Alfa Revista de Linguística (São José do Rio Preto)
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Published By Scielo

1981-5794, 1981-5794

Author(s):  
Milena de Paula MOLINARI ◽  
Beatriz CURTI-CONTESSOTO ◽  
Maurizio BABINI

RESUMO Este artigo apresenta nossas análises sobre os graus de equivalência entre os termos que denominam os locais e os agentes responsáveis pela emissão dos passaportes no Brasil e na França. Para tanto, criamos quatro corpora , sendo dois compostos pela legislação que rege os passaportes nesses países e outros dois com uma bibliografia especializada no assunto em português e em francês. Nesses corpora , identificamos a terminologia a ser estudada. Para estabelecermos os graus de equivalência entre os termos em Português do Brasil (PB) e Francês da França (FF), fundamentamo-nos nos pressupostos teóricos da Terminologia Bilíngue, mais especificamente na proposta de Dubuc (2002) com relação aos graus de equivalência terminológica. Como resultados deste estudo, encontramos três casos de equivalência parcial, dez de equivalência total e onze de vazio de equivalência. A partir desses dados, podemos depreender que, apesar de o passaporte ser um documento que existe tanto no Brasil quanto na França, seu domínio é marcado por questões particulares de cada país que se refletem na terminologia em pauta.


Author(s):  
Renata Helena Pin PUCCI

RESUMO O presente estudo apresenta um levantamento de pesquisas na área de ensino e aprendizagem de língua inglesa que abordaram a temática dos documentos oficiais na relação com a prática do professor de inglês da escola pública, trazendo à tona os discursos desse sujeito. Com o objetivo de analisar como os discursos dos documentos oficiais vêm sendo apropriados pelos professores de inglês da rede pública, segundo as pesquisas da área, este trabalho fundamenta-se teoricamente na perspectiva da formação discursiva e social do sujeito, a partir da teoria bakhtiniana de apropriação dos discursos. As análises dos enunciados dos professores indiciam que os direcionamentos dos documentos não apresentam aderência ao contexto concreto da prática docente, são compreendidos pelos professores como estranhos à sua realidade e ineficientes na conjuntura em que atuam. Os discursos oficiais apresentam-se para os professores como a palavra autoritária, que remete a uma alta esfera, distante da esfera do contato familiar. Como observado, a dissintonia entre os discursos dos documentos oficiais e os discursos dos professores relativos à sua prática tende a continuar devido ao distanciamento dos docentes das instâncias de planejamento e organização das aulas, da escolha do material e do conteúdo adequado para seus alunos.


Author(s):  
Catherine LÉGER ◽  
Marcus LUNGUINHO ◽  
Patrícia RODRIGUES
Keyword(s):  

RESUMO Este artigo discute construções do português brasileiro (PB) e da fala informal do francês acadiano (FA) nas quais formas equivalentes à do verbo ‘ver’ aparecem em enunciados imperativos contendo um segundo verbo. Nessas construções, ‘ver’ enfatiza a injunção expressa por esse segundo verbo. A construção do PB apresenta também uma leitura adicional, na qual a forma vê IMPERATIVO tem o significado de ‘verificar’. O artigo propõe que as construções do PB podem ser associadas a duas estruturas distintas. As construções com o significado de ‘verificar’ são tratadas como estruturas bioracionais nas quais o verbo ‘ver’ seleciona um CP nucleado pelo complementador se . Com relação à análise do significado de ordem enfática associado às construções do PB e do FA, adota-se as propostas de Speas e Tenny (2003) e de Hill (2007, 2014), segundo as quais a pragmática conversacional é codificada na sintaxe com uma estrutura predicativa (uma projeção associada ao Speech Act ‘Ato de Fala’- SAP) acima de CP. Com base nessas propostas, analisam-se as construções de ordem enfática do PB e do FA como estruturas mono-oracionais, em que vê e voir são marcadores pragmáticos injuntivos inseridos diretamente no núcleo SA para codificar uma relação pragmática.


