Pós Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP
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Published By Universidade De Sao Paulo Sistema Integrado De Bibliotecas - Sibiusp

2317-2762, 1518-9554

Author(s):  
Gleuson Pinheiro Silva
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Este artigo propõe uma reflexão sobre a relação entre a localização das agremiações carnavalescas da cidade de São Paulo e sua posição na hierarquia do carnaval, considerando as transformações pelas quais o carnaval de Escolas de Samba passou, desde a fundação dos primeiros cordões carnavalescos até a atualidade, passando pela institucionalização e incorporação nos eventos oficiais da cidade. Observa-se que os importantes marcos do carnaval aconteceram quando a cidade conheceu intensa expansão da mancha urbana e crescimento populacional e que as Escolas de Samba tiveram importante papel na urbanidade das periferias da cidade.


Author(s):  
Mauro Sérgio Procópio Calliari
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Em São Paulo, o ato de andar a pé embute um paradoxo: apesar de as viagens a pé serem o meio mais usado de deslocamento, as condições urbanas apresentam um quadro bastante desafiador para o pedestre — infraestrutura de caminhabilidade pouco adequada, travessias arriscadas e insegurança na relação com os veículos motorizados. O objetivo deste artigo é investigar o andar a pé a partir da perspectiva do pedestre para compreender se a experiência de mobilidade (andar para chegar a algum lugar) também pode vir acompanhada de uma experiência estética — a da fruição da cidade. Metodologicamente, foi usada uma abordagem qualitativa, por meio da técnica de grupos focais, realizada no contexto da tese de doutoramento do autor, com uma amostra de pessoas que se deslocam cotidianamente a pé pela cidade. Os resultados mostram que, dadas condições mínimas de segurança e infraestrutura, existe um componente muito presente de fruição da cidade inerente ao ato de andar a pé, manifestado no prazer sensorial, nas pequenas surpresas e na constatação de que o caminhar permite “experimentar a cidade”.


Author(s):  
Felipe Taroh Inoue Sanquetta
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Abrão Assad (1940-), arquiteto e escultor, contribuiu para o desenvolvimento da arquitetura e da arte moderna em Curitiba. Este trabalho tem como objetivo a documentação historiográfica e a realização de análise descritiva do projeto arquitetônico da residência de seu uso próprio. Concebida em 1979 por Assad, a casa está situada em um grande terreno circundado por um bosque nativo e se caracteriza pelo uso de componentes estruturais em madeira. Além da materialidade, a obra também se destaca pelo partido arquitetônico adotado, solução que remete ao sistema Dom-ino de Le Corbusier e as “casas apartamento” da Escola Paulista. O artigo se estrutura  inicialmente com uma breve descrição sobre o processo de inserção dos conceitos modernos na arquitetura de Curitiba, a biografia do arquiteto, suas referências e outros projetos realizados. Para a documentação da obra, os procedimentos adotados se apoiaram na bibliografia existente e posteriormente na elaboração do redesenho do projeto original por meio de plantas, cortes e pelo uso de isométricas/diagramas para análises. Em uma segunda parte, são apresentadas imagens ainda não publicadas e que foram cedidas pelo acervo do arquiteto.


Author(s):  
Pedro Barreto de Moraes

Este artigo confronta teorias e projetos do urbanismo moderno à possibilidade de uma leitura relacional das infraestruturas viárias que impulsionam e absorvem a produção e o crescimento das metrópoles brasileiras. Em primeiro lugar, propõe-se alguns parâmetros e noções a partir dos quais visa-se interpretar tipologias fundamentais de organização e expansão urbana. Em seguida, realiza-se uma revisão sobre proposições seminais de autores modernos, marcadas por uma visão integrada entre arquitetura e infraestrutura. Finalmente, articulam-se possibilidades ensejadas pelos conceitos revisados a características gerais das metrópoles brasileiras, apontando-se questões projetuais dadas pela confrontação entre o campo das ideias e a realidade concreta. 


Author(s):  
Guilherme Moreira Petrella
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A região da Luz, centro de São Paulo, é objeto de planos de renovação urbana desde os anos 1970, visando reverter a degradação socioespacial. Dentre esses planos, os propostos no século XXI convergem por suas formas de atuação: reestruturação espacial no imbricamento imobiliário e infraestrutura realizada por meio de parcerias público-privadas, que centralizam capitais produtivos (real), capitais improdutivos (fictício) e Estado (leis, financiamentos, políticas públicas e monopólio do uso da violência). Eles orientam para a constituição imediata do complexo imobiliário financeiro global. Apesar das estratégias arquitetônicas e urbanísticas, com suas concepções formais diferenciadas, sua “verdade” é a viabilidade econômica. Nesse sentido, o “direito à moradia” aparece e se realiza como “direito à propriedade”. Assim, a propriedade se constitui como estrutura dessa forma de urbanização e permite a privatização da riqueza social por meio da construção arbitrária do preço do produto imobiliário, associada ao endividamento (público e privado): uma dominação de classe e suas frações proprietárias sobre a produção e o consumo do espaço que, no limite, indica a sobrevida da acumulação do capital em detrimento da reprodução da vida.


