O Therīgāthā é uma antologia de poemas escrito por mulheres sobre mulheres budistas, sendo o primeiro texto desta categoria no mundo. O eu-lírico destes poemas é a expressão da própria vivência, mulheres que eram mães, esposas, concubinas, prostitutas, viúvas... que transbordaram nos versos suas epifanias de despertar, mostrando o caminho trilhado, a razão da renúncia a vida em sociedade para se tornarem monjas budistas, celibatárias em busca do mais elevado fruto do caminho, a paz definitiva. A trajetória de investigação destes versos inicia-se com uma apresentação do texto, sobre quem eram as anciãs que representavam as vozes das primeiras monjas na literatura budista, segue-se a uma análise do eu-lírico na experiência feminina, posteriormente sobre a possibilidade de teopoética desta antologia em diálogo com o erotismo dos corpos na dissolução relativa com a sexualidade de Georges Bataille na obra: O Erotismo. Para que isso seja possível foi feita a investigação de alguns versos traduzidos do páli para o inglês, por Charles Hallisey e para as análises uma pesquisa bibliográfica. A interpretação dos versos é uma interpretação livre, mas que ilustram o que esta obra nos traz dentro das possibilidades interpretativas da teologia budista.