Leviathan
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Published By Universidade De Sao Paulo Sistema Integrado De Bibliotecas - Sibiusp

2237-4485, 1806-1125

Leviathan ◽  
2019 ◽  
pp. 1-43
Author(s):  
Sérgio Mendonça Benedito

Referindo-se à teoria política e estudos empíricos sobre o desempenho das democracias contemporâneas, este artigo tem como objetivo avaliar a hipótese da crise de representação sob uma perspectiva informada pela economia política. Em um primeiro momento apresento uma revisão da literatura sobre representação política, fazendo menção àquelas principais pessoas que marcaram o debate como Hanna Pitkin, Bernard Manin e Nadia Urbinati. A seguir destaco alguns estudos empíricos sobre a dinâmica das democracias na atualidade, recorrendo a obras de autores como Peter Mair, Roberto Foa e Yascha Mounk, e mais especificamente trato sobre a democracia em contextos de neoliberalismo e políticas de austeridade, com recurso aos escritos de Colin Crouch, Donatella della Porta e Wendy Brown – entre outros, como Colin Hay, que abordaram o fenômeno da despolitização. O que se extrai deste exercício, a partir de uma perspectiva informada pela sociologia fiscal, é que ao menos as obras clássicas da teoria da representação deixam em segundo plano a crescente assimetria entre representantes e representados e a alta desigualdade entre cidadãos e cidadãs. Assim, sugiro que é necessário trazer esses aspectos ao primeiro plano, tendo em conta o contexto político, econômico e social em que se desdobra o processo da representação.


Leviathan ◽  
2019 ◽  
pp. 69-99
Author(s):  
Patrick Silva dos Santos
Keyword(s):  

O presente artigo busca apontar os entraves para o desenvolvimento autônomo do continente sul-americano, explorando as formulações de dois intelectuais do Pensamento Social Brasileiro: o médico sergipano, Manoel Bomfim (1868 – 1932) e o jurista paulista, Eduardo Prado (1860 – 1901). Ambos intelectuais apontaram em seus primeiros trabalhos histórico-sociológicos: A Ilusão Americana (publicado por Prado em 1893) e A América Latina: males de origem (publicado por Bomfim em 1905) elementos reflexivos pertinentes para se pensar em tais dimensões (a saber, o imperialismo praticado pelos Estados Unidos da América, junto às ex-colônias de exploração européias ao sul do continente) como um elemento que no passado, ainda que articulado a outros elementos constitui-se chave explicativa importante para se refletir, determinados desajustes internos nestas repúblicas libertas de suas metrópoles primeiras, mas, que nunca estiveram realmente livres da ameaça vizinha ao norte do continente. Neste sentido, o objeto central do artigo é fazer uma comparação entre os postulados de ambos intelectuais cujas reflexões supracitadas foram desenvolvidas nas primeiras décadas de nossa Primeira República. Desta forma, as suas reflexões sobre o imperialismo norte-americano nos orientam para elucidar semelhanças e diferenças em suas reflexões e para pensar criticamente as possibilidades de desenvolvimento da América Latina sem ingerências externas.


Leviathan ◽  
2019 ◽  
pp. 22-68
Author(s):  
Ana Grondona

El artículo se interroga por los modos en que el sociólogo italo-argentino Gino Germani analizó el “problema de la juventud” en el fascismo. Para ello, pone en relación una serie de artículos producidos entre 1968 y 1978 en el marco de una investigación más amplia sobre las formas modernas del autoritarismo (serie 1), con un conjunto de de textos producidos como militante antifascista entre 1935 y 1945 (serie 2) y un grupo de textos vinculados a una organización antifascista, Giustizia e Libertà (GeL), con el que Germani tuvo manifiestas simpatías (serie 3). Mediante este abordaje, interesado en asir algunos de los múltiples ecos que, como hilos, tejen una problematización (en este caso, la cuestión de la socialización en los regímenes autoritarios), buscamos que emerjan nuevas preguntas e hipótesis para comprender y explicar el proyecto político y académico de Germani.


