EDUCAÇÃO, ENSINO E INSTRUÇÃO: BREVES EPISTEMOLOGIAS SEMÂNTICAS

As categorias da temática em epígrafe estão sempre às mesas de debates, sobretudo as duas primeiras: “educação” e “ensino”, que imbricadamente carregam o substantivo feminino “instrução”. Nessa perspectiva, doravante desenvolvemos algumas reflexões que julgamos necessárias e oportunas a partir da seguinte indagação como fio condutor desta escrita: como se realiza o ato de educar e/ou ensinar na prática curricular cotidiana de educadores/as e professores/as?

LITERATURA E HISTÓRIA: O ROMANCE DESMUNDO E A REALIDADE DAS MULHERES ÓRFÃS NO BRASIL COLONIAL

O presente artigo tem por objetivo analisar a realidade das mulheres órfãs no Brasil colonial, a partir do romance Desmundo, da escritora Ana Miranda. O intento é revelar a importância da narrativa literária para a compreensão da histórica ou das representações sobre o contexto social do Brasil no início da colonização. A narrativa nos conduz aos fatos ocorridos no Brasil em meados do século XVI, mostrando-nos a possibilidade de utilizarmos a literatura para nos reportarmos a fatos reveladores de um momento vivido e, que muitas das vezes, passaram despercebidos e invisibilizados em escritas totalizantes e lineares da História. Partindo dessa perspectiva, com a presente escrita buscamos promover o diálogo interdisciplinar entre literatura e história, tendo por foco o romance que relata a vinda de moças de Portugal para o Brasil na época da colonização para casar e a vida difícil que essas mulheres tinham, dentre essas destaca-se Oribela, a protagonista da obra em análise, cuja vida desvela as condições e sujeições as quais eram submetidas jovens mulheres órfãos transportadas à colônia para atenderem às necessidades dos colonos sob os auspícios da Igreja Católica. Tendo em vista as novas abordagens historiográficas, a literatura passa a ter papel de destaque na pesquisa, pois a partir da literatura chegaremos a compreensão social daquele periodo segundo a obra Desmundo.

CONTEXTO DO PROCESSO FORMATIVO DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL NA PERCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS

Levando em consideração a importância de uma formação acadêmica de qualidade, diversos fatores estão associados a este processo. E a contribuição com oportunidades de participação em grupo de pesquisas, estágios, intercâmbios, ingresso em grupos e iniciação científica, de Centros Universitários, Faculdades, Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia e Universidades é fundamental para que os discentes possam ter experiências e vivências que os permitam aproveitar enquanto graduandos. Esta pesquisa é constituída por duas etapas metodológicas. A primeira é uma revisão integrativa em que foram agrupados estudos que direcionam a uma pergunta norteadora: Qual a percepção discente sobre o contexto do processo formativo dos cursos de Educação Física no Brasil? A segunda trata-se de uma análise estatística dos micro dados do ENADE de 2017, foram feitas análises de sete perguntas retirada do Questionário do Estudante que se relacionavam com as oportunidades de ampliação na formação acadêmica e profissional. A partir dos resultados, pode-se concluir que, de acordo com as respostas dos discentes ao Questionário do Estudante, as Instituições são medianas no que se trata de oportunidades oferecidas para a formação acadêmica e profissional de qualidade. O uso de tecnologias e novas metodologias nesse processo contribuem positivamente para a formação dos discentes. O docente é desafiado a buscar novas técnicas para oferecer aos alunos metodologias que tornem o processo de ensino-aprendizagem mais eficaz; além da necessidade de conhecer a realidade dos alunos e especificidades das instituições.

CURRÍCULOS PRATICADOSPENSADOS E EMANCIPAÇÃO SOCIAL NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)

Este trabalho tem como sistema-de-interesse de estudo, contextos de práticas pedagógicas curriculares cotidianas na Educação de Jovens e Adultos (EJA), desenvolvidas por praticantespensantes desta modalidade educativa, e tem como cerne de discussão concepções de currículos praticadospensados na EJA na perspectiva de emancipação social. Nosso campo de pesquisa se relaciona aos contextos em que é desenvolvida esta modalidade – Escola Estadual José Rufino, no município de Angicos/RN. Compreender esta modalidade educativa, amparado pela perspectiva de paradigmas emergentes que propõem outras maneiras de racionalidade, contrapondo-se a arranjos tradicionais e hegemônicos de sociedade e educação constitui objetivo articulador do trabalho. Como forma de subverter a ordem socialmente imposta de saber e de conhecer que se materializa nos currículos praticados, esta pesquisa indagou de que maneira a EJA da Escola Estadual José Rufino vem produzindo conhecimento na perspectiva da emancipação social. Para este fim, recorremos a abordagem qualitativa de pesquisa incorporando a concepção de mergulho com todos os sentidos e narrar a vida e literaturizar a ciência, a fim de apreender a realidade complexa do cotidiano escolar. Cada mergulho durante o percurso desta pesquisa nos possibilitou por meio do olhar atento e sensível, perceber até que ponto práticas curriculares cotidianas produziam sentidos reguladores e emancipatórios. Os relatos das professoras e dos alunos, as interações, relações e ações pedagógicas assumidas em sala de aula se traduziram em solos férteis para captura das práticas curriculares, possibilitando compreendê-las enquanto emancipação e/ou regulação, enquanto situações-limites e/ou inéditos-viáveis.

