A fim de alcançar um estado final de perfeição, um personagem vem sendo discutido, festejado e, muitas vezes, combatido: o professor de Geografia. Este artigo procura colocar em debate, no entanto, que tal ator escolar não é uma invenção recente, tampouco um sujeito natural, mas o resultado de relações de saber que instituíram uma formação discursiva sólida e estável, abrigada sob o nome ensino de Geografia. Discurso que delimita o que se deve, quem deve, e como se deve falar sobre tal linguagem, trata-se de uma prática que, contudo, não escapa às forças de poder que, desde meados da primeira metade do século XX, sob o arco da acumulação flexível do capital, da competitividade, do consumo e da individualidade, convencionamos chamar de neoliberalismo.