AS CARACTERÍSTICAS DOS TEXTOS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA QUE PROMOVEM O INTERESSE PELA CIÊNCIA EM UM PÚBLICO INFANTOJUVENIL

Neste artigo identificamos as principais características de textos de divulgação científica que têm o potencial de despertar o interesse pela ciência e facilitar a aprendizagem no público infantojuvenil. Para isso, escrevemos textos de divulgação conjugando técnicas de redação utilizadas por jornalistas científicos e informação científica dos pesquisadores brasileiros envolvidos no projeto J-PAS (Javalambre Physics of the Accelerating Universe Astrophysical Survey). Realizamos aplicações didáticas para turmas de 7º, 8º e 9º ano do Ensino Fundamental 2 e uma para uma turma do 1º Ano do Ensino Médio. Os resultados indicam que o uso de textos de divulgação científica podem ser uma estratégia eficaz não apenas para a difusão do conhecimento, mas também para o ensino de Astronomia na sala de aula. Este trabalho foi desenvolvido no contexto de um mestrado profissional em ensino de Astronomia, que teve como produto educacional uma rede de divulgação centrada na plataforma Wordpress e ligada às redes sociais Facebook, Twitter e Google Plus, além de um e-book voltado a professores com parâmetros de escolha de textos de divulgação científica para atividades didáticas e uma proposta de atividade didática com textos de divulgação científica.

AUSÊNCIA DE GRAVIDADE E ESTADO DE IMPONDERABILIDADE: A CONCEPÇÃO DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

O presente artigo relata um estudo de cunho descritivo realizado com estudantes universitários do primeiro semestre acerca dos conceitos de ausência de gravidade e imponderabilidade. Os sujeitos deste estudo foram estudantes dos cursos das áreas de Ciências Exatas e Engenharias de uma universidade comunitária do município de Caxias do Sul, RS. Um questionário fechado foi aplicado aos estudantes para identificar seu entendimento acerca dos conceitos de imponderabilidade e de ausência de gravidade. Para isso, foi realizado um levantamento bibliográfico para auxiliar na elaboração das perguntas que compunham o questionário. Os resultados do questionário indicaram que mais da metade dos estudantes não distinguiu entre os conceitos de ausência de gravidade e imponderabilidade. Diante dos resultados obtidos, enfatiza-se a recomendação para que professores, tanto de Ensino Médio quanto de Graduação, procurem material apropriado e utilizem estratégias adequadas para ensinar esses temas em suas aulas.

TÉCNICAS DE CAPTURA E PROCESSAMENTO DE ASTROFOTOGRAFIAS UTILIZANDO EQUIPAMENTOS DE BAIXO CUSTO: UMA METODOLOGIA PARA O ENSINO DE ASTRONOMIA

É crescente o número de interessados em coletar imagens do céu, seja para uso amador oucientífico. Com isto, várias tecnologias têm sido utilizadas para capturar e processar imagens de astros, desde câmeras de alto custo, em grandes observatórios com telescópios enormes, até câmeras digitais pequenas e sensores CCDs. É evidente que o acesso ao campo da astrofotografia possui ainda uma barreira financeira, tanto para astrônomos amadores quanto para pesquisas em instituições de ensino. Sendo assim, este trabalho busca elaborar uma metodologia simples que exemplifica técnicas de captura e processamento de astrofotografias utilizando equipamentos de baixo custo. Para isto, são realizadas astrofotografias utilizando duas câmeras digitais pequenas acopladas a um telescópio, que posteriormente foram processadas e analisadas. Foram obtidas astrofotografias da Lua, Saturno, Júpiter e suas luas Galileanas. Além disso, calculou-se os diâmetros de várias crateras lunares, a fim de exemplificar a aplicação do método na extração de dados físicos das imagens, assim como evidenciou-se o movimento orbital das luas de Júpiter (Europa, Ganimedes, Io e Calisto). A metodologia apresentada se mostrou eficiente ao capturar, processar e extrair dados físicos de astrofotografias, podendo ser aplicadas tantopara fins artísticos quanto para o ensino de Astronomia.

TEMAS DE ASTRONOMIA EM FEIRAS DE CIÊNCIAS: REFLEXÕES SOBRE CURRÍCULOS E INTERDISCIPLINARIDADE

Este trabalho apresenta levantamento realizado a partir de uma análise documental dos anais de nove edições de feiras de ciências promovidas por uma universidade comunitária do Rio Grande do Sul, visando mapear conteúdos e possíveis abordagens interdisciplinares em pesquisas escolares que envolvem temas de Astronomia. Sob uma perspectiva teórica que considera as feiras como um espaço profícuo de incentivo à iniciação e educação científicas, trabalha-se com a premissa de que esses contextos estão permeados de maior autonomia de escolha de temas de estudo do que habitualmente ocorre em contextos formais de ensino. Assim, a maior ou menor presença de temáticas da Astronomia poderia favorecer práticas de ensino e pesquisa inspiradas na interdisciplinaridade. A análise documental realizada detectou dezesseis trabalhos, nos níveis do Ensino Fundamental ou Médio, ligados à Astronomia, com preferênciapor temas associados à Astronáutica e foguetes, seguidos de temas relacionados ao planeta Terra e à Cosmologia. Quanto à interdisciplinaridade, identificou-se diferentes níveis de integração, desde conexões internas às temáticas pesquisadas até a integração de duas ou mais disciplinas escolares nas pesquisas.