O PROFESSOR E A IDENTIDADE SOCIAL DO ALUNO: UMA REFLEXÃO DO ENSINO-APRENDIZAGEM NO FUNDAMENTAL I

O trabalho aborda a temática do Ensino Fundamental I no que concerne aos valores sociais na construção da identidade da criança. O questionamento norteador da pesquisa pautou-se em: Quais experiências podem favorecer uma vivência significativa dos valores sociais na formação da criança através da leitura? Partindo dessa inquietação, fez-se necessária uma pesquisa inicial do tipo bibliográfica, abordando teóricos como Ribeiro e Campos (2011); BNCC (2018); Abramovich (1997); Stravogiannis (2016); Fonseca (2016). O estudo caminha em uma metodologia de cunho bibliográfico e de campo, descritiva e exploratória e com uma abordagem qualitativa, analisa uma obra paradidática infantil. Como objetivo principal: apontar as práticas pedagógicas que o professor se apropria para discorrer as questões dos valores sociais na formação do aluno. Identificou-se que a construção da identidade da criança é iniciada pelas influências familiares (socialização primária) e pelas interações construídas na escola (socialização secundária). Nesse sentido é preciso que o professor planeje suas aulas com os valores em foco, tais como: confiança, amizade, respeito e amor. Para ilustrar, foi explanada uma experiência de leitura da obra de livro paradidático do ano de 2013. Como explorado, observou-se que as crianças vivenciam influências, quando elas passam valores sociais significativos na formação de sua identidade, assim como as possíveis experiências que favorecem essa construção.

A POÉTICA DO ESPAÇO: A APROPRIAÇÃO DA CONCEPÇÃO DE ESPAÇO PELA CRIANÇA POR MEIO DA ARTE NA EDUCAÇÃO

O presente artigo é uma revisão de literatura e faz menção à fundamentação teórica adotada no estudo descritivo de Relato de Experiência resultante das ações do Programa de Residência Pedagógica em articulação com o Estágio Supervisionado Obrigatório da Licenciatura em Dança na Universidade Federal de Viçosa, realizado pela licencianda numa escola estadual de Viçosa, no Estado de Minas Gerais. Tendo o espaço escolar por objeto de estudo, problematizou formas de ressignificá-lo por meio da Arte enquanto Imagem Poética. Como estratégia de organização dos dados a residente registrou sistematicamente suas observações e participação em todas as etapas do processo produzindo um relatório, o qual foi analisado e discutido por ela. O estudo apontou para possíveis compreensões da percepção que os estudantes têm da escola e de sua relação com o ambiente como um todo, desde seu comportamento individual até as interações sociais, bem como dos espaços mais ocupados pelas crianças e de como são ocupados. O que possibilita apresentarmos algumas reflexões acerca do espaço escolar e perspectivas em relação à percepção dos educandos sobre o mesmo, a Poética do Espaço para pensar a consciência de si nas interações com o meio pela criança por meio da Arte. Sendo que, a residente avaliou que as ações junto aos escolares proporcionaram uma melhora nas interações entre os mesmos bem como favoreceu a apropriação da concepção de espaço e de sua utilização.

A EXPERIÊNCIA DE REFLEXÃO E AÇÃO DO ESTÁGIO: CONTRIBUIÇÕES PARA O AMADURECIMENTO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E PARA FORMAÇÃO DE FUTUROS DOCENTES

O presente trabalho visa relatar a experiência docente no ensino técnico possibilitado pelo Programa Especial de Graduação de Formação de Professores para a Educação Profissional (PEG). Busca-se apresentar a experiência pedagógica, descrevendo as vivências nas atividades propostas para o exercício da docência, analisando os desafios inerentes à prática docente no ensino de nível técnico. A coleta de dados do presente estudo ocorreu por meio da análise dos relatórios e práticas desenvolvidas no Estágio Curricular Supervisionado III. As discussões ocorreram por meio de registros escritos das práticas, demandas e avanços da prática do estágio e Grupos Focais (GF) realizados nas aulas no PEG. A discussão e análise das reflexões propostas no curso de formação de professores que emergem serão apresentadas em três itens. Inicialmente, as discussões ficarão no que se refere ao estágio, na sequência será apresentada a relevância do planejamento como um instrumento que impulsiona a reflexão e ação sobre a prática docente e, por fim, a relação de aprendizagem mútua entre os discentes estagiários e os alunos do campo do estágio. Toda a experiência gera um aprendizado, e é fundamental que estejamos abertos a compreender tudo que se passa, ou grande parte, para percebermos as várias mediações existentes numa relação pedagógica, que envolve ensino e aprendizagem. Verificou-se que a prática e reflexões ocorridas durante a prática do estágio III proporcionaram pensar, agir, ver e compreender a própria ação pedagógica.