Epígrafe
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Published By Universidade De Sao Paulo Sistema Integrado De Bibliotecas - Sibiusp

2318-8855

Epígrafe ◽  
2021 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 553-575
Author(s):  
Cassia Luana de Freitas Moreira

Esse artigo objetiva esclarecer a performasse de forças e interesses que culminou na formação da Universidade de Toulouse, no sul da Frances, entre os anos de 1209 a 1229 período em que se deu a Cruzada Albigense. haja vista o contexto instável em que se deu tal formação, qualificado por conflagrações políticas entre os agentes do Papado, a monarquia Francesa e as forças locais da região do Languedoc. A metodologia utilizada pauta-se na análise do discurso Foucaultiana, destacando a contribuição de Foucault (1970) no que diz respeito à articulação no discurso entre saber e poder, somando a percepção do autor em como se provoca resultados repressivos, mas sim constituidores de verdade. Esta pesquisa aponta que o condado de Toulouse é marcado por conflitos internos e externos, que foi  intensificado após a enorme adesão daquela região, incluindo a nobreza, a heresia Cátara, conflito este que alcançou seu nível mais alto na cruzada realizada para erradica a heresia, o fim do conflito armado se dá graças a assinatura do tratado de Paris de 1229, onde a Universidade aparece como uma das cláusulas que  condiciona a capitulação daquele conflito. Constatasse que a Universidade foi fundada estrategicamente em Toulouse como parte de uma política anti-herética coordenada pelo papado no Languedoc, visto que há evidencias que mesmo após o termino da cruzada ainda existiam casos de heresia naquela região, a Universidade servirá de base ortodoxia sob a tutela do Papa.  


Epígrafe ◽  
2021 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 391-395
Author(s):  
Maria Filomena Pinto da Costa Coelho

Este artigo se trata da apresentação do dossiê "O poder na Idade Média", idealizado pela profª Drª Maria Filomena Pinto da Costa Coelho.


Epígrafe ◽  
2021 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 696-720
Author(s):  
André Luis Ferreira da Rosa Junior

Este artigo pretende apresentar como Beltrán de la Cueva, valido de Enrique IV na corte de Castela no século XV, foi peça fundamental de um cenário político de crise, em que os grupos nobiliárquicos que se insurgiam contra o monarca, declaravam defender a coroa do próprio rei. Portanto, uma interpretação que difere da ideia normalmente difundida pela historiografia que entende que esses levantamentos aristocráticos pretendiam o enfraquecimento da monarquia, ou seja, que seriam contra a centralização do poder régio. No caso que apresentaremos fica evidente que a centralidade (não a centralização) do rei era importante para a nobreza, ainda que o seu poder fosse disputado por diversos grupos: uma centralidade que somente se mantinha com base em lógicas de pluralidade política. Por meio de comparações entre as crônicas escritas no período, uma favorável e outra contrária ao rei, além da leitura e análise de obras historiográficas sobre o tema, pode-se observar como as funções que o valido exercia na corte ameaçaram grupos de interesses aristocráticos, como também a reação dos afetados. O artigo procura traçar a política castelhana desde a chegada de Beltrán de la Cueva à corte, até o fim do reinado de Enrique IV, refletindo sobre as disputas da nobreza em torno do poder régio, e as estratégias adotadas para preservá-lo que levaram a uma mudança na linha sucessória do trono.


Epígrafe ◽  
2021 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 296-329
Author(s):  
Eric Cyon Rodrigues

Após os Ataques de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos iniciaram uma campanha militar de guerra ao terrorismo. Nesse contexto, os conceitos de “choque de civilizações”, cunhado pelo cientista político Samuel Huntington, e o de “cruzadas” se tornaram muito frequentes nos debates políticos e na imprensa. Essas ideias foram apropriadas para definir a natureza dos conflitos entre as nações e o terrorismo. Uma década mais tarde, com a ascensão da extrema-direita brasileira, apropriações semelhantes foram feitas no Brasil. O objetivo deste artigo é analisar como as cruzadas, ocorridas na Idade Média, foram apropriadas para atender agendas políticas no século XXI. Para isso, utilizaremos artigos de imprensa, discursos de dirigentes políticos e produções audiovisuais (documentário e podcast). Através desse material, será possível observar como as relações entre os cristãos e os muçulmanos no período medieval foram retratadas, tanto em discursos políticos quanto em opiniões na imprensa e na internet, de forma a tentar demonstrar como as supostas civilizações Ocidental e Islâmica inevitavelmente se confrontariam por conta de suas diferentes culturas. Portanto, de acordo com essas apropriações, as cruzadas seriam apenas o início dessa guerra secular, enquanto a Guerra ao Terrorismo seria apenas outro episódio que demonstraria a impossibilidade dessas civilizações conviverem em paz.


