Orfeu
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(FIVE YEARS 1)

Published By Universidade Do Estado De Santa Catarina

2525-5304

Orfeu ◽  
2021 ◽  
Vol 6 (1) ◽  
Author(s):  
Samuel Henrique Cianbroni ◽  
Regina Antunes Santos

Este artigo tem por objetivo mapear indícios de conhecimentos musicais nas concepções preliminares de estilo demonstradas nas falas de jovens pianistas em nível de pós-graduação, na preparação de três obras impostas de períodos históricos distintos. Um quase-experimento foi realizado com três estudantes de piano cursando mestrado e doutorado em Música, em que os participantes aprenderam obras musicais de diferentes períodos (séc. XVIII, XIX e XX) e compositores (Haydn, Chopin e Bartók) em três sessões de estudo. Entrevistas e registros das obras pelos participantes permitiram coletar concepções para performances. Os resultados demonstraram consenso nas concepções sobre compositores e estilos em que os participantes já tinham experiência prévia de estudo de repertório (Haydn, Chopin), sendo que em Bartók, o consenso foi pequeno. A investigação trouxe evidências de que as referências relacionadas de modos de expressão musical prévios, organização explícita de entendimento (pré-concebido), assim como recepção/percepção na qualidade de intérprete-ouvinte parecem ser indícios consistentes de interconectar conhecimentos estilísticos e avançar perspectivas de conhecimento musical de instrumentistas em formação.


Orfeu ◽  
2021 ◽  
Vol 6 (1) ◽  
Author(s):  
Sérgio Inácio Torres ◽  
Ronaldo Aparecido de Matos

Este trabalho tem como finalidade discutir sobre as dificuldades dos professores de Música da Educação Básica diante das proposições de ensino presentes na Base Nacional Comum Curricular - BNCC (BRASIL, 2018). Iniciamos as argumentações do trabalho por uma análise crítica da BNCC, com enfoque nos direcionamentos e conteúdos da área de Arte, na qual a Música está integrada. Em seguida, propomos uma breve análise de como as instituições estaduais efetuam as mediações da base comum para contextos regionais específicos, a partir do Referencial Curricular Paranaense - RCP (PARANÁ, 2018). Por fim, apresentamos algumas possibilidades para lidar com as proposições curriculares em âmbito nacional (BNCC) e estadual (RCP) no ambiente escolar. Para isso, tomamos como base experiências de ensino e aprendizagem em Música oriundas de atividades de estágio obrigatório, que foram aplicadas em colégios públicos londrinenses em turmas dos anos finais do segundo ciclo do Ensino Fundamental. Por meio das análises e argumentações estabelecidas no decorrer do trabalho, esperamos contribuir para discussões futuras e ao desenvolvimento de novas estratégias de ensino, levando em consideração parâmetros curriculares que dialoguem com a realidade da escola pública e de seus professores e alunos, bem como da comunidade que as integra.


Orfeu ◽  
2021 ◽  
Vol 6 (1) ◽  
Author(s):  
Pedro de Moura Aragão
Keyword(s):  

Este artigo tem como foco o estudo de diálogos e trocas musicais entre Pixinguinha e músicos argentinos na década de 1920. Alinha-se com trabalhos recentes (BESSA, 2005; MENEZES BASTOS, 2005; COELHO, 2009) que têm procurado redimensionar a trajetória de Pixinguinha e seu papel na indústria fonográfica da primeira metade do século XX a partir de novos ângulos, colocando em relevo as múltiplas influências de um compositor e arranjador imerso em um sistema cosmopolita que exigia uma escuta diversificada e aberta a influências musicais estrangeiras. A primeira parte do artigo é focada na análise do tango La Brisa de Francisco Canaro, gravado pelo Grupo do Pixinguinha em 1922 e procura investigar evidências históricas que liguem os dois músicos neste período, além de realizar uma análise comparativa entre a gravação de Pixinguinha e outras gravações argentinas do mesmo ano. A segunda parte é dedicada ao estudo das relações entre Pixinguinha e a Orquestra Andreoni, orquestra que esteve no Rio de Janeiro no ano de 1928 e que realizou gravações de duas polcas e dois tangos argentinos do compositor brasileiro, além de apresentações em conjunto com a orquestra Os Batutas. Por meio destes dois estudos de caso, o artigo procura lançar novas luzes sobre gravações históricas pouco conhecidas que evidenciam processos de trânsito e de influências musicais múltiplas na carreira musical de Pixinguinha.


