A BNCC, a redução da carga horária de Geografia e o dilema da seleção dos conteúdos: um debate necessário

O debate que iniciamos neste ensaio tem como principal foco a reflexão sobre algumas perspectivas norteadoras para a presença da Geografia no currículo da escola básica, ao tempo em que sinaliza alguns parâmetros de orientação para a escolha dos conteúdos desse componente frente a reduzida carga horária que se apresenta no Documento Orientador do Ensino Médio baiano (BAHIA, 2000). A análise está ancorada nas diversas experiências dos autores como docentes dessa etapa do ensino, bem como nos escritos de alguns teóricos como Oliveira (2003), Cavalcanti (2011, 2019) Girotto (2017), Giordani (2019), dentre outros. Nessa perspectiva elegeu-se: possibilitar a emergência de uma consciência ambiental; promover comportamento de justiça social e enfrentamento das desigualdades socioespaciais; e considerar os movimentos geopolíticos nas suas diversas escalas como demarcadores de espacialidades/ territorialidades, como sentidos gerais que precisam nortear o ensino dos conteúdos de Geografia a fim de que a mesma não perca totalmente a sua função maior na formação dos jovens.

Concepções e abordagens da agricultura familiar e do agronegócio em livros didáticos de Geografia

O trabalho apresenta os resultados da pesquisa de mestrado que analisou as abordagens e concepções teórico-metodológicas da agricultura brasileira, especificamente, a agricultura familiar e o agronegócio, nos livros didáticos de Geografia, para turmas do 6º e 7º anos do Ensino Fundamental II e, se baseou em três coleções aprovadas pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD 2017, 2018 e 2019), sendo: Expedições Geográficas, Vontade de Saber e Geografia Espaço e Vivência. Para o estudo e analise adotou-se a metodologia qualitativa que permitiu evidenciar as diferenças de discurso e abordagens e, que os livros didáticos são importantes ferramentas auxiliares para o trabalho do professor em sala de aula. Não se observou nenhum equivoco conceitual, porém, entende-se que os temas em foco, poderiam ser melhor explorados pelos autores. Há predominância nas coleções, em duas delas de forma mais destacada, uma geografia quantitativa e descritiva e, portanto, fica claro, que para reforçar a criticidade dos estudantes, caberá ao professor indagá-los e discutir com eles os temas, se apoiando em outras fontes de informação, como defendido pelos pesquisadores e professores da educação geográfica.

Formação de professores: programas universitários na formação inicial em Geografia

É notório perceber o quanto a discussão sobre a formação de professores vem sendo debatida nos últimos anos, sobretudo, na Formação Inicial. Desse modo, torna-se importante realizar uma análise dos projetos e programas presentes nas instituições de Ensino Superior (IES) na formação inicial de futuros professores de Geografia. Nesse sentido, o referente artigo tem como objetivo geral apresentar os programas presentes na formação inicial, tendo também como objetivo específico discutir a importância deles nas IES como a Extensão Universitária, Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), Residência Pedagógica (RP) e as Monitorias de Disciplinas, que oportunizam uma formação eficiente, crítica e dinâmica, engendrando assim, futuras práticas pedagógicas mais reflexivas, pois elas constituem a base para uma formação de qualidade. O estudo baseou-se em revisões bibliográficas acerca da temática central, a partir da qual foi possível analisar artigos, livros e obras que proporcionaram o entendimento da temática em questão. A pesquisa torna-se importante, porque discute e aborda questões qualitativas dos programas e projetos institucionais, apresentando suas potencialidades na formação inicial em Geografia, viabilizando aos futuros professores a oportunidade de vivenciarem novas experiências, tanto nas escolas quanto na própria universidade. Ou seja, os programas abordam os conhecimentos teóricos e práticos necessários para formação de qualidade na prática docente. Assim sendo, o acesso ao conhecimento que é transmitido de professor para aluno torna-se mais estimulante e atraente quando se tem acesso a tais programas institucionais.

