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Published By Universidade Federal De Santa Catarina

1984-8412, 1415-8698

2021 ◽  
Vol 18 (3) ◽  
pp. 6732-6744
Author(s):  
Rui Pereira

RESUMO: A tradição gramatical portuguesa assume geralmente que -ecer é um constituinte sufixal característico de verbos incoativos, ou seja, verbos que exprimem o início de um estado ou processo. Neste artigo, procuraremos averiguar em que medida este proclamado valor aspetual dos verbos terminados em -ecer se encontra atestado no português contemporâneo ou em alguma(s) das fases pretéritas da nossa língua. Para esse efeito, analisa-se o significado de cinco verbos terminados em -ecer (adormecer, amanhecer, amarelecer, apodrecer, endurecer) ao longo do seu percurso diacrónico, com base nas atestações encontradas no CIPM - Corpus Informatizado do Português Medieval e em obras lexicográficas editadas a partir do século XVI. Os dados permitem concluir que, desde o português antigo, os verbos em -ecer, mais do que expressar um evento no seu início, denotam eventos que focalizam o estado final da mudança sofrida por uma entidade.


2021 ◽  
Vol 18 (3) ◽  
pp. 6529-6542
Author(s):  
Gabriel Henrique Galvão Passetti ◽  
Gustavo da Silva Andrade

A Negação é uma forma de conceber a organização do mundo de forma contrária ao que se espera na realidade. Nas línguas naturais, a Negação é um complexo fenomenológico ímpar, uma vez que a realidade extralinguística pode ser negada em sua totalidade ou, apenas, parcialmente. Nas línguas nativas brasileiras, essa forma de conceber o mundo parece ser mais ressaltada: cognitivamente, a forma como alguns povos concebem o mundo é distinta daquela por meio da qual o concebemos. Neste trabalho, em busca de uma generalidade de um grupo de línguas nativas, cotejamos duas categorias gramaticais, quais sejam: a expressão da negação e a codificação da função contraste. Trata-se de um trabalho ainda incipiente, à luz da Gramática Discursivo-Funcional (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008), que atesta possíveis relações entre esses elementos. À guisa de conclusão, identificamos uma relação lógico-semântica entre essas categorias que, em certa medida, parece ser encontrada em línguas nativas brasileiras.


2021 ◽  
Vol 18 (3) ◽  
pp. 6562-6584
Author(s):  
Aline Mara de Oliveira ◽  
Izabel Christine Seara ◽  
Ronaldo Mangueira Lima Jr

Este estudo experimental objetivou a caracterização fonético-acústica de encontros consonantais em sílabas CCV. Participaram do estudo crianças entre 5 e 6 anos com fala típica e com desvio fonológico. Os resultados mostraram que os dois grupos estão em processo de refinamento articulatório dos gestos envolvidos na produção das sílabas CCV, apresentando os mesmos eventos acústicos que caracterizam tal refinamento, como desvozeamento, bloqueios orais e múltiplos bursts. No entanto, as crianças com desvio fonológico apresentaram esses eventos acústicos com maior ocorrência. Para esse grupo, foi constatado ainda que o rótico em sílabas CCV não foi produzido, no entanto, o VOT e as vogais núcleo apresentaram duração mais longa quando comparada à duração exibida nos dados do grupo de fala típica. Essas características parecem evidenciar que as crianças de fala atípica têm conhecimento fonológico quanto à presença de um segmento que ainda não é produzido por elas.


2021 ◽  
Vol 18 (3) ◽  
pp. 6443-6454
Author(s):  
Luciana Iost Vinhas

Em abril de 2019, o Presidente da República brasileira, Jair Messias Bolsonaro, fez uma declaração referindo-se ao turismo no país. Com base no dispositivo teórico-analítico da Análise do Discurso materialista, a presente reflexão tem o objetivo de analisar discursivamente esse enunciado, proferido pelo chefe do Executivo brasileiro, observando a forma como o discurso é formulado sintaticamente. Atentamos para a discursivização do gênero, entendendo que gênero e sexualidade são significadas pelo processo de interpelação ideológica, dependente do funcionamento de uma formação discursiva. Percebemos, com a análise, que o enunciado reproduz a violência de gênero a partir de uma formação discursiva conservadora, sendo possível essa observação através de um trabalho sobre a sintaxe que constitui a sequência discursiva em análise.


2021 ◽  
Vol 18 (3) ◽  
pp. 6395-6399
Author(s):  
Atilio Butturi Junior

Apresentação v.18 n.3 2021


2021 ◽  
Vol 18 (3) ◽  
pp. 6466-6478
Author(s):  
Marília Camponogara Torres ◽  
Mariana Lima Terres

Este estudo teve como objetivo analisar quais são as concepções de língua presentes no componente curricular Língua Inglesa do Ensino Fundamental propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Para isso, adotou-se uma abordagem qualitativa por meio da análise de excertos que versavam sobre língua. As concepções que embasaram a análise foram baseadas nas entrevistas de Salomão, Castilho, Geraldi e Rajagopalan (XAVIER; CORTEZ, 2003), os quais entendem a língua como expressão do pensamento, instrumento de comunicação, processo de interação e bandeira política, respectivamente. Como resultado, foi observada principalmente uma coocorrência de duas diferentes concepções de língua nos excertos analisados da Base – como interação e bandeira política. Dessa forma, considera-se essencial uma reavaliação do conceito de língua dos documentos norteadores do ensino de língua inglesa, garantindo uma melhor orientação dos currículos escolares e promovendo a educação básica de forma igualitária em todo país.


