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Published By Universidade De Sao Paulo Sistema Integrado De Bibliotecas - Sibiusp

2179-0892, 1414-7416

Author(s):  
Paula Cristiane Strina Juliasz

Author(s):  
Claudio Luiz Zanotelli

O artigo aborda esquematicamente a ascensão do neoliberalismo no Brasil e traça uma proposta de “tipologia” das cidades que emergiram com o capitalismo – cidades despóticas, cidades disciplinares e cidades de controle – que permite revelar a penetração e instauração do neoliberalismo na vida cotidiana. Para tanto, baseou-se sobretudo, mas não só, nas análises críticas de Foucault ao neoliberalismo. O aporte pretendido no debate sobre a cidade neoliberal em voga é o de que o neoliberalismo não é uma radicalização do liberalismo econômico clássico – que por meio da financeirização e do “menos Estado” fragmenta e segrega a cidade –, mas sim uma nova forma de normalização social fundada num intervencionismo do Estado em seus vários níveis e, em consequência, na cidade, por meio da noção de meio e de norma.


Author(s):  
Leandro de Aguiar e Souza

O objetivo desta discussão é compreender processos que levaram à conformação de uma região popular e tecnicamente reconhecida como o Quadrilátero Ferrífero, situada no entorno da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Metodologicamente, os levantamentos e as análises verificaram que, historicamente, a produção desse espaço regional deu prioridade ao desenvolvimento da atividade minerária, sobretudo pela atuação de capitais transnacionais ou estrangeiros. Em termos de organização do capital e de fluxos de mais valor estabelecidos nessa escala, o espaço regional do Quadrilátero Ferrífero encontra-se hierarquizado em relação a Belo Horizonte, principal centralidade da RMBH. Por outro lado, nota-se que a quase totalidade dos mananciais que abastecem essa região estão no Quadrilátero, em locais crescentemente afetados pela mineração. Nesse cenário, apontam-se a necessidade e a urgência de que essa área seja progressivamente reconhecida como um Quadrilátero Aquífero, pautado em lógicas de conservação ambiental e de reprodução da vida.


Author(s):  
Carolina de Freitas Pereira

Até a década de 1980, as interpretações da questão agrária brasileira apontavam que os conflitos e as contradições no campo se expressavam na relação entre dois polos opostos: o camponês e o latifundiário, refletindo duas perspectivas diferentes de uso da terra – para trabalho (meio de produção e vida) e para negócio (associado à expansão e à especulação do mercado capitalista). Contudo, a partir de então, novas vozes irrompem na cena pública, politizando aspectos como a identidade e o território e reconfigurando o campo de disputas, processo que compreendemos como de complexificação da questão agrária. Este artigo trata desse processo, que é múltiplo do ponto de vista dos sujeitos e dos territórios e que impõe a necessidade de novas formas de abordagem dos problemas dos usos territoriais e dos conflitos no campo no Brasil.


Author(s):  
Wilma Guedes de Lucena

Este artigo propõe um conjunto de fontes históricas que ajudam a identificar e desvendar práticas financeirizadas na produção das cidades nas primeiras décadas dos novecentos, incluindo cidades periféricas como a Parahyba. Essas práticas se basearam em instrumentos jurídicos e financeiros criados naquele momento histórico, voltados ao mercado de crédito e que envolviam, entre outros bens, a propriedade imobiliária. Os referidos instrumentos – letras hipotecárias, títulos de empréstimo ou de ações, entre outros – se desdobravam de escrituras públicas registradas nos livros notariais dos cartórios e eram estampados em anúncios e notícias dos jornais da época. Aqui, são tratados não apenas pelas informações e dados empíricos que nos fornecem, mas também como instrumentos do processo de mobilização da cidade como mercadoria.


Author(s):  
Luline Silva Carvalho Santos

A literatura contemporânea tem evocado como singularidade da Geografia a estruturação de uma forma de pensar específica denominada Pensamento Geográfico. Todavia, se há uma ampla defesa da Geografia como forma de pensar, contraditoriamente, ainda são poucos os trabalhos que conceituam o que é esse Pensamento Geográfico, seus processos de estruturação e constituição. Este artigo visa contribuir com o avanço do debate teórico reduzindo a lacuna sobre o tema na literatura brasileira. A discussão está balizada nas seguintes questões: o que é o Pensamento Geográfico? Como se desenvolve? Que processos cognitivos o caracterizam? Para tanto, realizou-se pesquisa bibliográfica nos campos da Psicologia e da Geografia relacionando a cognição humana e suas especificidades a partir da aprendizagem e da formação dos conceitos geográficos pelos indivíduos. Por fim, observou-se como essa relação culmina na constituição de uma forma singular de pensar.


