Sul-Sul - Revista de Ciências Humanas e Sociais
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Published By Universidade Federal Do Oeste Da Bahia

2675-3758

2021 ◽  
Vol 2 (02) ◽  
pp. 179-200
Author(s):  
Nathaliê Cristo Ribeiro dos Santos ◽  
Rita de Cássia Santos Freitas
Keyword(s):  
De Se ◽  

Este artigo analisa um tipo de violência ainda pouco discutido dentre os estudos e pesquisas da área de diversidade sexual e de gênero, mas que necessita ser analisado com maior atenção: a violência nas relações lésbicas. A questão da violência nos relacionamentos lésbicos traz a necessidade de se ampliar a leitura bidimensional sobre o problema da violência conjugal e desconstrói a ideia de que a violência doméstica é um fenômeno restrito ao âmbito da heterossexualidade. Com o objetivo de analisar como esse problema se expressa na realidade, apresentamos os resultados de entrevistas semiestruturadas realizadas com profissionais de algumas instituições que integram a rede de atendimento às mulheres da cidade de Niterói. Através das entrevistas foi possível ouvir experiências e relatos de profissionais sobre como o problema da violência conjugal lésbica se manifesta em seus cotidianos de trabalho.


2021 ◽  
Vol 2 (02) ◽  
pp. 201-217
Author(s):  
Veralucia Pinheiro ◽  
Roseli Martins Tristão Maciel

O presente trabalho faz uma análise sobre a violência contra a mulher que se desenvolve em dois contextos e, por isso, possui diferenças quanto à narrativa, à temporalidade e à cultura. Trata-se, respectivamente, de um conto escrito no século XIX de autoria do russo Dostoiévski e de uma matéria jornalística publicada no Brasil em 2018. O objetivo principal é demonstrar que os valores machistas que justificavam a violência contra a mulher em uma sociedade à margem do mundo ocidental, de característica rural e pré-capitalista, ainda se fazem presentes no espaço urbano brasileiro contemporâneo. Outrossim, destacar que apesar das lutas protagonizadas pelos movimentos sociais, especialmente o movimento feminista cujas conquistas se materializam em legislações e instituições destinadas à proteger a mulher dos espancamentos, dos estupros, dos assassinatos etc, esse ciclo de violência não se rompeu e ainda faz parte do cotidiano de milhares de mulheres em nosso país.


2021 ◽  
Vol 2 (02) ◽  
pp. 68-88
Author(s):  
Joana Ziller ◽  
Leíner Hoki ◽  
Dayane Do Carmo Barretos

Brancas, jovens, magras: assim é a maioria das mulheres lésbicas que se dão a ver no YouTube. Tal percepção se baseia em uma amostra de 862 vídeos coletados a partir das tags “lésbicas” e “sapatão” para analisar que corpos são visíveis nesse escopo, principalmente no que se refere à raça/etnia, idade e padrão corporal. Para abordar essa questão, iniciamos o artigo recuperando as produções acadêmicas, principalmente brasileiras, que tematizam as lesbianidades, a fim de conceituar melhor o que entendemos pelo termo. Chegamos a uma concepção de lesbianidade como identidade e como prática, que nos permitiu avançar em uma abordagem mais ampla nas nossas considerações acerca das lésbicas que se dão a ver nas produções analisadas. Em nossa pesquisa, percebemos que, para além da predominância de corpos que performam um padrão normativo de ser mulher, há também expressões de resistências e diversidades importantes de destacar. Concluímos, assim, que há várias formas de ser lésbica, mas que elas estão submetidas a lógicas normativas que não só complexificam essas existências por meio do jogo entre docilidade e resistência, como também operam sobre as visibilidades. 