Leviathan ◽  
2019 ◽  
pp. 147-177
Author(s):  
José Bento De Oliveira Camassa

La Australia argentina (1898), livro de viagem de Roberto Payró (1867-1928), escritor, intelectual socialista e repórter do importante jornal La Nación, de Buenos Aires, retrata a Patagônia mais de uma década depois da Conquista do Deserto (1879-1885). Em uma visão inspirada pelo determinismo geográfico e pela obra “The Significance of the Frontier in American History” (1893) do historiador estadunidense Frederick Jackson Turner, Payró identifica na região um potencial civilizacional subaproveitado, em função da administração política demasiadamente centralizada e da herança colonial espanhola. O autor advoga pela modernização da Patagônia por meio de uma maior autonomia política e econômica e por meio da imigração europeia, especialmente a de colonos e pioneers anglo-saxões. Payró, aliás, revela um posicionamento fortemente anglófilo, em um período de afirmação da latinidade na intelectualidade hispano-americana, no contexto da Guerra Hispano-Americana (1898).


Leviathan ◽  
2019 ◽  
pp. 122-146
Author(s):  
Giovanna Henrique Marcelino
Keyword(s):  

Nos anos 1960, o marxismo passou por um momento de renovação no Brasil, ao servir de base para um conjunto de teses dedicadas à interpretação da sociedade brasileira, entre as quais, aquelas que se desenvolveram a partir do que ficou conhecido como “Seminário Marx”. Um pouco antes, esta tradição também havia passado por uma metamorfose na Europa, processo que resultou na consolidação de uma nova configuração intelectual – posteriormente denominada como Western Marxism– composta por uma geração de teóricos marxistas que se giraram para o trabalho filosófico e perderam o vínculo com a prática política. Este trabalho visa realizar uma breve meditação acerca da relação de parentesco entre essas duas formas de marxismo: a que se desenvolveu em terras paulistanas e aquela gestada no continente europeu. Para tanto, o centro da análise será problematizar a noção de que o marxismo levado à cabo pelos membros do Seminário representaria “o capítulo brasileiro do marxismo ocidental”, tal como sugerido por alguns autores. Com isso, espera-se refletir sobre a relação entre marxismo ocidental e o Brasil, e o paradoxo que percorre a história do marxismo brasileiro: o de precisar ser universal e particular ao mesmo tempo, tendo em vista o caráter internacional da tradição marxista, bem como a necessidade de adaptar suas formulações às realidades nacionais concretas.


Leviathan ◽  
2019 ◽  
pp. 178-198
Author(s):  
Mariana Domingues da Costa

Resumo  O artigo objetiva analisar os filmes Metropolis, Playtime, Matrix e Ela, para, assim, articular o cinema como linguagem com os avanços tecnológicos operados na modernidade, além de identificar como os avanços técnicos do cinema expressaram os impactos variados quanto a uma reconfiguração da sociedade. As representações cinematográficas, nesse sentido, têm a capacidade de, ao inventar a própria realidade, fabular e expressar de maneira radical como a tecnologia invade a vida da sociedade e da subjetividade de cada indivíduo. Os filmes selecionados para análise, dessa forma, explicitam tal relação de diferentes maneiras e em distintos contextos históricos. Palavras-chave: cinema, modernidade, máquina 


Leviathan ◽  
2019 ◽  
pp. 100-121
Author(s):  
Carolini Gabriel Da Silva

O objetivo deste artigo é analisar se há relação entre a confiança política e a qualidade da democracia a partir do debate teórico dos modelos de desempenho institucional mobilizados pelas literaturas. Para alcançar tal objetivo, conceituamos a confiança política e os elementos que orientam o nível de apoio político expresso pelos cidadãos. Em seguida, nos dedicamos às dimensões específicas da qualidade da democracia a fim de debater o que torna o desempenho de instituições, como o Congresso Nacional e o Poder Judiciário, bom ou ruim. Ensaiamos uma aproximação teórica entre as literaturas, considerando algumas particularidades da experiência brasileira. Supomos que a relação entre a confiança política e a qualidade da democracia repousa na semelhança entre as versões do desempenho institucional que são preferíveis em um regime democrático.