Author(s):  
Maria Helena de Moura NEVES

RESUMO Esta incursão na obra de Celso Cunha destaca tensões que o autor logra estabelecer e conciliar em suas obras linguístico-filológicas, movendo-se em uma noção que, sem conformismo e sem nacionalismo, decorre de sua proposta de que o destaque da “norma culta” (das “finuras e sutilezas” da língua) convive tranquilamente com o destaque da preeminência da língua falada. Fica equacionada essa convivência – singular, para o panorama da época – na proposta de uma ação escolar que ofereça ao aluno experiências “edificadoras” para a apreensão do “dialeto prestigioso”, sem lhe pedir o abandono do vernáculo (e salvaguardada a atenção à adequação de registro). Nessa direção, o que este artigo ressalta, na sua espinha dorsal, é a proposta de que o trabalho escolar com a gramática se conduza exatamente pela noção de que uma língua é necessariamente “una na diversidade”, dado que, cientificamente, qualquer língua natural tem como estatuto, rigidamente, ser “una”, entretanto na necessária pluralidade dos usos (modos de expressão). Decorre, dentro desse edifício de tensões conciliadas, que, para Celso Cunha, todos somos “condôminos do idioma”; e dadas as incumbências sugeridas por ele para o trabalho com a língua, entende-se que temos de ser naturais zeladores desse patrimônio comum.


Author(s):  
Giuliana Castro BROSSI ◽  
Juliana Reichert Assunção TONELLI

RESUMO Este artigo objetiva conhecer a atividade do/a professor/a de língua inglesa para crianças (LIC) e as dimensões desse agir com base nos fundamentos teórico-metodológicos do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD) (BRONCKART, 1999-2003, 2007, 2008). Os dados foram retomados de dois estudos de caso desenvolvidos em 2014 e 2016. O aporte teórico adotado discute a lacuna existente na formação de professores/as de LIC (ROCHA; TONELLI; SILVA, 2010; TONELLI; FERREIRO; BELO-CORDEIRO, 2017; SANTOS; BENEDETTI, 2009) no que diz respeito às particularidades da criança (VYGOTSKY, 1998) e à formação de cidadãos críticos (ROCHA; BASSO, 2007; PESSOA; BORELLI, 2011). O ensino como trabalho e a constituição do agir docente (FAῘTA, 2004; AMIGUES, 2004; MACHADO, 2004) ancoram as análises dos discursos das professoras investigadas, e para a geração de dados foram utilizados questionários, entrevistas e uma sessão reflexiva mediada por desenho. A análise dos dados reforçou a relevância da formação de professores/as com foco nas especificidades da atividade do/a professor/a de LIC que é constituída de todas as dimensões do humano. A análise também desvelou crenças das professoras a respeito do ensino de LIC na escola pública, e a influência do imperialismo linguístico.


Author(s):  
Marco Antonio Rocha MARTINS

RESUMO No campo disciplinar da sintaxe diacrônica, apresento neste artigo um mapeamento diatópico-diacrônico de resultados de diferentes estudos de três fenômenos morfossintáticos do português escrito no Brasil dos séculos XIX e XX: a implementação do pronome você na função de sujeito; a expressão do complemento dativo com referência à segunda pessoa do singular; e a sintaxe de colocação e posição dos pronomes pessoais clíticos em sentenças finitas simples e em predicados complexos. Esse mapeamento diatópico-diacrônico me permite trazer à tona argumentos a favor da hipótese de que, no vasto território brasileiro oitocentista e novecentista, as formas inovadoras da gramática do Português Brasileiro são implementadas com mais expressividade, já na escrita do final do século XIX, primeiro na região Nordeste quando comparada às regiões Sudeste e Sul. Na escrita do século XIX, no Nordeste brasileiro, há reflexos de um sistema já implementado (1) com o pronome você na função de sujeito, (2) com o pronome lhe como forma de complemento dativo com referência à segunda pessoa do singular, com um aumento expressivo das formas preposicionadas ( a/para + te/tu/você ), e (3) com um sistema de clíticos com poucos casos de interpolação e contração de pronomes e formas inovadoras sem alçamento em complexos verbais e com próclise em posição inicial do período.