2021 ◽  
Vol 2 (02) ◽  
pp. 08-18
Author(s):  
Dayana Brunetto Carlin dos Santos ◽  
Grazielle Tagliamento

Este artigo procura compreender, numa perspectiva foucaultiana e dos estudos de gênero, as relações de poder que produzem a invisibilidade das experiências, corpos e práticas relacionadas às lesbianidades no Brasil. Mesmo com diversas pesquisas acadêmicas e perante as trajetórias de ativistas lésbicas pelo país, tais experiências, corpos e práticas seguem invisibilizados. A análise questiona se tais relações estariam se produzindo por meio de discursos que interseccionam o machismo e a misoginia, dentre outras doenças sociais, ao eleger como alvos corpos e experiências que ousam se distanciar das normas colocadas em funcionamento pela heterossexualidade compulsória. Busca ainda pensar sobre as formas como as experiências lésbicas são, muitas vezes, sabotadas pelo próprio movimento social LGBT e por outros movimentos que contribuem para o apagamento desses corpos e práticas, colocando-os como menos importantes. Corpos e experiências lésbicas importam? Para quem? A partir destas reflexões, o texto investiga também a articulação da Rede Nacional de Ativistas e Pesquisadoras Lésbicas e de Mulheres Bissexuais – Rede LésBi Brasil, como uma estratégia de resistência aos tempos de obscurantismo acirrados no Brasil desde as eleições presidenciais de 2018.


2021 ◽  
Vol 2 (02) ◽  
pp. 105-131
Author(s):  
Camila Bonin Liebgott ◽  
Leandro Rogério Pinheiro

Neste artigo, propomo-nos a analisar como jovens lésbicas constroem suas identizações em ativismos contra a lesbofobia a partir das narrativas que produzem em redes sociais, e como esse tipo de ativismo contribui para sua luta. Discorre-se, inicialmente, sobre abordagens históricas e científicas da lesbianidade e sobre lesbofobia, recorrendo-se, neste caso, às teorizações de Ángela Lorenzo. Em articulação, trabalhamos com o conceito de ‘identização’, tal como problematizado por Alberto Melucci, com vistas à discussão sobre produção identitária e ativismo. A abordagem metodológica alinha-se com a etnografia virtual, neste caso realizada na rede social Instagram durante o ano de 2021. Foram selecionadas postagens publicadas por quatro jovens lésbicas, com idades entre 25 e 34 anos, escolhidas por tornarem visíveis assuntos sobre as lesbianidades.  As análises mostraram que prevalece o teor autobiográfico das narrativas textuais e imagéticas. São variadas as estratégias narrativas empregadas para investir e tornar visíveis pautas dos movimentos lésbicos. Podemos afirmar que as identizações dessas ativistas são construídas cotidianamente na escrita sobre si, bem como no desenvolvimento de uma rede de trocas de informações e afetos com outras lésbicas. Há um uso explicitamente político do Instagram, à medida que as postagens tornam correntes temas como as lesbianidades e as existências lésbicas, buscando, também, reconhecimento de lutas e identidades.


2021 ◽  
Vol 2 (02) ◽  
pp. 19-46
Author(s):  
Gabriela Gonçalves ◽  
Paula Marques da Silva

O objetivo de nosso trabalho foi cartografar experiências sapatão na cidade. Trata-se de uma pesquisa inserida no campo de estudos do gênero e das interseccionalidades. Nos interessou conhecer, especialmente, de que maneira os corpos-sapatão foram e são constituídos em meio a processos institucionais e como se localizam em meio às forças em relação. Os dados foram produzidos e analisados com base no método cartográfico, a partir da ferramenta de um caderno itinerante que circulou entre as 5 participantes-narradoras. Para a composição do diagrama teórico-analítico, utilizamos da performatividade, precariedade e aliança em Butler, da noção de encontro como aquilo que produziu as narrativas e da cidade como território existencial. As linhas de análise aparecem intituladas como Foi difícil escrever, tive que me conectar com a K. de 1990; Quem lhes solicita para estar atente a estas palavras não é uma mulher, mas sim uma sapatã; Aprendi com meu avô que a saliva tem mais poder que a pólvora; Corpo é cidade, muda mas permanece mesmo com toda a mudança e Por um ethos sapatão-cartográfico de condução da escuta. Encontramos, em nosso trabalho, modos  plurais de corpos-sapatão experimentarem as cidades, a partir de um acompanhamento de processos possibilitado pelo exercício das escritas de si. 