Contribuições do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIPIB) para a formação inicial docente em Geografia

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) é uma política pública que tem chegado com eficiência nos espaços de formação de professores, universidades e escolas secundárias. Porém, tal programa, apesar de representar um ganho para a formação do professor, vem perdendo espaço em decorrência de algumas decisões governamentais. Esse estudo preocupa-se em investigar a importância e contribuições desse programa para a formação docente em Geografia. Desse modo, nosso estudo fundamenta-se por meio da vivência que tive como ex-bolsista dessa modalidade de programa na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e por saber o diferencial que o PIBID faz para a formação e a prática docentes, tanto no âmbito acadêmico como nas escolas na educação básica e, principalmente, pela busca de constatações de que este tem cumprido com seu propósito enquanto política pública de educação. Assim, propusemo-nos a investigar a importância do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) para a formação inicial docente, por meio das experiências vivenciadas pelos sujeitos participantes, ex-bolsistas do curso de Geografia da UEPB, campus I – Campina Grande, Paraíba e egressos do PIBID, de vigência no período 2018 a 2019. Na metodologia, foi utilizada uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa com aplicação de questionários, empregando uma amostra não probabilística por acessibilidade. Destarte, a partir das percepções dos investigados, constatamos a importância e a relevância do programa para a formação inicial do professor de Geografia e para a construção da identidade profissional.

Geocenários digitais: fundamentos teórico e metodológico para o ensino da paisagem

As metodologias de ensino da Geografia escolar estão sendo ressignificadas pelas novas habilidades e competências ancoradas nas novas tecnologias da informação e comunicação. O desafio metodológico se revela frente à necessidade de atualização dos currículos da educação básica, adequação e inovação dos recursos didáticos da disciplina. O presente estudo tem como núcleo central a discussão teórica e didático-pedagógica dos Geocenários Digitais. Enquanto perspectiva metodológica de transposição didática, os Geocenários Digitais serão revelados como cenários geográficos personalizados, nos quais os fenômenos expressos na paisagem podem ser apresentados de forma multiescalar, tridimensional e em suas múltiplas conexões na superfície digital de um mapa geosoftware. O Geocenário Digital será discutido como projeto cartográfico customizado no Google Earth Pro, no qual o professor e o aluno, por intermédio de um texto didático, transpõem o fenômeno estudado para uma base cartográfica digital interativa geosoftware, inserindo objetos, incluindo fotos, vídeos, e dessa forma, esquematizando processos e conexões da paisagem. Por fim, destacamos a proposta dos Geocenários Digitais como ferramenta para o estudo gráfico-espacial da “paisagem na Totalidade-mundo”; perspectiva de análise fundamentada nas interconexões entre fenômenos sociais e físicos, que se expressam na lógica da reflexão sobre a configuração de diferentes paisagens pelo encadeamento de processos globais.

O encontro entre Geografia e Educação pode mudar o espaço vivido?

A Geografia em parceria da educação fornece subsídios para os estudantes aprenderem o seu espaço de vida, por meio de práticas e teorias que ajudam o pensamento crítico, a práxis e a transformação socioespacial. Por isso, é importante trazer à tona essa abordagem para se desenvolver caminhos de uma educação voltada para vida. Esta pesquisa bibliográfica centra-se no objetivo de analisar e discutir a interconexão das duas disciplinas como articuladoras da mudança local, dialogando sobre a pedagogia dos projetos e do trabalho de campo para o ensino. Para pensar uma educação mais rica e interessante que contextualiza o espaço é fundamental no campo escolar, já que o espaço é o chão de aprendizados desde a infância da criança até a sua formação total e permite a criação de um sujeito crítico e humano.