Orfeu ◽  
2021 ◽  
Vol 6 (1) ◽  
Author(s):  
Humberto Amorim Neto ◽  
Flavia Prando ◽  
Ivan Paschoito ◽  
Jefferson Luis Gonçalves da Motta

No repertório exclusivo para violão, à exceção de algumas obras de Villa-Lobos, ainda são raras e/ou desconhecidas as peças para o instrumento que remetem ao período de consolidação do choro como gênero musical, um processo que se alastrou de meados do século XIX até os decênios iniciais dos novecentos. Na tentativa de colaborar com o preenchimento da lacuna, o presente artigo objetiva apresentar ineditamente dois choros para violão compostos por volta de 1912: Colibri, de Melchior Cortez (1882-1947); e Caranguejo, de Francesco Rosa Gadanho (1872 -?). Em diálogo com trabalhos de referência sobre o tema e através do levantamento de fontes, edições e manuscritos até então desconhecidos, o texto tem como objetivos secundários traçar uma genealogia preliminar das obras e de seus compositores, destrinchar a relação composicional das peças (que podem ser tocadas em versões para solo ou duo), discutir sucintamente algumas das possíveis razões que justificam porque poucas peças do gênero sobreviveram, avaliar possíveis intersecções entre violão e circo no ínterim em questão, bem como analisar de que forma os imbricamentos musicais e a permeabilidade terminológica que rondaram o período  de constituição do choro também estão presentes nos subtítulos e no conteúdo musical das peças suscitadas. Finalmente, apresentamos os critérios que nortearam uma iminente edição moderna das partituras, a ser publicada em parceria com a editora Legato. Como resultado, acreditamos que a discussão de tais perspectivas não somente colabora para alargar o entendimento de nossas práticas de outrora, mas também possibilita que novas peças do repertório pioneiro do violão brasileiro sejam paulatinamente incorporadas na literatura do instrumento.


Orfeu ◽  
2021 ◽  
Vol 6 (1) ◽  
Author(s):  
Carlos Eduardo Silva

O presente artigo pretende investigar a relação entre música e teatro na ópera Otello, de Verdi e Boito, o emprego da orquestração musical na produção de possíveis sentidos cênicos ou, em outras palavras, a música fazendo teatro, na fusão desses gêneros artísticos, dando origem a um terceiro que se materializa na referida ópera. Para tanto, a investigação articula o conceito de obra de arte total, de Trahndorff-Wagner, como ponto de partida para abordar o campo híbrido entre as artes que a ópera representa; em seguida, reflete sobre a doutrina do êthos, herdada do mundo helênico, e a teoria dos afetos, que atinge o ápice no período Barroco, como sendo teses dedicadas a pensar a ação da música no indivíduo; na sequência, observam-se os ideais de reforma da ópera, segundo Metastasio, como uma iniciativa destinada a construir um léxico operístico; e, por fim, sintetiza tais conceitos, confrontando a partitura e o libreto, de Otello. O trabalho justifica-se a pela escassez de propostas dessa natureza envolvendo a obra verdiana, em especial, Otello, na língua portuguesa; proporcionar o estudo da música em conexão com outras artes; e porque o estudo das relações dos elementos que compõem a ópera enriquece a pedagogia desse gênero artístico.


Orfeu ◽  
2021 ◽  
Vol 6 (1) ◽  
Author(s):  
Francine Kemmer Cernev

Este artigo tem por objetivo discutir sobre a formação de professores a partir das experiências desenvolvidas por meio do estágio supervisionado em música durante o período de ensino remoto emergencial. O referencial teórico foi constituído a partir dos seguintes eixos: tecnologias digitais e mídias sociais, aprendizagem colaborativa e formação para a docência em música. A metodologia utilizada foi a pesquisa ação. Para tanto, os licenciandos foram instigados a desenvolver uma proposta de estágio que culminou na produção colaborativa e aplicação de um material pedagógico-musical virtual no contexto da educação básica. Foram estabelecidas reflexões sobre o papel do estágio supervisionado em novos contextos e cenários a partir da realização e implementação desta produção, bem como discussões sobre suas implicações para a profissionalização de licenciandos. As impressões reveladas pontuam positivamente para a construção colaborativa de propostas educacionais pautadas na identificação, elaboração, realização, atuação e reflexão, fazendo parte consubstancial para a compreensão da formação da docência em música na contemporaneidade.


