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Published By Universidade De Sao Paulo Sistema Integrado De Bibliotecas - Sibiusp

2358-3150, 1516-4586

2015 ◽  
Vol 19 (2) ◽  
pp. 55
Author(s):  
Cynthia Helena Dibbern

Este breve trabalho tem por objetivo analisar o tratamento das virtudes da narratio – a clareza, a brevidade e a verossimilhança – no diálogo De oratore, de Cícero, verificando quais as semelhanças e diferenças com relação à preceituação sobre esta parte do discurso nos manuais de retórica Da inventione, obra anterior do próprio Cícero, e Retórica a Herênio, de autor desconhecido. Através desta comparação, será possível contrastar a proposta retórica de Cícero do De Oratore com a retórica escolar e tecnicista dos manuais, tão criticada pelas personagens do diálogo. Cícero parece colocar a brevidade e a clareza em tensão, e recomendar uma clareza mais próxima da illustratio, que, além de deleitar, comove ao dispor diante dos olhos o acontecido, sendo aliada, assim, da terceira virtude, a do provável e verossímil.


2015 ◽  
Vol 19 (2) ◽  
pp. 90
Author(s):  
Henrique Verri Fiebig

Propõe-se neste estudo uma reflexão acerca do êthos das populações germânicas na primeira seção da Germania de Públio Cornélio Tácito. Considerando que êthos pode ser entendido como uma construção que reúne elementos tanto intradiscursivos quanto extradiscursivos, sugere-se que a construção deste êthos germânico obedece tanto aos lugares-comuns do gênero epidítico da retórica, os quais podem ser relacionados aos topoi do gênero etnográfico identificados pelos estudiosos modernos, quanto à expectativa de uma recepção condicionada aos estereótipos correntes acerca do bárbaro do Norte.


2015 ◽  
Vol 19 (2) ◽  
pp. 20
Author(s):  
Elaine Cristine Sartorelli

O objetivo deste trabalho é, primeiramente, entender a lógica que preside aos mecanismos da polêmica que atuam nos discursos apologéticos cristãos, e, em seguida, tendo-a compreendido, apontar as estratégias retóricas com que o polemista constrói e valida um ethos de cristão verdadeiro e de “advogado da Verdade” para si, ao mesmo tempo em que fabrica a imagem do “inimigo”, o herege, o “falso mestre” para seu adversário. Para isso, comentaremos as técnicas de apropriação de auctoritas praticadas pelo autor ao tratar de si mesmo, e, ao mesmo tempo, os aspectos satíricos da constituição de caricaturas do “outro”, quando se visa não apenas à derrisão, mas à exclusão de um adversário. E nós o faremos por meio de um livro “herético”, em que o autor, perseguido ele mesmo, reproduz, no entanto, o mesmo processo empregado por aqueles que buscavam instituir uma religião por assim dizer oficial, ou falavam autorizados por ela. Nosso corpus é o livro “herético” Christianismi Restitutio, de autoria de Miguel Serveto, publicado em 1553.


2015 ◽  
Vol 19 (2) ◽  
pp. 3
Author(s):  
Martin T. Dinter

Este estudo mergulha no íntimo da poesia latina a fim de questionar um exemplo particular de engajamento épico com o visual: a ekphrasis. Ele considera como a abordagem teórica da “intermidialidade” pode nos fornecer um parâmetro para explorar a imbricação dos modos narrativo e ecfrástico na épica latina. Tal parâmetro permite a melhor compreensão da relação entre arte e texto na épica latina de um modo geral, bem como do funcionamento da construção épica.


2015 ◽  
Vol 19 (2) ◽  
pp. 80
Author(s):  
Rafael Cavalcanti Do Carmo

O trabalho parte da ideia de que a sátira latina, por constituir-se em enunciação poética marcadamente pessoalizada, bem como pelo seu propósito moral de censura ao vício, guarda semelhanças com o discurso do orador. Dessa forma, tal qual ocorre na prática oratória, a sátira demanda a construção de uma voz enunciadora que, em Juvenal, se aproxima e se afasta do êthos que o orador constrói para si em seu discurso. O trabalho discute tal procedimento, associando-o à pertinência do riso como elemento integrante da sátira como gênero poético.


2015 ◽  
Vol 19 (2) ◽  
pp. 99
Author(s):  
Bárbara Da Costa e Silva

No presente artigo, apresento uma tradução inédita ao português brasileiro de dois discursos curtos do gênero dialexis atribuídos ao retórico grego Corício de Gaza (VI d.C.), bem como um comentário interpretativo. Ambos os discursos trazem valiosas informações acerca da relação entre retórica (em especial, a declamação) e artes visuais (pintura, escultura, dança, poesia) na antiguidade tardia. Os declamadores, tanto quanto outros artistas miméticos, tinham a tarefa de imitar de modo verossímil o caráter do objeto de imitação, de sorte que esporadicamente vemos a aproximação entre o declamador e o ator/dançarino/poeta, algo largamente desenvolvido nos breves discursos aqui traduzidos.


2015 ◽  
Vol 19 (2) ◽  
pp. 43
Author(s):  
Rafael Brunhara

Este texto apresenta dois objetivos: primeiro, visa demonstrar como a noção de Enárgeia, fundada e elaborada na tradição retórica grega do séc. V, está presente na poesia grega desde os poemas homéricos. Em seguida, visa compreendê-la no âmbito da elegia grega arcaica simposial, sobretudo na produção do poeta espartano Tirteu.


2015 ◽  
Vol 19 (2) ◽  
pp. 114
Author(s):  
João Batista Toledo Prado

A partir da consciência de que sílabas longas e breves (cor)respondem-se mutuamente num sistema de oposições básicas, é imprescindível verificar o papel desempenhado por elas nas cadeias fonossintáticas que formam os pés métricos, função que elas só desempenham através de valores psicológicos investidos nas estruturas hieraquicamente organizadas do verso, geradas a partir da oposição básica que elas encetaram. Tais valores são as propriedades combinatórias que os segmentos do nível seguinte permitem, quais sejam os metros e, em seguida, os pés métricos que eles realizam ou integram, daí o verso e, eventualmente, a estrofe, de modo a estruturar o poema todo. Tendo em vista que se trata sempre de concatenação de elementos, o conjunto formado tenderá a gerar uma orientação, isto é, um sentido, que é a princípio um determinado ritmo poético. O ritmo, entretanto, é influenciado por outras ocorrências ao longo da cadeia fonossintática, como as cesuras que incidem sobre a linha do verso. A partir da passagem de Tibulo, 1.3.1–4, o presente texto propõe levar em conta tais fatores para analisar o andamento rítmico-melódico da unidade estrófica formada pelo dístico elegíaco, com especial enfoque nas possibilidades de escansão geradas pela cesura-diérese fixa do pentâmetro e suas consequências para a expressividade poética.


2015 ◽  
Vol 19 (2) ◽  
pp. 69
Author(s):  
Caroline Barbosa Faria Ferreira

Neste trabalho analisaremos duas das principais meretrizes do teatro plautino, Fronésio, da peça O truculento, e Selênio, da peça Comédia da cestinha, a fim de observar como essa personagem é construída pelo autor. Para tanto, analisaremos o discurso das meretrizes e também as falas de outras personagens que se referem a elas. A análise será estruturada de acordo com o conceito de ethos discursivo, situado no âmbito da Análise do Discurso Francesa, desenvolvido por Dominique Maingueneau a partir da noção de ethos retórico.


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