Argumento, no presente artigo, sobre a relação entre socialização e educação, considerando a primeira como “processos de introdução na sociedade” e a segunda como a “introdução das novas gerações no mundo”. O problema que orientou a investigação a refere-se à existência ou não de incompatibilidade entre ambos os objetivos, se é razoável “socializar” considerando a “sociedade” em que as crianças e jovens são inseridos e se a “socialização” contribui ou não para a realização da skholé, caracterizada como “tempo livre” distinto do “tempo produtivo” da sociedade. Neste sentido, defendi que a skholé só é possível quando a “socialização” não é a tarefa central da escola (porque a “socialização” desescolariza a escola) e nem a educação reduzida à “socialização”. A atualização da skholé e sua institucionalização escolar é fundamental para a introdução das “novas gerações” no “mundo” e, talvez, a única oportunidade que os seres humanos terão, nas condições atuais, de experenciar o “tempo livre” que suspende as injunções da família, da sociedade (economia, trabalho, divertimento, lazer, descanso, aprendizagem) e da política.