Geografia escolar e diversidade cultural: reflexões étnico-raciais em sala de aula

Tendo em vista a importância crescente de uma prática pedagógica escolar pautada na diversidade cultural, o presente artigo tem como objetivo discutir a importância dos temas étnico-raciais no Ensino Fundamental - Anos Finais sob a perspectiva geográfica. A discussão está pautada a partir do planejamento de uma intervenção pedagógica vinculada ao programa Residência Pedagógica de Geografia e realizada junto aos estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental. De abordagem qualitativa, o presente trabalho teve como objetivos específicos contextualizar a Lei nº 11.645, de março de 2008, no ensino de Geografia, além de apresentar as questões socioambientais tangentes ao povo Krenak, um dos povos indígenas brasileiros que se distribuem em estados da região Sudeste do Brasil. Como resultados foram observados que os estudantes construíram a reflexão acerca da temática étnico-racial e socioambiental a partir do pensamento geográfico suscitado com a aula. Foi notado também que discutir e planejar as atividades possibilitou aos residentes um importante exercício da profissão, na medida em que permitiu reflexões pertinentes ao ensino de Geografia frente a problemáticas referentes ao multiculturalismo e que precisam ser destacadas na escola.

Atividades de monitoria em divulgacão científica – o papel do Centro de Estudos Agrários (CEA)

O presente trabalho é fruto do edital “Apoio de atividade de Monitoria em Divulgação Cientifica nos Museus e Centros de Ciência de Pernambuco”, em que o Centro de Estudos Agrários (CEA) foi contemplado com duas bolsas financiadas pela FACEPE/SECTI. O projeto objetiva contribuir para que o Centro de Estudos Agrários, por meio das atividades de monitorias, proporcione àqueles/àquelas que o procuram aprendizagens significativas em assuntos relativos à questão agrária/alimentar do vale São Francisco. O percurso metodológico foi desenvolvido a partir das seguintes estratégias: acolhimento às diversas Instituições no espaço em que se encontra o CEA; planejamento e leitura de referências bibliográficas concernente à temática e análise dos dados mediante respostas dos questionários enviados pelos/as docentes. Como resultado, percebeu-se que o CEA tem-se consolidado como referência nos assuntos relativos à Geografia Agrária já que permite aos docentes e discentes a dimensão técnica e social. Conclui-se, portanto, que é relevante estudar a realidade cotidiana em que Juazeiro/Petrolina estão inseridas, já que o docente não pode ficar apenas na dimensão técnica, mas deve adquirir em sua formação, uma consciência da práxis.

A importância do estágio supervisionado: a percepção discente e docente sobre o curso de Licenciatura Plena em Geografia da UNEMAT-MT

Este artigo tem por objetivo justificar a importância do estágio para o curso de licenciatura em Geografia, da Universidade do Estado de Mato Grosso, em razão de promover maior integração entre a aprendizagem acadêmica e a compreensão da dinâmica das instituições de ensino, pois, assim, o aluno pode estabelecer relações entre a teoria estudada em sala de aula e a prática de ensino. Para este estudo foram utilizadas a pesquisa bibliográfica, a documental e a participante. Destaca-se que a sistematização de observações e os dados coletados evidenciam a importância da preparação, da qualificação e da formação continuada dos estudantes. Desse modo, um estágio eficaz proporciona ao futuro professor condições satisfatórias de enfrentar e superar os desafios da profissão, pois, na prática, a docência assim exige. Por fim, é relevante frisar que o estágio é uma etapa imprescindível para o desenvolvimento profissional e, quando bem planejado e bem executado, certamente, propiciará sucesso na prática docente.

Algumas reflexões sobre metodologias de ensino de Geografia para a Educação Básica

O artigo em destaque realiza algumas reflexões iniciais sobre as metodologias de ensino de Geografia para a Educação Básica. Assim, a problemática que move este artigo é: o que podemos entender por metodologias de ensino de Geografia? Mediante esta problemática, chega-se o objetivo central deste manuscrito que é refletir sobre as metodologias de ensino de Geografia para a Educação Básica. A abordagem empregada neste estudo é a qualitativa. O procedimento técnico empregado foi a revisão bibliográfica. Diante disto, chegou-se a compreensão, que as metodologias de ensino de Geografia são um caminho importante para que os professores de Geografia possam aperfeiçoar suas ações didática-pedagógicas pelos conteúdos de Geografia junto aos alunos, no intuito de ensinar mais e melhor nas escolas, proporcionado com isto, uma aprendizagem mais qualitativa no sentido dos educandos se envolverem no processo de ensino-aprendizagem, entre outros elementos.