Author(s):  
Eduardo BARBUIO ◽  
Suzana Ferreira PAULINO

RESUMO A pesquisa objetivou analisar a percepção de gênero foneticamente, pela variabilidade do pitch, na fala de 14 homens, 7 que se autodeclararam gays e 7 autodeclarados heterossexuais. Os áudios foram submetidos a testes de percepção e julgados por ouvintes juízes leigos. Utilizaram-se os pressupostos teóricos da Sociolinguística Variacionista de Labov (2008 [1972]) e Eckert (1989, 1997, 2000, 2003, 2005, 2012; ECKERT; MCCONNELL-GINET, 2010), e testes de percepção da fala realizados por Gaudio (1994); Smyth, Jacobs e Rogers (2003); Levon (2007); Campbell-Kibler (2011); entre outros. Médias maiores de variabilidade do pitch dos informantes gays foram verificadas. Na maioria dos aspectos, as médias dos informantes homossexuais da pesquisa, aproximaram-se mais das médias dos informantes gays participantes das pesquisas em língua inglesa que das médias apresentadas por nossos informantes heterossexuais. Assim, devido às semelhanças encontradas nos resultados de algumas pesquisas, parece plausível afirmar haver alguns aspectos universais característicos e típicos de uma “fala gay”.


Author(s):  
Adriana Nogueira A. NÓBREGA ◽  
Adriana Rodrigues de ABREU
Keyword(s):  

RESUMO Esta pesquisa investiga as relações entre os usos avaliativos da linguagem e as (re)construções de identidades de gênero, a partir da análise de narrativas orais de experiências pessoais sobre violências domésticas, sofridas por mulheres em seus ambientes familiares, relatadas em uma interação acadêmica. Inserida na área da Linguística Aplicada Contemporânea, e com base em um arcabouço teórico-metodológico crítico, o estudo analisa como as participantes estruturam, negociam e (re)constroem identidades ao longo das narrativas, observando, sobretudo, como lidam com questões de gênero ideologicamente impostas pela sociedade. Para alcançar os objetivos propostos, a visão de gênero como ato performativo, desempenhado por meio do uso da linguagem, foi alinhada à abordagem interacional de narrativa e à concepção socioconstrucionista de identidades. A metodologia de pesquisa qualitativa orientou a análise da prática narrativa, centrada nos elementos avaliativos que constituem o discurso. Os resultados sugerem que tanto o gênero como as identidades são produtos das performances locais de indivíduos sócio-historicamente situados em atividades discursivas diversas.


Author(s):  
Juliana Simões FONTE ◽  
Gladis MASSINI-CAGLIARI

RESUMO Este artigo investiga a pronúncia das vogais médias tônicas no português do século XVII, a partir da observação das rimas da poesia de então. Como corpus para esta pesquisa foram considerados os poemas seiscentistas agrupados no cancioneiro português A Fénix Renascida ou obras poéticas dos melhores engenhos portugueses . A metodologia adotada neste estudo consistiu, essencialmente, no mapeamento e análise de todas as rimas, no corpus referido, envolvendo vogais médias, na sílaba acentuada. Essas rimas foram comparadas a rimas dos séculos XIII, XV e XVI, analisadas em estudos anteriores da primeira autora deste artigo. Os resultados desta pesquisa sugerem que havia, até o século XVII, pelo menos, intensa variação fonética na pronúncia das vogais médias tônicas da língua portuguesa. Ao longo da história, algumas dessas variações resultaram em mudança, de modo que a variante fixada na pronúncia atual não corresponde à forma etimológica. Em outros casos, no entanto, fixou-se a pronúncia mais antiga da língua.


Author(s):  
Thiago Barbosa SOARES

RESUMO Este artigo tem por objetivo analisar os sentidos da parresía e seus efeitos em um pronunciamento de um deputado federal brasileiro no qual há o rompimento com as produções discursivas hegemônicas. Mais precisamente, descrevemos e interpretamos o funcionamento de produção e de emergência da parresía como configuradora de sentidos em enunciado constituído e formulado no interior da votação do impedimento do mandato da presidenta Dilma Rousseff em 2016, proferido por Jean Wyllys. Desse modo, ao considerarmos o postulado da Análise do Discurso formulado por Pêcheux de que sujeito e sentido se constituem ao mesmo tempo no movimento histórico, entendemos que a parresía, aqui tomada tal como Foucault a observa em seus últimos trabalhos, produz, a um só tempo, determinados sentidos e sujeitos circulantes no espaço social. Ante esse quadro concebido, utilizaremos o aparato teórico e metodológico da Análise do Discurso para investigarmos como o dizer-a-verdade é construído e quais seus efeitos na esteira da resistência contra a hegemonia discursiva.


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