Author(s):  
Manuela Catafesta
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Inúmeras foram as trocas entre o Brasil e os Estados Unidos na modernidade brasileira no século XX, muitas vezes desmerecidas em detrimento daquelas ocorridas com o continente europeu, e que neste artigo procuraremos dar espaço e buscar seu entendimento. Ao demonstrar que outras frentes de diálogo se consolidaram, os Estados Unidos tiveram um papel essencial justamente quando a arquitetura moderna brasileira se iniciava, a partir da década de 1920. A primeira fábrica da Ford no Brasil, projeto do arquiteto americano Albert Kahn na cidade de São Paulo, em 1921, é um desses edifícios precursores construído com uma linguagem plástica moderna e utilizando concreto armado e grandes planos de vidro. Contudo, apesar da sua relevância, trata-se de um tema pouco abordado pela historiografia. A coleta, análise e divulgação desse material inédito, composto por desenhos arquitetônicos do projeto, disponíveis no acervo do escritório Albert Kahn Associates, configura uma contribuição para a história da arquitetura brasileira, algo que poderá determinar a mudança de paradigmas a respeito da arquitetura industrial e sua importância como parte indissociável do movimento moderno, dando à fábrica a devida importância na qualidade de objeto tanto técnico quanto formalmente inovador.


Author(s):  
Ana Elisia Costa

Um projeto, ao ser assinado por um star-architect, ganha notoriedade. Espetacularizado, ele transcende o seu próprio gesto estético, comunicando e validando valores culturais e visões de mundo. Assume, assim, uma dimensão ética, cuja investigação é relevante por revelar formas de controle da cultura e da sociedade. No contexto desta reflexão, o estudo adota como objeto empírico o projeto midiatizado da Cervejaria Browers Beato (2017), desenvolvido em Lisboa, sob a chancela de Eduardo Souto de Moura. A proposta se insere num projeto maior, o Hub Criativo Beato, que visa reabilitar um complexo pós-industrial e requalificar a própria zona oriental de Lisboa. Cervejaria, Hub e cidade, portanto, articulam-se como partes indissociáveis de um mesmo discurso que merece atenção. Analisar o projeto Cervejaria-Hub, numa perspectiva estética-ética, é o objetivo desse estudo. Pesquisas de campo e bibliográfica embasam a análise do contexto, a apresentação dos projetos e a prospecção de possíveis impactos sobre os tecidos físicos e sociais envolvidos. Universais e homogeneizantes, as soluções adotadas permitem pautar a necessidade de desconstrução de discursos e práticas, em favor de um projeto “justo”.


Author(s):  
Bruna Ferreira Montuori ◽  
Viviane Mattos Nicoletti

Este artigo tem como objetivo refletir sobre as diferentes nuances que o design brasileiro pode tomar diante de narrativas decoloniais, que rompem com ideais universais por outros baseados no pluriverso (ESCOBAR 2016). Buscamos aqui compreender o posicionamento hegemônico do campo a fim de questionar seu lugar dominante à luz de teorias que elucidam a colonialidade do poder (QUIJANO, 2000). Por meio de duas abordagens de pensamento – o fronteiriço, que teoriza a partir das fronteiras epistêmicas, e outro interseccional, que olha a partir dos vazios nos encontros de categorias de raça, gênero, classe e trabalho – levantamos reflexões teóricas e práticas que orientam praticantes para uma atitude alinhada ao pensamento decolonial. O artigo divide-se em três partes: (1) as relações entre modernidade e colonialidade aplicadas ao contexto brasileiro; (2) o design brasileiro sob as lentes de pensamentos interseccional e fronteiriço; e (3) reflexões teóricas e práticas para a construção de uma perspectiva decolonial para um design pluriversal. Com base nesses pontos, endereçamos caminhos alternativos ao design brasileiro, que tem como base práticas emancipatórias que orientam para a autonomia e a liberdade das subjetividades.


Author(s):  
Ana Paula dos Santos Salvat

A historiografia eurocêntrica apresenta a Praça Maior como uma criação espanhola transferida para a América como centro de um modelo urbano de cidade colonial baseado na ortogonalidade e no ordenamento. Modelos urbanos com praças grandes e centralizadas são encontrados em diversas culturas em diferentes períodos históricos, mas raramente mencionam-se as experiências dos povos ameríndios no desenvolvimento de suas arquiteturas e de seus projetos urbanos, bem como suas permanências a partir da colonização. Em uma proposta de leitura urbana transcultural e transdisciplinar, apresenta-se a formação da Praça Maior da Cidade do México, tanto pela permanência dos elementos do centro de México-Tenochtitlan, os quais estão inseridos em uma longa tradição urbana mesoamericana, quanto pelas transformações castelhanas, constituídas por experiências ibéricas anteriores. Demonstra-se, assim, que o modelo da Praça Maior mexicana contribuiu com mudanças urbanas na Europa a partir da Praça Maior de Valladolid no século XVI.


Author(s):  
Rafael Marino

Os ensaios de Schwarz a respeito do modernismo são variados e cobrem diversas searas artísticas. Se os estudos e os debates em torno dos ensaios sobre literatura e teatro modernistas são mais comuns na fortuna crítica, sobre arquitetura, por sua vez, é mais errático. Além disso, uma comparação entre as leituras de Schwarz sobre os três campos é ainda mais difícil de ser encontrada. À vista desse quadro, este trabalho pretende contribuir no sentido de suprir, mesmo que parcialmente, a lacuna de um estudo mais sistemático das leituras que Schwarz tinha a respeito do modernismo a partir do prisma da arquitetura.


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