Marcos Ferreira da Costa Lima, por Artur Villaça Franco

Marcos Ferreira da Costa Lima, por Artur Villaça Franco.

Pensamento e ação em Pinto Ferreira: o Direito Constitucional na Faculdade de Direito do Recife

Este artigo tem por objetivo investigar a trajetória constitucional do professor Luiz Pinto Ferreira durante o período vivenciado na Faculdade de Direito do Recife (FDR), tanto como aluno, quanto como professor. Também busca analisar o impacto de seu pensamento na história constitucional brasileira. Inspirado no método indiciário de Carlo Ginzburg, que valoriza as particularidades e os pequenos detalhes do dia a dia como estratégia para compreender o contexto histórico geral, a pesquisa revisitou o percurso acadêmico, jurídico (como filósofo, professor e pensador social) e político do professor Luiz Pinto desde os anos 30. Verificou-se que, dada a extensão e profundidade de suas principais obras no campo do Direito Constitucional e Público, o professor contribuiu para o desenvolvimento do pensamento constitucional brasileiro na qualidade de jurista, professor e político, tendo especial participação no processo de elaboração da Constituição Federal de 1988, como membro integrante da Comissão Afonso Arinos, e da Constituição do Estado de Pernambuco de 1989, como autor do seu anteprojeto. Conclui-se que a associação de seu pensamento constitucional e de sua ação política, de modo indissociável à sua condição de professor e catedrático da Faculdade de Direito do Recife, também contribuiu para a projetar a imagem da Faculdade de Direito e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) como um relevante centro jurídico e político do país.

José Inocente e o educador sem cartilha

Conto sobre o desenvolvimento da trajetória edcacional do personagem José Inocente e seu reencontro com o educador Paulo Freire.

As Universidades Públicas e o Desenvolvimento do Brasil – 75 anos da UFPE

Editorial do volume 38, número 2, 2021, da Estudos Universitários: revista de cultura da UFPE. Edição especial As Universidades Públicas e o Desenvolvimento do Brasil – 75 anos da UFPE.

Ensino remoto no contexto pandêmico: projeto de ensino “Para Além das Fronteiras: Videoconferências em RI"

Este trabalho analisa os desafios enfrentados, durante a pandemia de Covid-19, pela educação no Brasil, especificamente a adoção do Ensino Remoto Emergencial (ERE) pela universidade pública. A fim de garantir a qualidade, a universalidade de acesso e o vínculo entre os corpos técnico, docente e discente, diversas iniciativas foram tomadas pelo país. O projeto de ensino “Para além das fronteiras: videoconferências em RI” foi uma iniciativa do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que, por meio de parceria com centros de ensino e pesquisa, estabeleceu metodologia própria baseada na adoção exclusiva de recursos digitais e acesso remoto. Além disso, o projeto promoveu inúmeras palestras remotas com pesquisadores de todo o país, fomentou debates de qualidade e assegurou o vínculo dos participantes, garantindo a universalidade de acesso ao material produzido. Desse modo, o objetivo deste texto é, em formato de relato crítico, discutir a experiência do projeto de ensino, cuja primeira edição teve lugar no contexto pandêmico de 2020, e avaliar a utilização do ensino remoto observando suas potencialidades e limitações. Por meio de revisão bibliográfica aplicada aos dados resultantes do projeto, considera-se que a utilização do ensino remoto foi, para o projeto de ensino, satisfatória no que tange ao conteúdo e alcance, mas que, ainda assim, deve ser amplamente discutida para fins de realização de propostas de metodologias de ensino-aprendizagem adequadas ao formato que garantam a manutenção do vínculo de seus participantes.

Qual universidade pública é requerida para defesa dos valores republicanos?

Apresentação do volume 38, número 2, 2021, da Estudos Universitários: revista de cultura, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Edição especial As Universidades Públicas e o Desenvolvimento do Brasil – 75 anos da UFPE.

fotografia de guerra

Poema de Cida Pedrosa originalmente publicado no livro gris (Cepe, 2018). Cida Pedrosa nasceu em Bodocó, Sertão do Araripe pernambucano, em 1963. Foi uma das coordenadoras do Movimento de Escritores Independentes de Pernambuco na década de 1980. Publicou dez livros de poemas, sendo os mais recentes Estesia (2020); Solo para Vialejo (2019), vencedor do Prêmio Jabuti 2020 (Livro do Ano e Livro de Poesia); Gris (2018); Claranã (2015); Miúdos (2011) e As filhas de Lilith (2009). Tem participação em antologias de poemas e contos no Brasil e no exterior. Alguns de seus livros foram selecionados pelos prêmios Portugal Telecom e Prêmio Oceanos de Literatura. Atualmente vem se dedicando a falar sobre literatura no canal Fresta (youtube.com/cidapedrosa).

