Lesbianidades e identizações no ciberespaço

2021 ◽  
Vol 2 (02) ◽  
pp. 105-131
Author(s):  
Camila Bonin Liebgott ◽  
Leandro Rogério Pinheiro

Neste artigo, propomo-nos a analisar como jovens lésbicas constroem suas identizações em ativismos contra a lesbofobia a partir das narrativas que produzem em redes sociais, e como esse tipo de ativismo contribui para sua luta. Discorre-se, inicialmente, sobre abordagens históricas e científicas da lesbianidade e sobre lesbofobia, recorrendo-se, neste caso, às teorizações de Ángela Lorenzo. Em articulação, trabalhamos com o conceito de ‘identização’, tal como problematizado por Alberto Melucci, com vistas à discussão sobre produção identitária e ativismo. A abordagem metodológica alinha-se com a etnografia virtual, neste caso realizada na rede social Instagram durante o ano de 2021. Foram selecionadas postagens publicadas por quatro jovens lésbicas, com idades entre 25 e 34 anos, escolhidas por tornarem visíveis assuntos sobre as lesbianidades.  As análises mostraram que prevalece o teor autobiográfico das narrativas textuais e imagéticas. São variadas as estratégias narrativas empregadas para investir e tornar visíveis pautas dos movimentos lésbicos. Podemos afirmar que as identizações dessas ativistas são construídas cotidianamente na escrita sobre si, bem como no desenvolvimento de uma rede de trocas de informações e afetos com outras lésbicas. Há um uso explicitamente político do Instagram, à medida que as postagens tornam correntes temas como as lesbianidades e as existências lésbicas, buscando, também, reconhecimento de lutas e identidades.

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