Author(s):  
Alexandre dos Santos Souza ◽  
Max Furrier

Os livros didáticos de Geografia abordam a Tectônica Global desde o 6º ano do Ensino Fundamental, mas é na 1ª série do Ensino Médio que se enfatiza o tema. Este artigo analisa a qualidade das representações imagéticas e textuais sobre a Teoria da Tectônica Global presentes nos 14 livros didáticos de Geografia da 1º série do Ensino Médio distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático no triênio de 2018-2020. Para tanto, se quantificaram e qualificaram as informações, observando se fornecem subsídios claros e corretos que auxiliem o ensino de Geografia na Educação Básica. Verificou-se que a apresentação do tema demanda correções fundamentais e, em alguns livros, constatou-se a falta de informações relevantes como, por exemplo, a sismicidade existente no território brasileiro. Assim, este trabalho visa concorrer para a melhoria dos livros didáticos brasileiros propondo correções, ajustes e sugestões baseadas em bibliografia especializada, mas sem verticalizações conceituais que poderiam fugir ao escopo desse tema destinado ao Ensino Médio.


Author(s):  
Michel Lussault ◽  
Jean Legroux ◽  
Cláudio Smalley

A pandemia de Sars-Cov-2 parece ter surpreendido a maioria das autoridades políticas e sanitárias, em razão da velocidade da difusão do vírus e da necessidade de controlá-la por medidas estritas de confinamento, sem precedentes em tempo de paz na escala planetária. Como apreender o “sucesso” do patógeno em termos geográficos? Este artigo objetiva mostrar que a pandemia se construiu a partir das próprias características do sistema-Mundo urbanizado. Com efeito, só as condições da urbanização global podem explicar a cinética e a exaustividade geográfica da epidemia de Covid-19. O texto visa também compreender como se estabelecem as diferenciações espaciais locais e regionais de tal fenômeno global e propõe, finalmente, uma leitura da pandemia à luz do paradigma do antropoceno.


Author(s):  
Eugênia Dória Viana Cerqueira

Nos últimos anos, a disseminação de Airbnb em diversas cidades do mundo suscitou uma série de questionamentos acerca da relação entre o crescimento acelerado da oferta de unidades de aluguel de curto prazo e o processo de gentrificação. Este trabalho objetiva investigar a articulação entre a valorização urbana pelo turismo em Paris traçando um paralelo entre a evolução geográfica da oferta de unidades de locação de curto prazo e os processos socioespaciais ligados à gentrificação. Pela análise quantitativa multivariada, demonstra-se que a expansão centrífuga da oferta de Airbnb em direção às periferias parisienses coincide com evoluções socioeconômicas intrínsecas ao processo de gentrificação, como o aumento do valor médio dos imóveis e da renda média dos habitantes e a expulsão da população imigrante.


Author(s):  
Luciano Duarte ◽  
Wagner Nabarro
Keyword(s):  

Após a abertura de capital da Petrobras, na década de 1990, a empresa petroleira de capital misto passou a intensificar o uso de instrumentos financeiros para viabilizar suas principais atividades via mercado de capitais. Entre eles, destacamos a capitalização por meio de oferta pública de ações, as estruturações financeiras (project finance), os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC) e os fundos de investimento em participações (FIP). Pela análise do uso desses instrumentos pela Petrobras, buscamos mostrar como a empresa incrementa seus recursos e expande suas atividades no circuito do petróleo, bem como antecipa capitais a sua extensa cadeia de fornecedores de produtos e serviços. Verificamos que o emprego desses instrumentos cria e reforça compromissos do circuito do petróleo no território nacional com um amplo conjunto de agentes privados ligados aos serviços financeiros, levando ao aprofundamento da lógica da valorização financeira na orientação das atividades produtivas da empresa estatal e também impondo-a a outras empresas e lugares que, direta ou indiretamente, participam desse circuito.


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