014. Registraram-se, no ano 2010, 552.630 NV de adolescentes e, em 2014, o número de bebês aumentou para 562.608, enquanto o total de NV no país também cresceu de 2.861.868 para 2.979.259, respectivamente. A partir de 2015, voltou a ocorrer redução na prevalência de NV em todo o país. Em 2015, nasceram 547.564 e, em 2016, 501.381 bebês de mães adolescentes, enquanto o número total de NV no país foi de 3.017.668 em 2015 e de 2.857.800 em 2016. Portanto, a prevalência de NV de adolescentes caiu em 2015 para 18,1% do total de NV e para 17,5% em 2016. Em relação aos grupos de idade materna entre 10‒14 e 15‒19 anos, isso se traduz como redução das taxas entre 2000 e 2009 em 23,4%, sendo 4% entre as meninas de 10‒14 anos e 24,1% entre as de 15‒19 anos. Entre 2010 e 2014, houve aumento de 1,8% (aumento de 4,4% na faixa de 10‒14 e de 1,7% na de 15‒19 anos). De 2015 a 2016 ocorreu diminuição de 8,4% (9,6% na faixa de 10‒14 e 8,4% na de 15‒19). No período total estudado, de 2000 a 2016, a redução foi de 33,2%. Conclusão: Houve importante redução na primeira década estudada. Nota-se que nos dois últimos anos desse período ocorreu a retomada da redução, já que durante cinco anos as taxas se mantiveram praticamente estáveis. Observamos também que a redução foi mais acentuada entre meninas de 15 a 19 anos.


2019 ◽  
Vol 129 (2) ◽  
pp. 38-38
Author(s):  
Ingrid Paiva Duarte ◽  
Léo Rodrigo Abrahão dos Santos ◽  
André Melo Faria ◽  
Jacqueline dos Santos Carvalho

Introdução: As síndromes hipertensivas associadas a proteinúria e edema estão entre as principais causas de morte materna. Entre essas síndromes, as mais presentes são a pré-eclâmpsia e a hipertensão gestacional, que ocorrem a partir da 20ª semana de gestação. A pré-eclâmpsia é determinada por hipertensão, proteinúria e/ou edema, e a hipertensão gestacional não cursa com essa tríade. No estágio inicial a doença é assintomática, mas, caso o tratamento não ocorra, pode progredir para formas graves como a eclâmpsia e a síndrome HELLP. A eclâmpsia é determinada por manifestação de crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas, com uma ou mais crises e/ou coma em gestante com hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia. E a síndrome HELLP apresenta hemólise (H), elevação das enzimas hepáticas (EL) e plaquetopenia (LP). Objetivo: Identificar características epidemiológicas e demográficas, destacando aspectos relativos ao caráter e regime de atendimento, número de internações, faixa etária, raça e cor, número de óbitos e taxa de mortalidade. Métodos: A coleta de dados foi realizada por meio de pesquisa de informações na plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) do período de janeiro de 2008 a dezembro de 2018, na busca dos códigos CID-10 no grupo O10 - O16 (Edema, proteinúria e transtornos hipertensivos na gravidez, no parto e no puerpério), na plataforma SciELO e no manual técnico de gestação de alto risco. O estudo presente é de caráter quantitativo, epidemiológico, descritivo e transversal. Resultados: O estudo analisou 58.329 internações de janeiro 2008 até dezembro de 2018, observando crescimento de 152,5% e taxa de 10% de crescimento médio anual, com 73% das internações no serviço público. Dentro do Grupo O10 - O16, 38% foram diagnosticados com CID 10 - O14, hipertensão gestacional induzida pela gravidez, com proteinúria significativa, a pré-eclâmpsia. A média de permanência nos leitos foi de 3,8 dias, destacando-se o contraste entre as regiões metropolitana I, com 5,2 dias, e a Noroeste, com 2,83 dias. Das gestantes, 35% eram pardas, 45% possuíam faixa etária entre 20 e 29 anos, 92% dos atendimentos tiveram caráter emergencial, e no período de 2016 a 2017 houve um aumento de 56,5% nos atendimentos de emergência. Houve 56 óbitos de gestantes no período estudado, e a taxa de mortalidade por atendimentos foi maior por ocorrência em Belford Roxo (6,67% ao ano) e por residência em Paty do Alferes (0,85% ao ano), entretanto, o município de Campos dos Goytacazes teve o maior coeficiente de mortalidade materna (0,09/1.000 nascidos vivos). Conclusão: As doenças hipertensivas gestacionais são um problema de significativa relevância na saúde pública do estado. É inegável a importância de um maior investimento na melhoria dos serviços especializados em gestações de alto risco para o diagnóstico precoce e melhor manejo das possíveis complicações relacionadas.


2019 ◽  
Vol 129 (2) ◽  
pp. 36-36
Author(s):  
Luiza Tomaz Vieira ◽  
Clara Petrucio ◽  
Barbara Moura Lapera ◽  
Gabriela Silva Freitas ◽  
Cristiane Alves de Oliveira ◽  
...  