Orfeu ◽  
2021 ◽  
Vol 6 (1) ◽  
Author(s):  
Antonio Carlos Araújo Ribeiro Júnior ◽  
Renan Branco Ruiz

Inspirados no paradigma indiciário (GINZBURG, 2007) e no método biográfico (BOURDIEU, 2001), analisamos os usos e abusos da história do pianista Tenório Jr. no interior da memória e da historiografia sobre o jazz brasileiro dos anos 1960-1970. Morto em 1976 em plena ditadura argentina, a figura do músico foi acionada como símbolo da condição do jazz nacional naquele período. Cotejamos, assim, a vida e os discursos sobre Tenório, destacando, por fim, os desmembramentos históricos do instrumental brasileiro. Chegamos ao entendimento de que a trajetória do músico foi apropriada para fundamentar leituras distintas sobre a relação entre canção e música instrumental, gerando posições estético-ideológicas conflitantes. Fundamentados em dados empíricos, problematizamos essas narrativas e percebemos que as nuances da memória trágica de Tenório dão indícios, mas não determinam os rumos que o jazz e a música instrumental brasileira tomaram nos anos 70. Assim, concluímos que apesar dos traumas sofridos, esses estilos não “morreram” nos porões da indústria fonográfica. Antes, resistiram e se reinventaram.


Orfeu ◽  
2021 ◽  
Vol 6 (1) ◽  
Author(s):  
Pedro Henrique Martins

O eixo central deste artigo é uma análise da canção “Alegria, alegria”, de Caetano Veloso, com interesse em aspectos formais de certa representação da brasilidade na música comercial radiofônica local durante os anos sessenta. Apontamos como a canção, proponente no III Festival de Música Popular Brasileira, de 1967, e espécie de manifesto de primeira hora pelo programa estético da Tropicália, suspende uma interpretação consagrada da brasilidade ao tensionar os pares conceituais antitéticos arcaico/moderno e local/universal. Visando à exposição do argumento, percorremos, em detalhe, procedimentos que chamamos multidirecionamento e justaposição, realizados entre os estratos musical e poético. À luz dos elementos levantados, ressaltamos, enfim, como “Alegria, alegria” encampa, na própria estrutura, impasses que inflexionam o debate da brasilidade ante o influxo global da cultura de massas.


Orfeu ◽  
2021 ◽  
Vol 6 (1) ◽  
Author(s):  
José Eduardo Costa e Silva

Neste ensaio reflito sobre a presença da Filosofia e da poesia na canção de Noel Rosa. Atento-me à maneira como o compositor articula esses dois modos de posicionar a linguagem diante das necessidades de expressão e reflexão humanas. No meu entender, Noel Rosa usa a poesia para tornar a Filosofia um patrimônio cotidiano, acessível às camadas populares que ele queria ver incluídas na sociedade brasileira. Desenvolvo minha argumentação tendo como referência os próprios textos das canções, articulando-os, quando necessário, às referências filosóficas que eles sugerem, dentre tantas: Sócrates, Marx, Nietzsche, Schopenhauer, Heidegger. O que se desvela como resultado desta reflexão é a visão de mais uma senda de profundidade no profícuo e criativo processo artístico que Noel Rosa nos deixou como um legado que permite o gozo e o aprendizado constantes.


Orfeu ◽  
2021 ◽  
Vol 6 (3) ◽  
Author(s):  
Ivan Gonçalves Nabuco ◽  
Sérgio Paulo Ribeiro de Freitas
Keyword(s):  

Coloca-se em discussão a tradução para a língua portuguesa de alguns termos da teoria musical de Heinrich Schenker. Detendo-se, principalmente, sobre os termos Urlinie e Ursatz, procura-se realizar um debate a respeito do significado de tais conceitos, significado que aparece como a manifestação estritamente musical do princípio da unidade da obra de arte. Tal princípio assume um papel emblemático na teoria se Schenker por meio do concito de coerência orgânica e, portanto, do conceito de organismo. A argumentação se concentra sobre os múltiplos significados da palavra Satz, destacando seus usos no vocabulário musical e, principalmente, nos escritos de Schenker, mais especificamente, como elemento formador do termo Ursatz. A discussão oportuniza uma reflexão a respeito de termos propostos por Schenker e de suas implicações e alcances quando vertidos para outras línguas, épocas e lugares.


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