Patrimônio tomando as rédeas da história e da memória: o (re)florescimento da Faculdade de Direito do Recife no início do século XXI

Projeto do Império executado pela República e atualmente sob a tutela da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o prédio-sede da Faculdade de Direito do Recife (FDR) se configurou, nos tempos do Regime Militar, em um emblemático exemplo do descaso que não raro acomete nossas heranças patrimoniais, não obstante a histórica vinculação daquela edificação com a elite socioacadêmica e política de Pernambuco (SANTOS, 2016). Berço da Universidade do Recife e do primeiro Reitor da UFPE, Joaquim Ignácio de Almeida Amazonas (1946 a 1959), o prédio de 110 anos se encontra atrelado à história e à memória dos cursos jurídicos e sociais criados em 1827. Entretanto, ameaçado à quase ruína – que motivou o tombamento federal e uma paliativa intervenção estrutural de modo a salvaguardá-lo –, foi apenas no início do século XXI que o prédio começou a se reerguer nas dimensões arquitetônica, histórica e memorial, graças às ações da gestão Luciana Grassano (2007-2015). Na primeira seção deste texto, por meio de registros fotográficos, o artigo destaca peculiaridades históricas e arquitetônicas do bem patrimonial que o assegura como monumento nacional brasileiro desde 1980. Na segunda seção, são expostas as ações da gestão Grassano, que implicaram o soerguimento institucional em seus aspectos memorial e histórico. Conclui-se que a ausência de política institucional que garanta a manutenção do patrimônio edificado e bens integrados no âmbito da UFPE viola a norma constitucional (RIBEIRO, 2016) e, se não ameaça, compromete a saúde e longevidade de bens patrimoniais como a FDR, ao deixá-los à mercê da idiossincrasia de efêmeros administradores.

O acesso à universidade pública é um direito: a transformação social através do pré-acadêmico Vestibular Solidário do Centro de Educação da UFPE

Este ensaio, escrito no contexto pandêmico da Covid-19, homenageia o pré-acadêmico Vestibular Solidário, projeto de extensão vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc) e ao Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Neste texto, abordamos as vivências de uma ex-aluna e de uma coordenadora da setorial de extensão em 2017. O pré-acadêmico tem como objetivo auxiliar estudantes de escolas públicas e bolsistas da rede privada na preparação para o ingresso a universidades públicas e a outras instituições, possibilitando, também, a integração do professor-aluno baseada em uma relação não-vertical e preparando os/as alunos/as também para sua formação como seres críticos e com autonomia frente à sociedade. Desse modo, o acesso à universidade é um direito, e, através da transformação social, como um projeto de extensão, o Vestibular Solidário rompe os muros da universidade através de práticas educacionais que conversam com a visão freireana da Pedagogia do Oprimido e com a Educação Libertadora.

A trajetória do curso de formação de professores de Biologia na Universidade Federal de Pernambuco

No Brasil, a formação de professores nos cursos de licenciatura sempre esteve pautada no domínio dos conteúdos específicos da disciplina a ser ensinada e a sua compreensão histórica está diretamente associada à profissionalização dos docentes. A partir disso, o objetivo deste trabalho é apresentar a trajetória do curso de formação de professores de Biologia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) entre 1952 e 2021. Para isso, foi conduzido um estudo historiográfico pautado na pesquisa documental. O curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFPE apresenta uma trajetória de quase sete décadas marcada por três fases distintas: 1) um curso criado na Faculdade de Filosofia de Pernambuco (Fafipe), em 1952, pautado numa concepção dicotômica, valorizando as disciplinas científicas do bacharelado e complementando a formação docente com algumas disciplinas pedagógicas; 2) um modelo reorganizado a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) de 1996, que oficialmente separou o bacharelado e a licenciatura, mas com alunos se formando numa concepção de teoria separada da prática profissional; e 3) um modelo não eclipsado pela sombra de um bacharelado no ano de 2006, articulando as disciplinas de formação específica e as de formação pedagógica ao longo de todos os semestres do curso.