Revista Polyphonía
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Published By Universidade Federal De Goias

2238-8850, 2236-0514

2021 ◽  
Vol 32 (2) ◽  
pp. 76-91
Author(s):  
Ana Paula Vieira e Souza ◽  
Carmem Terezinha Baumgartner

Esta pesquisa é sobre as discursividades de crianças matriculadas em Escolas do entorno da Reserva Extrativista Marinha Taperaçu-Campo1 no acesso do trabalho socialmente necessário e manifestação do trabalho infantil. O método do materialismo histórico-dialético e análise de discursividade do discurso com a participação de crianças de 07 a 11 anos. A área de estudo são Escolas de comunidades pesqueiras do Município de Bragança, Estado do Pará. Os resultados mostram a estreita relação de culturas infantis no brincar, em atividades de caráter educativo no espaço do manguezal. As crianças enunciam a valoração da Escola, do trabalho da pesca artesanal nas interações sociais e a presença do trabalho infantil como fenômeno social limitador do aprendizado escolar. Conclui-se que a linguagem é constituidora dos discursos de crianças e manifesta as experiências no trabalho da pesca artesanal e no acesso ao trabalho como princípio educativo. As infâncias assumem significações diferentes entre brincar e trabalho precoce na Amazônia bragantina.


2021 ◽  
Vol 32 (2) ◽  
pp. 255-270
Author(s):  
Rosiris Pereira de Souza ◽  
Rodrigo Fideles Fernandes Mohn ◽  
Kátia Augusta Curado Pinheiro Cordeiro da Silva

Este artigo tem como objetivo apresentar uma reflexão sobre o conceito de trabalho para Marx e, a partir dessa reflexão, estabelecer relações e mediações que revelam significados e sentidos do trabalho docente na educação infantil. Nossa análise buscou, a partir de estudos sobre a categoria ontológica “trabalho”, compreender as mediações e contradições postas ao trabalho docente na educação infantil no contexto da economia de mercado, refletindo assim sobre os processos de subsunção do trabalho docente ao capital. A análise teve como método o materialismo histórico-dialético, buscando revelar o fenômeno para além da imediaticidade, tendo como referencial Marx (1978, 1993, 2010, 2013); Marx e Engels (1984); Kosik (1976); Kopnin (1978); Duarte (1999, 2004); Frigotto (1989, 1998, 2009); Húngaro (2008). A aproximação com as categorias − significados e sentidos ‒ foi pautada em Vigotski (2000); Leontiev (1978); Aguiar e Ozella (2006, 2013); Soares (2006); Aguiar e Soares (2008). A singularidade do trabalho docente na educação infantil é apresentada enquanto definibilidade específica deste fenômeno, em sua manifestação imediata e acessível, compreendendo que tal singularidade é produto histórico-social, apropriado por meio dos significados sociais sobre o trabalho educativo nessa etapa da formação humana e objetivado pelos professores[1] da educação infantil (sentidos pessoais/subjetivos sobre o trabalho).   [1] Neste artigo utilizamos termos no masculino genérico que é, resumidamente, o uso do gênero gramatical masculino para denotar o gênero humano como um todo (isto é, homens e/ou mulheres). No entanto, compreendemos ser muito importante destacar que o trabalho docente na Educação Infantil é exercido, majoritariamente, por mulheres.  


2021 ◽  
Vol 32 (2) ◽  
pp. 226-237
Author(s):  
Guilherme Matos de Oliveira ◽  
Mirian Rocha dos Santos ◽  
Ana Paula Evangelista Silva

Este artigo, resultante de uma atividade prática da disciplina Conteúdo e Metodologia do Ensino Fundamental de Geografia no curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), apresenta os resultados de entrevistas realizadas com duas professoras que lecionam a disciplina de Geografia nos anos iniciais do Ensino Fundamental, uma da rede privada e outra da rede pública de ensino, tendo o objetivo de identificar o que elas compreendem como ciência geográfica e como essa percepção resvala nos itinerários das práticas que desenvolvem em sala de aula, com vistas à efetivação do processo de ensino aprendizagem. Mediante as contribuições teóricas de Pires (2007), Moura (2012), Straforini (2004) e Callai (2005), e mais especialmente dos depoimentos concedidos pelas professoras entrevistadas, entendemos que setorna imprescindível no ensino de Geografia nos anos iniciais evidenciar as transformações que ocorrem no espaço, além de possibilitar, por meio de uma leitura de mundo, a reflexão sobre o papel determinante dos sujeitos sociais nesse processo. Assim, vislumbramos a importância do professor na mediação dos conhecimentos geográficos, posto que as aulas que contemplam o estudo do espaço, e suas transformações, devem estar relacionadas à vida e ao contexto social dos seus estudantes.


