scholarly journals Multiálogo e arco tenso: poemas intermídia de Décio Pignatari

Author(s):  
Monalisa Medrado Bomfim

Décio Pignatari (1927-2012) era o mais irreverente do trio de poetas concretos que compunha junto com os irmãos Haroldo e Augusto de Campos. A ousadia de Pignatari está na sátira, mas também no multiálogo das mídias, que ele experimenta por meio de diferentes suportes nos poemas intermídia. O objetivo do trabalho foi trazer a poesia de Décio Pignatari para o campo de análise do suporte de inscrição, sugerindo um diálogo ativo com o contemporâneo digital. Observa-se que existe algum dado tecnomoderno nos poemas intermídia um movimento (1956), hombre hambre hambra (1957) e caviar (1959), que transitam entre os suportes da página e do áudio. Para compor a discussão teórica do conceito de intermídia foram utilizados os textos: Inter textos/ inter artes/ inter media (2006) e Concrete poetry and the new performance arts: intersemiotic, intermedia, intercultural (2000), de Claus Clüver. Já os textos: A poesia concreta como precursora da cibercultura (2006) e Décio Pignatari entre a vida, os signos e a memória (2016), de Lucia Santaella, articularam o diálogo entre os poemas e o contexto digital.

2020 ◽  
Vol 39 (62) ◽  
pp. 145
Author(s):  
Thadeu C. Santos

Resumo: Desde Roda lume (1969), de Ernesto M. de Melo e Castro, o videopoema português perpassou décadas de experimentação ao largo da história da poesia editada em livros e impressos. Nos últimos anos, novidades tecnológicas como a câmera de celular e plataformas de compartilhamento de vídeos como o YouTube modificaram a maneira com que um videopoema pode ser feito, distribuído e lido/assistido. Essas novidades mostram-se imprescindíveis para analisar os videopoemas de Patrícia Lino e Matilde Campilho publicados recentemente. Na tentativa de propor um debate paralelo à crítica que se dedica ao estudo do videopoema em termos de expansão e de hibridismo em poesia, são apresentados tópicos sobre palavra e imagem presentes no ensaio “A reinvenção da leitura”, de Ana Hatherly (1981). A simplificação da feitura de vídeos e a facilidade de hospedá-los em plataformas como o YouTube parecem interferir propositivamente nos vídeos de Lino e Campilho e apontam para um caminho oportuno a esta e a novas gerações de poetas portugueses.Palavras-chave: escrita; leitura; poesia portuguesa contemporânea; poesia concreta; videopoema; videopoesia; YouTube.Abstract: Since Roda lume (1969) by Ernesto M. de Melo e Castro, Portuguese video poem has gone through decades of experimentation along the history of poetry edited in books. In recent years, technological innovations such as the mobile camera and video sharing platforms like YouTube have changed the way that a video poem can be made, hosted and read/watched. These novelties are essential to analyze the recently published video poems by Patrícia Lino and Matilde Campilho. In an attempt to propose a debate parallel to the criticism of the study of video poem in terms of expansion and hybridism in poetry, important topics on word and image are presented in Ana Hatherly’s essay “The Reinvention of Reading” (1981). The simplification of video-making and the ease of hosting them on platforms such as YouTube demonstrate a purposeful interference and seem to point to an advantageous path for this and new generations of Portuguese poets.Keywords: writing; reading; contemporary Portuguese poetry; concrete poetry; videopoem; videopoetry; YouTube.


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