2021 ◽  
Vol 2 (02) ◽  
pp. 47-67
Author(s):  
Aline de Macedo Manhães ◽  
Isabel Almeida Carneiro

O artigo investiga os registros fotográficos de Ana Mendieta, Zanele Muholi e Jade Marra, três mulheres do sul global. Para investigar suas obras partimos das ideias de teóricas feministas terceiro-mundistas como Gloria Anzaldúa e Karina Vergara Sanches. Além de trazermos o pensamento de Silvia Federici, Simone de Beauvoir, Linda Noclin e Roberta Barros para nos auxiliar nas leituras complexas das imagens sobre representação e visibilidade lésbica. Trabalhamos com o conceito de A/r/tografia de Rita Irwin que subverte questões centrais hegemônicas do academicismo branco para a construção de novas epistemologias feministas.


2021 ◽  
Vol 2 (02) ◽  
pp. 01
Author(s):  
Carlos Henrique De Lucas ◽  
Terezinha Oliveira Santos

Expediente. Vol. 02, N. 02. Epistemologias e ativismos lésbicos no Sul Global. Organizadoras Simone Brandão Souza (UFBA), Suane Felippe Soares (UFRJ) e Maria Aparecida Silva (UFAL).


2021 ◽  
Vol 2 (02) ◽  
pp. 153-161
Author(s):  
Rodrigo Sales Queiroz ◽  
Nayane Nepomuceno da Cruz ◽  
Valeria Dos Santos Noronha
Keyword(s):  

O estudo apresenta reflexões sobre as violências e segurança pública no Brasil direcionada a lésbicas pretas sapatonas, compreendendo que o processo histórico colonizatório provocou um tipo de sociabilidade visando o apagamento de memórias, vivências e epistemes na América Latina, privilegiando o eurocentrismo, a branquitude e a heterossexualidade. Busca-se adentrar nesta construção do gênero no Sul Global, pensando as identidades lésbicas sapatonas pretas latinas, evidenciando a importância de análises interseccionais e descoloniais para o entendimento das violências que acometem suas existências e produção de novas epistemes.


2021 ◽  
Vol 2 (02) ◽  
pp. 218-243
Author(s):  
Atanásio Mykonios ◽  
Josélia Barroso Queiroz Lima ◽  
Aline Faé Stocco

Este artigo coloca em análise o processo de expansão da universidade pública brasileira, tendo por referência a experiência da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha (UFVJM) e a condução do curso Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades, Campus JK. Diamantina, MG, Brasil. Nele, as(o) autoras (es) refletem sobre os desafios educacionais da interdisciplinaridade e sobretudo, discutem sobre os desafios da inclusão social como condição à democratização social. As (o) autoras(o) ex-coordenadores de curso,  narram as trajetórias e o fazer pedagógico vivido com  os sujeitos sociais que chegam a universidade, homens e mulheres trabalhadores, negros, não hetero normativos, de classe social baixa, apontando para a necessidade de rupturas epistêmicas e a importância do fazer educacional como ato comprometido com a transformação social. Sendo um relato de experiência, o texto registra, descreve, discute os percursos construídos e os obstáculos da educação pública, gratuita e socialmente referenciada num país que, historicamente, nega ao seu povo o direito social a educação. Não obstante, apontam para as múltiplas possibilidades que os ‘corpos dissidentes’ produzem de saberes, de afetos, de conhecimentos quando o diálogo entre a universidade e os que chegam se abre como caminho metodológico e pedagógico, garantindo que as diferenças possam ser reconhecidas.


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