Introdução: O objetivo da atenção pré-natal é prestar assistência de qualidade e humanizada, assegurando o bem-estar materno e fetal. A Unidade Materno-Infantil do Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense (HUAP/UFF), no município de Niterói, é referência hospitalar para atendimento terciário à gestação de alto risco da população da região Metropolitana II do estado do Rio de Janeiro. Para que seja possível a adequação da assistência prestada, é necessário estudar o perfil das pacientes atendidas. Objetivo: Descrever os perfis e os desfechos de pacientes que se internaram na Maternidade do HUAP/UFF e avaliar a adequação da qualidade dos cuidados pré-natais prestados. Métodos: Trata-se de estudo retrospectivo, descritivo e observacional, que incluiu todas as pacientes internadas no HUAP/UFF no período entre 01/07/2015 a 30/06/2016, listadas no Sistema de Gerenciamento de Internação (sistema MV2000) do HUAP/UFF. Resultados: Internaram-se 692 pacientes no período avaliado. Após exclusão de prontuários listados incorretamente (7) e repetidos por conta de reinternações (130), incluíram-se 555 prontuários para análise. Destes, 438 (78,9%) pacientes se internaram para parto, 38 (6,8%) para tratamento clínico (e não tiveram parto no HUAP/UFF no período de estudo) e 52 (9,4%) por interrupção da gestação no primeiro trimestre (incluindo abortamentos, doença trofoblástica gestacional e gestação ectópica). Entre as pacientes que tiveram parto, 187 (42,7%) fizeram pré-natal no HUAP, com média de 8,3±3,5 consultas, tendo idade materna média de 27,5±7,1 anos, número de gestações e de partos anteriores de 2,5±1,6 gestações e 1,1±1,2 partos, e idade gestacional no parto de 37,3±3,1 semanas completas. Quanto ao motivo de acompanhamento de pré-natal no HUAP/UFF, 231 (52,7%) foram encaminhadas por comorbidades, 104 (32%) por complicações no pré-natal e 38 (20,3%) por histórico obstétrico adverso. Quanto ao tipo de parto, 134 (30,6%) tiveram parto vaginal, 3 (0,7%) parto vaginal operatório, 241 (55%) parto cesáreo e 60 (13,7%) parto cesáreo após trabalho de parto (cesárea de emergência). Quanto aos desfechos, a média do peso ao nascer foi de 3.012±777,5 g, a amamentação foi exclusiva em 248 (54,3%) pacientes, 84 (19,2%) recém-natos se internaram na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, 14 (3,2%) tiveram Apgar no quinto minuto < ou =5, e houve 6 (1,4%) óbitos fetais e/ou neonatais. Conclusão: O conhecimento do perfil epidemiológico das pacientes internadas no HUAP e da adequação da assistência prestada a elas é necessário para a realização de análise crítica da qualidade da assistência, permitindo o estabelecimento de estratégias e de metas que possibilitem melhorá-la.


2019 ◽  
Vol 129 (2) ◽  
pp. 22-23
Author(s):  
Beatriz Lagrotta Leite ◽  
Carlos Alexandre Ribeiro Goulart ◽  
Alessandra Lofiego
Keyword(s):  

Introdução: Até a década de 1970, a gestação tripla era fenômeno exclusivamente espontâneo e bastante raro, ocorrendo uma vez a cada 10 mil partos. Desde então, com o advento da reprodução assistida, ocorreu aumento mundial na incidência das gestações múltiplas, e a trigemelaridade acontece em proporção de uma a cada dois mil partos. Comparadas às gestações únicas e gemelares, as trigemelares apresentam mais complicações maternas, com elevadas taxas de prematuridade e mortalidade perinatal, chegando alguns autores a preconizar a redução embrionária seletiva precoce, visando assegurar um melhor prognóstico para os fetos restantes. Mesmo com todos os riscos e complicações possíveis em uma gravidez múltipla, grande parte dos casais que passam por tratamento de fertilidade relatam o desejo desse tipo de gravidez, conforme indicam as bibliografias consultadas. Objetivo: O presente trabalho visa à popularização de um caso clínico envolvendo trigêmeos, com a finalidade de discutir os riscos, o prognóstico e as abordagens possíveis, bem como o impacto psicossocial na vida da paciente e dos familiares, de forma a auxiliar o manejo clínico desse tipo de gravidez por parte dos profissionais de saúde. Métodos: Obtiveram-se os dados por anamnese, exame físico, exames complementares, revisão do prontuário e consulta à literatura. Resultados: Mulher de 26 anos, primigesta, realizou fertilização in vitro em 2012, resultando em gestação trigemelar, tricoriônica e triamniótica. Chegou ao pré-natal com nove semanas de gestação. Evoluiu assintomática, com consultas quinzenais até 16 semanas, quando chegou com queixa de leucorreia amarelada e dor em hipogástrio. Ao exame, apresentou o colo centralizado, 3 cm dilatado e com herniação da bolsa amniótica. Foi submetida a cerclagem de emergência, com reintrodução da bolsa amniótica ao útero, permanecendo internada, sob vigilância obstétrica, em uso regular de isoxsuprina endovenosa e repouso. Com 19 semanas, sofreu aborto espontâneo de um dos fetos, com intensa hemorragia, sem a dequitação placentária. Foi novamente submetida a cerclagem emergencial, com introdução do coto umbilical ao útero e manutenção da isoxsuprina e repouso absoluto. Evoluiu bem até 27 semanas, quando entrou em trabalho de parto prematuro, com nascimento de dois fetos vivos, de baixo peso, com complicações cardíacas, visuais e respiratórias. Ambos foram assistidos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, com desenvolvimento neuropsicomotor satisfatório até a alta, após dois meses. Conclusão: A trigemelaridade é condição rara, que suscita muitas variáveis em relação ao acompanhamento pré-natal, à avaliação dos riscos materno-fetais e dilemas éticos e aspectos psicossociais envolvidos. Assim, faz-se necessário o acompanhamento dos casos em centro especializado, envolvendo equipe multidisciplinar, para que as possíveis intercorrências sejam avaliadas juntamente com a família.


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