2021 ◽  
Vol 32 (2) ◽  
pp. 112-129
Author(s):  
Juliana Pasqualini ◽  
Lucineia Lazaretti

Na sociedade capitalista contemporânea a atividade social da criança pequena encontra-se largamente situada no interior de instituições de educação infantil. Este artigo recupera as origens e o desenvolvimento histórico das instituições de educação infantil, analisando as necessidades societárias concretas em função das quais essa prática social se instituiu e institucionalizou-se. Nesse percurso, evidencia que a consolidação da educação infantil como prática institucional respondeu historicamente a motivações extrínsecas, essencialmente econômicas e ideológicas, ao mesmo tempo que abriu a possibilidade histórica de converter em objeto de pesquisa e debate social as melhores condições possíveis para o desenvolvimento e a educação da criança pequena. Refletir sobre a escola de educação infantil como conquista histórica que, embora não isenta de contradições, contém a potencialidade de enriquecer a formação humana da criança, é a proposta desse ensaio, que problematiza as concepções de desenvolvimento infantil e de criança subjacentes aos projetos historicamente em disputa para etapa educacional. A aposta no ensino desenvolvente é o caminho que se indica como potencialidade de a escola de educação infantil constituir-se como espaço de atividades significativas e formativas para as crianças até os cinco anos de idade.


2021 ◽  
Vol 32 (2) ◽  
pp. 238-254
Author(s):  
Newton Freire Murce Filho ◽  
Suyanne Martins Costa ◽  
Filipe Araújo Costa ◽  
Giovanna Garcia Costa Lima

Este estudo consiste em uma experiência de ensino em literatura infantil, com estudantes jovens, e tem como objetivo discutir a questão da qualidade em literatura infantil, particularmente em livros ilustrados endereçados a crianças, considerando a sua presença ao longo da história e as mudanças ocorridas no tempo. Além desta visão histórica, focalizamos os modos como a diversidade e as diferenças são representadas em uma seleção de livros ilustrados internacionais que foram analisados.


2021 ◽  
Vol 32 (2) ◽  
pp. 39-58
Author(s):  
Ivone Garcia Barbosa ◽  
Telma Aparecida Teles Martins ◽  
Marcos Antônio Soares

Este texto discute a relação entre infância, educação e trabalho na sociedade capitalista, apoiando-se no entendimento que essas dimensões da vida social são constructos sócio-históricos situados em um dado contexto e demarcados nas/pelas lutas de classes. As análises elaboradas consideram as diferentes dimensões e os seus múltiplos condicionantes da vida das crianças de baixa renda, moradoras do campo e da cidade, que se submetem, de algum modo, à lógica do trabalho e ao sistema de produção capitalista. Com base numa pesquisa bibliográfica e documental, tendo como referência o método materialista histórico-dialético, destaca-se dados de pesquisas realizadas sobre o tema e os indicadores sociais que retratam a infância brasileira e goiana que se educam pelo/no mundo do trabalho. Nesse cenário, estatísticas recentes ressaltam que o trabalho infantil vem assumindo uma linha ascendente em estados brasileiros como Goiás, contrariando a legislação vigente no país. As evidências anunciam tanto a conformação quanto a resistência dos diferentes sujeitos sociais – incluindo as próprias crianças – no que tange à busca de consolidação dos direitos humanos, em particular, dos direitos das crianças em âmbito mundial e nacional, sendo urgente defender e construir propostas referenciadas em uma educação integral emancipadora.


2021 ◽  
Vol 32 (2) ◽  
pp. 175-194
Author(s):  
Marlene Barbosa de Freitas Reis ◽  
Juliana Cândido Queroz ◽  
Franciele Virgínia Da Silva Carvalho

Este texto é decorrente de reflexões de uma pesquisa desenvolvida no ano de 2018 e envolve a dicotomia família e inclusão. Trata-se da observação e do envolvimento com a educação inclusiva nas escolas públicas ao longo da trajetória profissional das pesquisadoras. Apresentou-se um pouco de suas percepções e contribuições no processo de desenvolvimento humano e na construção da autonomia da criança com deficiência. O trabalho se baseia em uma pesquisa qualitativa, a partir do método de pesquisa narrativa, fundamentado por Clandinin e Connelly (2015). As histórias e experiências narradas levaram ao entendimento sobre o papel exercido por cada família como a principal responsável pelo desenvolvimento e inclusão da criança com deficiência de forma ativa na sociedade. Para compreender teoricamente o envolvimento das famílias, realizou-se a revisão de literatura por meio de autores, como Chacon (1995), Mantoan (2003), Duarte (2010) e Arioza (2017). Os dados revelaram que são necessárias mais discussões sobre a educação inclusiva, o olhar para as famílias, seus enfrentamentos,superações e o modo de lidar com a questão da deficiência. Observou-se, ainda, que é preciso entender o quão primordial é o papel das famílias para o desenvolvimento das crianças com deficiências e como suas ações incidem diretamente na qualidade de vida das mesmas.


