Filologia e Linguística Portuguesa
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Published By Universidade De Sao Paulo Sistema Integrado De Bibliotecas - Sibiusp

2176-9419, 1517-4530

2020 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 171-187
Author(s):  
José Cezinaldo Rocha Bessa

Os modos como estudantes em formação na pós-graduação expressam uma configuração autoral em seus escritos científicos se inscrevem em um campo aberto a múltiplas problematizações e reflexões de pesquisadores das ciências da linguagem e da educação. Em vista disso, nosso objetivo, neste trabalho, é lançar olhares investigativos sobre as configurações autorais que se concretizam em produções científicas de jovens pesquisadores, buscando mais especificamente analisar a manifestação de posições responsivas como indícios de autoria. Como aporte teórico, recorremos às reflexões do pensamento do Círculo de Bakhtin (Bakhtin, 2003, 2010, 2016a, 2016b, 2017a, 2017b; Volóchinov, 2017); e a trabalhos de estudiosos (Boch, 2013; Delcambre, 2013, dentre outros) que abordam a escrita acadêmico-científica. Do ponto de vista metodológico, nossa investigação caracteriza-se como uma pesquisa de natureza interpretativa e de abordagem qualitativa. O corpus de análise é constituído de 10 (dez) artigos científicos de estudantes de mestrado da área de Linguística. As análises apontam que os estudantes de mestrado do contexto investigado expressam uma configuração autoral marcada sobretudo por posições responsivas que indicam compartilhamento de ideias, reprodução de dizeres e adesão às posições dos autores citados.


2020 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 233-245
Author(s):  
Antonio Ackel ◽  
Marcelo Módolo

A partir de uma perspectiva baseada na paleografia tradicional em diálogo com a paleografia digital, este artigo apresenta a aplicação de novos recursos de leitura e escrita de manuscritos. Para tanto, procede-se com métodos paleográficos por meio de uma ferramenta digital no processo de cópia. Utilizou-se a mesa digitalizadora modelo CTL 4100, da marca Wacom, e, como modelo de manuscrito, o fólio 94r, do Livro de horas, datado entre os séculos XIV e XV. O fragmento selecionado foi uma oração de São Lucas, em que pudemos extrair exemplos de características das escritas góticas e mostrar que, com ferramentas próprias, a paleografia digital permite e facilita o exercício da leitura paleográfica e da prática de cópia, levando o pesquisador a uma maior compreensão do processo de escrita do autor material. Pretende-se também, a partir das observações expostas, discutir o uso de meios tecnológicos como alternativa facilitadora na aplicação de práticas didáticas filológicas, direcionadas à leitura paleográfica de documentos e execução de escrita.


2020 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 189-212
Author(s):  
Marilza de Oliveira ◽  
Helcius Batista Pereira

No presente trabalho pretendemos discutir os caminhos para a pesquisa no campo da História Social da Língua. Para tanto, assumimos a perspectiva da terceira onda da Sociolinguística, presente em Eckert (2000, 2005) e Eckert e McConnell-Ginet (2010), que entendem a descrição da língua à luz do conceito de ‘comunidade de prática’. Interessa discutir, nessa perspectiva, como os indivíduos se engajam socialmente através da linguagem, para participar e construir suas identidades. Após apresentação dessa proposta e de seus contornos teórico-metodológicos, evidenciamos a sua aplicação em dois estudos que realizamos com cartas produzidas por três indivíduos da família Mesquita no início do século XX, membros da elite paulista e proprietários de O Estado de S. Paulo. Como fenômeno linguístico, focalizamos o uso dos pronomes demonstrativos e a colocação pronominal. Nossa proposta aqui é que os estudos de História Social da Língua trabalhem no cruzamento interdisciplinar, observando nos corpora não somente dados linguísticos, mas também elementos que delineiem o engajamento dos indivíduos nas ‘comunidades de prática’ a que se filiam


2020 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 213-232
Author(s):  
Elizabeth Mota Nazareth de Almeida ◽  
Patrício Nunes Barreiros

Este artigo objetiva apresentar as características dos textos literários referenciados pelo livro didático, a partir dos suportes impressos e digitais e suas implicações filológicas no contexto da (hiper)leitura nas aulas de Língua Portuguesa, na Educação Básica. Para isso, analisou-se os textos literários presentes no livro de Cereja, Vianna e Codenhoto (2016), Português Contemporâneo: Diálogo, reflexão e uso, do 1º ano do Ensino Médio, traçando um paralelo entre suas características em diferentes suportes (papel e tela) e a leitura filológica. Como aporte teórico, foram utilizados os estudos de Chartier (1999, 2001), Lévy (1999), Dionísio (2006), Coscarelli (2009), e Rojo (2012) para análise das características dos textos presentes no meio digital e Santaella (2004), que aborda questões sobre o perfil do hiperleitor. Em relação às potencialidades da leitura filológica para a formação leitora na Escola Básica, foram tomados como base Petrucci (1992), Chartier (2002), Said (2007) e Borges e Souza (2012). Como resultado, observou-se que, ao se desenvolver práticas leitoras na Escola Básica, faz-se necessário explorar as potencialidades oferecidas pelo ambiente digital, levando em consideração um olhar humanista e filológico de leitura, com foco na formação de leitores críticos e inseridos em uma sociedade tecnológica digital.