Epígrafe ◽  
2021 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 38-59
Author(s):  
Maria Carolina Nascimento de Matos

O presente trabalho faz uma reflexão crítica acerca da história oral como empregada nas obras da escritora bielo-russa Svetlana Aleksiévitch. Svetlana encontrou na simplicidade da vida cotidiana as suas fontes para descrever os principais acontecimentos que abalaram não apenas o Estado soviético e a ideologia comunista, mas também a vida de seus cidadãos. A Segunda Guerra Mundial, o acidente na central nuclear de Chernobyl e a Perestroika são alguns desses acontecimentos. Ao se fazer um levantamento bibliográfico sobre o tema foi percebido que até o momento muito de seu trabalho tem sido interpretado em diálogo com a literatura e em menor medida com o jornalismo, a questão de suas obras serem um trabalho de história oral é sempre mencionada, entretanto nunca aprofundada. O que desejo é estabelecer uma conexão mais íntima entre suas obras e a história demonstrando que apesar de ser comum no meio editorial a publicação de suas obras usando a designação “história oral” não podemos considerar que o seu trabalho de fato utilize essa metodologia.  Para isso, darei ênfase a três de suas obras: A Guerra não tem rosto de mulher, Vozes de Tchernóbil e O fim do Homem Soviético conjuntamente com a bibliografia especializada.


Epígrafe ◽  
2021 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 439-458
Author(s):  
Arthur Rocha Martins Rodrigues Teixeira

A homossexualidade está envolta em diversos conceitos e discursos que se alteram continuamente ao longo da narrativa histórica. Nos séculos XI-XII, os discursos envolvendo as relações sexuais entre indivíduos do sexo masculino eram compreendidas pela Sodomia; apesar desse termo não comportar a totalidade das relações homossexuais, é o vocábulo que mais se aproxima. As relações estabelecidas entre a Sodomia e as práticas de confissão e penitência são parte de um discurso de natureza repressiva, que condena as práticas sodomíticas. A repressão das relações sexuais são parte de uma faceta específica do discurso confessional neste período, dialogando extensamente com os movimentos de reforma no século XI e a passagem da Igreja monástica para a administração bispal. O objetivo deste artigo é explorar as relações de poder que se estabeleceram na tradição dos séculos XI-XII referente às práticas sodomíticas. Para tanto, será utilizado como base documental o "Liber Gomorrhanius" de Pedro Damiano, bem como as fontes penitenciais que o autor se vale para a escrita do seu tratado. Será traçada uma comparação da repressão em diferentes contextos penitenciais, assim como o impacto que a mudança na expressão do poder eclesiástico provocou para a confissão da Sodomia.


Epígrafe ◽  
2021 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 488-517
Author(s):  
Lorene Correia Santos

Resumo: As crônicas medievais foram produzidas no seio de suas cidades e, tanto em seu caráter laico quanto eclesiástico, compreendem dimensões educativas e políticas. A tradição cronística é um fenômeno importante na construção da ideologia e da organização política das comunas italianas durante o século XIII. Tendo isso em vista, este artigo é composto de três momentos que se entrecruzam: 1) o traçado de uma perspectiva do fazer cronístico citadino e mendicante, buscando entender o seu papel e importância nas cidades, para assim intentar inserir a Crônica de Salimbene de Parma – escrita entre os anos 1229-1268, e que possuiu um tecido textual no qual encontramos traços de diferentes gêneros narrativos – nesse contexto de produção; 2) um panorama do advento das signorie nas cidades, essas formas de governo surgidas em meados do século XIII e que trouxeram uma nova configuração para a dinâmica política e institucional do sistema comunal; 3) a análise de alguns relatos de Salimbene acerca de governos que observa. Tudo isso se dará no esforço de melhor entender o que o minorita apreciava ou condenava nos governos das signorie, buscando assim uma compreensão e percepção de outras nuances do período para além do “despotismo” e da “tirania”.