2021 ◽  
Vol 32 (2) ◽  
pp. 195-205
Author(s):  
Andréa Dos Guimarães de Carvalho ◽  
Adriell Fonseca Santos

Este trabalho traz reflexões sobre as discussões bibliográficas presentes na literatura das línguas de sinais, no caso da Libras, sobre os paradigmas que envolvem o processo de criação de sinais por seus usuários, pessoas surdas e ouvintes, habilitados para criarem sinais que são validados pela comunidade surda. Busca-se saber a participação efetiva da pessoa ouvinte nesse processo. Para tanto, são levantados, brevemente, alguns elementos motivacionais, linguísticos e socioculturais na formação desses sinais, assim como os aspectos relacionados aos parâmetros que constituem os sinais do léxico da língua, seu contexto de uso e a construção do significado desse sinal, seja no âmbito da arbitrariedade ou da iconicidade nesse processo de formação. A metodologia utilizada foi a analítica qualitativa de investigação bibliográfica com a finalidade de conhecer as possíveis pesquisas nessa área de criação de sinais em Libras. Como resultados da pesquisa, percebe-se que ainda temos pouco conteúdo científico sobre o assunto, dificultando assim a compreensão do envolvimento da pessoa ouvinte na criação desinais, pode-se concluir, no entanto, que surdos e ouvintes são usuários da Libras e fazem parte da comunidade surda.


2021 ◽  
Vol 32 (2) ◽  
pp. 59-75
Author(s):  
Soraya Franzoni Conde ◽  
Natália Palhoza
Keyword(s):  

Este artigo tem como foco o trabalho realizado por crianças ítalo-descendentes em pequenas propriedades rurais familiares, no Município de Videira, SC. O objetivo é refletir sobre a relação entre o trabalho infantil na vitivinicultura e a educação. Foram desenvolvidas entrevistas semiestruturadas com seis idosos, com idade entre 58 e 102 anos, cujas infâncias estiveram atreladas à produção de uvas e vinhos artesanais nas pequenas propriedades de suas famílias. Também foi desempenhada investigação documental e bibliográfica no Museu do Vinho Mário de Pellegrin. Os dados foram analisados a partir dos pressupostos do materialismo dialético e da Teoria Histórico-Cultural (MARX, 2017; THOMPSON, 1987; VYGOTSKY, 1991, 2004). A pesquisa revela que as crianças estavam inseridas em diversas fases do processo produtivo vitivinícola nas pequenas propriedades. As crianças trabalhavam junto aos seus familiares em longas jornadas semanais. O trabalho infantil extrapolava o parreiral e se fazia presente nas tarefas domésticas, no cuidado com os animais e no manejo dos demais cultivos da propriedade. A atividade de trabalho era prioritária e competia com o tempo de escola, contribuindo significativamente para a evasão escolar. O tempo de brincadeiras também era limitado, configurando-se como exceção na vida das crianças.


2021 ◽  
Vol 32 (2) ◽  
pp. 17-38
Author(s):  
Jorge Fernando Hermida

Neste artigo revelamos o lugar que as crianças proletárias tiveram nas representações dos conceitos de criança e de infância nos séculos XVII, XVIII e XIX na Europa, especialmente na obra de Philippe Ariès, pioneiro em pesquisar essa temática, ainda que, na sua obra seminal História social da criança e da família (2015), não tenhamos localizado nenhuma referência aos filhos da classe trabalhadora. Entretanto, a criança proletária teve presença social preponderante nas obras dos autores da História Social da Classe Operária, como será mostrado ao longo do texto, as quais abordavam a revolução industrial e a consolidação da formação social capitalista. Trata-se de uma pesquisa histórica e documental, com base em uma interpretação marxista da história. O artigo conclui que as representações de criança e infância de Ariès (2015) foram feitas com base em crianças pertencentes às classes dominantes da época (da nobreza e da aristocracia). Essas representações dos filhos das classes mais abastadas eram bem diferentes e bem distantes da efervescente vida social e da limitada vida material do resto das crianças – as crianças proletárias, que eram covardemente exploradas pelo capitalismo nos campos, nas fábricas, nas olarias e nas minas de carvão.


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