2020 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 271-289
Author(s):  
Baticã Braima Ença Mané ◽  
João Eusébio Imbatene ◽  
Manuele Bandeira ◽  
Shirley Freitas

Neste trabalho, analisamos como se dá o processo de reduplicação no guineense sincrônico, com vista a mostrar um dos processos morfológicos da língua em questão, insurgindo assim contra postulados que põem em causa a produtividade morfológica das línguas crioulas. Com base em Scantamburlo (1999, 2002) e em dados recolhidos com alguns falantes nativos, mostramos que a reduplicação é um processo presente no guineense moderno, exercendo tanto funções gramaticais quanto lexicais e é usada para formação de itens que veiculam novas informações. Constatamos, ainda, que as categorias verbais, nominais e adverbiais podem ser reduplicadas. As formas reduplicadas assumem diferentes funções, dentre as quais a função iterativa/repetitiva é a mais presente seguida pela intensificação. Ademais, no levantamento dos dados, a categoria mais reduplicada foi a verbal.


2020 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 151-170
Author(s):  
Gustavo Ximenes Cunha

Neste trabalho, apresentamos uma abordagem para o estudo do papel que as relações de discurso (justificativa, concessão, exemplificação, comentário, condição etc.) exercem na negociação de imagens identitárias (faces e territórios). Partindo, em especial, de contribuições da abordagem constituída em torno de Eddy Roulet para o estudo da organização do discurso, entendemos que o locutor, estabelecendo relações, busca produzir uma intervenção que possa ser avaliada pelo/s interlocutor/es como suficientemente adequada, ou seja, como obediente às regras de conduta que subjazem à interação e, portanto, como não ofensiva das faces e dos territórios em jogo. Nessa perspectiva, as relações de discurso constituem um recurso que permite ao locutor tentar antecipar-se a possíveis objeções do/s interlocutor/es, bloqueando-as e, com isso, direcionando o curso do processo de coordenação de ações. À luz dessa abordagem, analisamos o excerto de uma sessão ocorrida no Supremo Tribunal Federal (STF).


2020 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 149-150
Author(s):  
Sílvio de Almeida Toledo Neto ◽  
Maria Clara Paixão de Sousa ◽  
Flaviane Romani Fernandes Svartman

2020 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 247-270
Author(s):  
Amanda Balduino
Keyword(s):  

Este artigo discute a silabificação no Português do Príncipe (PP), variedade da língua portuguesa falada em Santo Antônio do Príncipe, em São Tomé e Príncipe. Focaremos, para tanto, na coda. Apresentamos, inicialmente, os templates silábicos do PP, indicando os segmentos licenciados nos diferentes constituintes da sílaba. Após isso, fazemos o levantamento de alguns processos fonológicos, cujo domínio é a coda. Com base em um corpus de fala espontânea, verificamos que a coda, no PP, pode ser preenchida, com múltiplas realizações fonéticas de um rótico /r/, uma sibilante /S/, uma lateral /l/ ou mesmo abarcar uma nasal subespecificada /N/, da mesma forma que é previsto para outras variedades do português como a brasileira e a europeia. Processos fonológicos que têm a coda como domínio de aplicação e as consoantes /r/, /S/ e /l/ como alvo também foram observados: apagamentos, velarização, vocalização e posteriorização. O levantamento de tais fenômenos, no PP, corrobora uma concepção hierárquica para tratamento da estrutura silábica do PP e indica a atuação de duas trajetórias gramaticais paradoxais: a prevalência de sílabas CV fomentada por apagamentos e lenição segmentais, em que sílabas fechadas se adaptam em sílabas abertas, e a emergência de estruturas silábicas complexas, promovidas pela ressilabificação de /S/.


2020 ◽  
Vol 22 (Especial) ◽  
pp. 33-49
Author(s):  
Lisana Rodrigues Trindade Sampaio

O presente estudo concentra-se na apresentação do processo de elaboração de uma edição diplomática das cantigas satíricas do Cancioneiro da Biblioteca Nacional (ou Colocci-Brancuti) para composição de um vocabulário das formas verbais, finitas e infinitivas, patentes nessas cantigas, produzido a partir dos preceitos da Lexicografia Histórica, com vistas a contribuir com o trabalho de reconstrução da trajetória da língua portuguesa no período arcaico. Ressalta-se aqui a importância do acesso à documentação remanescente a partir dos acervos digitais disponibilizados por algumas bibliotecas, o que tem permitido a observação da riqueza dos dados linguísticos desses códices, a fim de preservar todos os aspectos que possam dar pistas para a investigação e registro da língua patente nesses fragmentos do tempo.


2020 ◽  
Vol 22 (Especial) ◽  
pp. 205-215
Author(s):  
Bruno Maroneze

A hipótese etimológica consensual para abacaxi é que esta unidade lexical se origina do tupi, pela junção dos elementos yvá “fruta” e katĩ “que recende”, “que exala cheiro”. No presente artigo, essa hipótese é reavaliada a partir de dados de atestações anteriores desta unidade lexical. Inicialmente, apresentam-se dados lexicográficos com descrições etimológicas (seção 2); em seguida, avaliam-se as transformações fonético-fonológicas implicadas pela hipótese consensual, que levam à conclusão de que se trata de hipótese controversa (seção 3). Na seção 4, apresentam-se dados histórico-filológicos que mostram que a unidade lexical abacaxi designou um povo indígena, um rio e uma missão jesuítica, no mínimo um século antes de passar a designar uma fruta. Dessa forma, torna-se incoerente supor que uma unidade lexical que se referia a um povo pudesse ter como étimo “fruta que recende”. Por fim, conclui-se que a hipótese etimológica consensual deve ser tratada como controversa e que uma nova hipótese etimológica deve ser buscada não para o nome de uma fruta, mas sim para o nome de um povo indígena.


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