Epígrafe ◽  
2021 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 648-669
Author(s):  
Cássio Lopes Aquino

Este artigo deseja apresentar como a imagem de um personagem muito importante da história castelhana, Álvaro de Luna, foi construída a partir de uma visão específica, principalmente, da historiografia sobre a nobreza cortesã. Através de um estudo qualitativo das fontes fornecidas do período, principalmente das crônicas, é interessante perceber as intenções e sentidos políticos que essas alcançam. O estudo das crônicas, que abordam a vida desse valido, possibilita reconhecer as lógicas de representação sobre a política. A imagem construída de Álvaro de Luna decorre de um conteúdo político a partir da literatura amalgamada a um jogo intenso de poder durante o reinado de Juan II na Castela do século XV. Ao desafiar grupos importantes da corte e assumir gradativamente poderes e funções – como o de Condestable e Gran Maestre de la Orden de Santiago – no reinado de Juan II, o valido ameaçou a posição da nobreza e seus privilégios. Assim, a construção, de cunho negativo, por parte das crônicas, deriva do pensamento da corte régia sobre Álvaro de Luna, por ser o local de produção dessas fontes. A pesquisa procura entender o contexto político castelhano que envolve o personagem para refletir sobre os motivos de tal construção, dialogando, igualmente, com uma historiografia tradicional que coloca a figura do valido, de maneira geral, como usurpador do caráter monocrático do poder régio. A análise apoia-se numa perspectiva pluralista de poder, característico do período medieval, que envolve a monarquia e a fortalece como parte desse sistema.


Epígrafe ◽  
2021 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 518-552
Author(s):  
Vitor Boldrini

A temática central do presente artigo é a discussão sobre as formas dos indivíduos ligados à Igreja se situarem politicamente ao longo do século X, período este marcado pelo desmembramento do Império Carolíngio. Para tanto, elegemos algumas obras do monge Folcuíno de Lobbes e do abade e bispo Ratério de Verona. Compartilhando por vezes experiências em comum, ambos estiveram diretamente envolvidos em disputas relativas à construção da autoridade sobre locais muito prestigiosos, como bispados e monastérios. Consideramos que os textos nos permitem elaborar hipóteses a respeito dos modos pelos quais eles procuraram defender seus respectivos interesses políticos. Assim, ao estabelecer uma estreita conexão entre os documentos e os momentos particulares das trajetórias dos seus autores, é possível observar como a edificação dos poderes no período dependia muito mais de relações interpessoais, pautadas por alianças políticas multifacetadas e redes de fidelidade mútuas, do que de papéis desempenhados em instituições centralizadas. Os caminhos trilhados por Folcuíno e Ratério revelam, enfim, algumas das atribuições de dois eclesiásticos, que recorriam a estratégias discursivas na defesa de valores sociais específicos.


Epígrafe ◽  
2021 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 751-776
Author(s):  
Rudyard Rezende Vera

O presente artigo tem como objetivo analisar as relações de poder e a agência real em momentos de escassez e carestia em Portugal na Baixa Idade Média. Para isso, utilizaremos algumas crônicas analisadas no projeto “Fome, clima e abastecimento em Portugal no Final da Idade Média” (Portugal 1300), um grupo de pesquisa CNPq criado em julho de 2019 em parceria com a Université Libre de Bruxelles, e cuja função é abastecer uma plataforma virtual denominada QFAME, um repertório de menções à fome nas fontes escritas do Ocidente, do século VIII ao século XV. Através da investigação desses documentos, buscaremos evidenciar também como é possível visualizar o processo de centralização política em Portugal na Baixa Idade Média, a partir da agência real retratada pelos cronistas portugueses Fernão Lopes e Rui de Pina em face da fome e da escassez nas fontes analisadas pelo Portugal 1300.


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