SAMUEL BECKETT E O IRRACIONALISMO COMO EXPRESSÃO IDEOLOGICA DA BURGUESIA
A partir de uma realidade devastada pelos extremos do pensamento reacionário da primeira metade do século XX, Samuel Beckett (1906-1983) propõe uma ruptura com o realismo moderno, de modo a evidenciar o avançado estágio de decadência do modelo ideológico burguês. No presente artigo, discutimos justamente a influência desse contexto histórico-social no processo de composição da literatura beckettiana entre os anos de 1932 e 1953, sendo Dream of fair to middling women (1932), Murphy (1939), Molloy (1951), Malone morre (1951) e O inominável (1953) os romances que orientaram esse estudo em diálogo com a filosofia de Georg Lukàcs (1885-1971), dando ênfase às obras Marxismo e a teoria da literatura (1968) e The meaning of contemporary Realism (1969).