2021 ◽  
Vol 18 (3) ◽  
pp. 6645-6659
Author(s):  
Maurício Sartori Resende

Este trabalho discute propriedades morfológicas, sintáticas e semânticas dos verbos modais do português.   Seguindo os pressupostos da Gramática Gerativo-Transformacional, este artigo discorre sobre dois problemas bastante caros à caracterização dos verbos modais, que têm a ver com seu estatuto de homônimos ou polissêmicos.   Reanalisando o caráter “lexical” desses verbos bem como seu caráter “auxiliar”, este estudo defende que há apenas uma única entrada para dever e poder e que suas propriedades estruturais e interpretativas dependem da sintaxe e não do léxico. Para tanto, este trabalho advoga em favor de uma categoria MODAL, não como rótulo descritivo, mas como primitivo da gramática, e mostra quais as consequências teóricas e empíricas dessa proposta.   


2021 ◽  
Vol 18 (3) ◽  
pp. 6706-6716
Author(s):  
Manuel Duarte João Pires

O voseio vós-tu, uso do pronome vós para referir a segunda pessoa do singular, forma de tratamento peculiar e reverente em alguns locais do Nordeste Transmontano, tem vindo a desaparecer ao longo das últimas décadas. O presente estudo tem como objetivo analisar o uso deste voseio numa aldeia raiana da referida região geográfica através de entrevistas a indivíduos de diferentes grupos etários. Este estudo conclui que atendendo às mudanças de cariz sociocultural e à idade de quem muito pontualmente ainda faz uso desta forma de tratamento (as gerações mais seniores), o voseio do Nordeste Trasmontano, embora ainda se use, deverá desaparecer por completo a breve prazo. O ocaso deste voseio deixa a língua portuguesa e o Nordeste Trasmontano, em particular, despojados de uma das suas várias e cadentes particularidades sociolinguísticas.


2021 ◽  
Vol 18 (3) ◽  
pp. 6543-6561
Author(s):  
Ana Germana Pontes Rodrigues ◽  
Aluiza Alves de Araújo ◽  
Maria Lidiane de Sousa Pereira

Com base nos postulados teórico-metodológicos da Sociolinguística variacionista e da Teoria da difusão lexical, investigamos o comportamento variável da fricativa alveopalatal sonora /ʒ/ em início de sílaba e em amostra de linguagem falada culta de Fortaleza - CE. Objetivamos analisar a atuação de fatores linguísticos e extralinguísticos sobre a manutenção de [ʒ] em coocorrência com sua aspiração [h]. Para tanto, selecionamos uma amostra de linguagem falada composta por 18 inquéritos extraídos do Projeto Português Oral Culto de Fortaleza (PORCUFORT). Em linhas gerais, verificamos que são pertinentes para o fenômeno em foco os grupos de fatores linguísticos Natureza do vocábulo e o Contexto fonológico subsequente. Quanto aos fatores extralinguísticos, o sexo e a faixa etária atuam sobre o comportamento variável de /ʒ/. A partir desses resultados, concluímos que, na amostra de fala deste estudo, a realização da fricativa /ʒ/, em início de sílaba, é um fenômeno variável devidamente influenciado por fatores de ordem interna e externa ao sistema linguístico.


2021 ◽  
Vol 18 (3) ◽  
pp. 6479-6494
Author(s):  
Maria Gabriel ◽  
Jeniffer Imaregna Alcantara de Albuquerque

Este trabalho se insere na esteira de reflexões sobre o processo de ensino-aprendizagem de Português como Língua Adicional (PLA) no contexto de refúgio e/ou migração forçada. Como objetivo, pretendemos refletir sobre a construção da identidade de professores de PLA no ensino de comunidades migrantes, por meio de incidentes/momentos críticos nos processos de negociação entre professores e alunos estrangeiros. Para tanto, nos baseamos na concepção de momentos/incidentes críticos descritos por Pennycook (2004) e Farrell (2008) para analisar entrevistas orais realizadas com professores do projeto PBMIH (Português Brasileiro para Migração Humanitária). Entre os resultados, apontamos que as narrativas construídas pelos professores estão intimamente ligadas com a experiência ou inexperiência com o ensino de Línguas Adicionais e, de modo geral, os momentos críticos ocorridos em sala de aula (presentes em seus relatos ao longo das entrevistas) geraram mudanças no planejamento do curso que estavam ministrando.


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