ATIVIDADES INVESTIGATIVAS NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES EM ASTRONOMIA: O MOVIMENTO APARENTE DO SOL NO CÉU E A DURAÇÃO DOS DIAS E NOITES

No presente trabalho, relatamos a aplicação de duas atividades investigativas sobre o movimento aparente do Sol no céu, durante um dia e ao longo do ano, que foi realizada com estudantes de licenciatura em Ciências Biológicas – futuros professores de Ciências do Ensino Fundamental – que participaram de um minicurso de formação inicial em Astronomia. A primeira atividade, sobre o movimento diário do Sol, foi implementada por meio de uma demonstração investigativa, conduzida pelo professor, utilizando o software Stellarium. A segunda, sobre a variação da duração do dia ao longo do ano, foi conduzida na forma de um laboratório aberto, em que os próprios estudantes coletaram os dados, manipulando o Stellarium. As atividades apresentaram uma boa participação e interação dos alunos entre si, com o professor e com a ferramenta Stellarium, e os dados indicam que além da aprendizagem de conceitos, estas proporcionaram aos estudantes uma vivência de procedimentos e atitudes característicos de uma investigação científica.

CÁLCULO DO VALOR DA UNIDADE ASTRONÔMICA: COMO O TRÂNSITO DE MERCÚRIO NOS INDICA A NOSSA DISTÂNCIA AO SOL

Apresentamos uma proposta simplificada de determinação da Unidade Astronômica (UA) através de dados experimentais obtidos pelo registro do trânsito de Mercúrio em frente ao Sol, de fácil desenvolvimento junto a estudantes da última fase da educação básica. O registro do trânsito foi realizado durante uma sessão de observação astronômica realizada em uma escola brasileira e, também, em cooperação com uma instituição internacional. Esta atividade mostrou que, apesar da pouca distância entre os dois locais de observação, em relação ao planeta Terra, o registro do trânsito de Mercúrio de 2019 permitiu determinar o valor da UA com uma boa aproximação. Os trânsitos de planetas possuem importância didático-pedagógica, podendo ser utilizados por educadores na educação formal como elemento motivador. A atividade permite conhecer e aplicar dados experimentais, desenvolver conhecimentos como construções geométricas, trigonometria, razões e proporções, as Leis de Kepler do movimento planetário, coordenadas geográficas e geoposicionamento, demonstrando interdisciplinaridade junto aos estudantes.

O EPISÓDIO DA QUEDA DO METEORITO SERRA DE MAGÉ NUMA ABORDAGEM DE ENSINO DE ASTRONOMIA

O presente artigo apresenta um recorte de resultados obtidos em um trabalho de Dissertação, onde discutimos algumas problemáticas existentes nos processos de ensino aprendizagem de conceitos científicos e as possíveis contribuições de temas astronômicos no Ensino de Ciências. Com isso, abordamos como tema astronômico, o episódio da queda do meteorito Serra de Magé, vendo nesse episódio uma ferramenta interessante para favorecer a aprendizagem científica. Assim, organizamos uma interlocução em uma escola do estado de Pernambuco, visando uma construção mais estruturada de significados científicos. Utilizamos audiogravação como instrumento de coleta de dados, analisando-os sob a perspectiva da Análise de Discurso. Percebemos assim, que temas astronômicos no Ensino de Ciências podem contribuir para a motivação, o entusiasmo e a curiosidade dos estudantes, considerando a atenção e o envolvimento desses diante do episódio abordado. Além disso, também depreendemos, a importância da contextualização e da valorização das concepções prévias dos estudantes para propiciar a construção de conhecimento cientifico.

REPRESENTAÇÃO DAS DIMENSÕES ASTRONÔMICAS EM LIVROS DIDÁTICOS DE CIÊNCIAS NO ÂMBITO DO ENSINO FUNDAMENTAL II

O livro didático continua sendo a principal fonte de pesquisa para os alunos e professores dentro da sala de aula na maioria das escolas públicas. Por isso o presente estudo analisou as diversas formas de representação encontradas em seis coleções de Livros Didáticos de Ciências, aprovados pelo PNLD 2017, cujo foco era especificar se as distâncias e diâmetros dos astros estariam apresentadas na proporção adequada. O número médio de páginas dedicadas à Astronomia foi proporcionalmente baixo nas seis coleções selecionadas e o número de quadros, tabelas e gráficos foi bem menor quando comparado com fotografias e ilustrações. Com relação ao tema específico das dimensões e distâncias dos astros,observou-se que mais de 25% das ilustrações continham proporções inadequadas e sem explicações. No artigo também é sugerida uma forma simples de iniciar o trabalho dessas dimensões astronômicas em sala de aula. Por meio de uma aula-atividade, sendo a primeira de uma série de aulas que serão implementadas num futuro próximo, são apresentados alguns resultados preliminares.

A EDUCAÇÃO EM ASTRONOMIA NA ERA DIGITAL E A BNCC: CONVERGÊNCIAS E ARTICULAÇÕES

Como parte de pesquisa mais ampla acerca das contribuições do ensino de Astronomia na educação de crianças e adolescentes da Era Digital, este artigo traz contribuições bibliográficas para melhor compreensão da geração imersa numa cultura digital e sua relação com a educação em Astronomia, a partir dos apontamentos da nova Base Nacional Comum Curricular brasileira (BNCC). O documento sugere a integração dos conteúdos e experimentos com as diversas tecnologias e soluções digitais, o que demonstra coerência com o comportamento e as circunstâncias das crianças e adolescentes da Era Digital. Dessa forma, apontamos que aliar softwares, aplicativos, programas e ferramentas digitais a sessões de observação celeste, contemplação do céu noturno, pesquisas históricas sobre povos originários e conteúdos relevantes à compreensão da humanidade e seu papel no Universo pode ser um dos caminhos possíveis para uma educação que contemple as dimensões da contemporaneidade e engaje os pequenos sujeitos tecnológicos em desenvolvimento.