Leviathan ◽  
2019 ◽  
pp. 1-21
Author(s):  
Renato Xavier
Keyword(s):  

O Manifesto Antropófago de 1928 é o mais radical manifesto cultural e político do início do século XX no Brasil. Oswald Andrade lança mão, a partir da ideia de antropofagia, de uma visão crítica acerca da herança cultural ocidental, cuja oposição está diretamente relacionada à ideia de cópia da cultura estrangeira em detrimento da cultura nacional, o binômio cópia/original. No Manifesto, Oswald explora a noção antropofágica como metáfora para a transformação da cultura ocidental: deglutir o que vem de fora e transformar em algo totalmente novo; absorver o inimigo sacro; escapar às dicotomias nacional/estrangeiro, escola/floresta. A popularização da antropofagia oswaldiana só aconteceu a partir da década de 1950, reunindo o concretismo dos irmãos Campos, o Cinema Novo de Glauber Rocha, o Teatro Oficina de José Celso Martins Corrêa, as artes plásticas de Hélio Oiticica, até desembocar finalmente no mais popular desses movimentos: a tropicália de Caetano Veloso e Gilberto Gil. O objetivo deste artigo é explorar o pensamento antropofágico de Oswald de Andrade na cena artístico-cultural brasileira desde o Manifesto Antropofágico até o Movimento Tropicalista, bem como levantar indícios do pensamento oswaldiano no debate político-cultural latino-americano da atualidade.


Leviathan ◽  
2019 ◽  
pp. 26-50
Author(s):  
Jean Lucas Macedo Fernandes
Keyword(s):  

Através de levantamento bibliográfico dos debates recentes da literatura, este trabalho realiza um balanço acerca da relação entre conservadorismo e dinâmica partidária na América Latina contemporânea. O enfoque recai sobre as transformações econômicas e políticas do contexto internacional e a maneira como o espectro ideológico conservador tem articulado suas demandas aos partidos políticos. A conclusão geral é de que os partidos à direita – que acolhem as pautas conservadoras – tem se adaptado com sucesso ao jogo democrático, em meio ao recrudescimento de discursos conservadores, reativos às ações progressistas que ganharam força ao longo dos governos de esquerda dos anos 2000. 


Leviathan ◽  
2018 ◽  
pp. 91-119
Author(s):  
Pedro Luiz Lima ◽  
Mateus Hajime

A fortuna das interpretações sobre junho de 2013, salvo relevantes exceções, parece-nos ter sido acometida por infrutífera polarização. De um lado, a ênfase nos aspectos positivos das mobilizações permanece aquém de construir uma plausível relação entre os eventos de 2013 e seus desdobramentos na arena político-institucional do país, tratando junho como evento alheio à reação conservadora que se lhe seguiu. De outro lado, a ênfase no polo negativo faz crer que ora se tratariam de manifestações com alto grau de superficialidade, como meros eventos performáticos e miméticos de uma forma global de mobilização; ora se trataria do gatilho de uma reação conservadora cuja retórica genérica sobre corrupção e patriotismo seria sintoma de uma pulsão fascista, anti-institucional, anti-representação e, no limite, anti-democrática. Buscaremos identificar fundamentos e variações de algumas destas interpretações, em chave negativa, sobre o caráter conservador de junho de 2013 – menos para restituir imediatamente alguma verdade intrínseca que tais interpretações revelariam, e mais para entender como a polifonia e os antagonismos no interior deste restrito campo interpretativo apontariam, mesmo dados os limites de sua unilateralidade, para um momento crucial da efetiva contradição do fenômeno histórico em questão.


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