Ao longo dos anos, a abordagem de Peter Eisenman frente a suas críticas à arquitetura vigente foi se modificando. No recorte englobado por este artigo, no entanto, sua busca nunca deixou de ser a autonomia da arquitetura, partindo, inicialmente, do suporte na arte conceitual e na linguística, e, posteriormente, migrando para as interpretações pós-estruturalistas. A crítica que antes se configurava em uma arquitetura desprovida de referenciais externos depois passa a ter no contexto urbano o grande agente da concepção de seus projetos. Assim, o presente artigo visa apresentar a arquitetura crítica de Eisenman e discutir como esta deixa de ser tão excludente de seus elementos contextuais para passar a se relacionar à memória dos locais em que está inserida. Para tanto, buscou-se a leitura de autores que influenciaram o trabalho de Eisenman, bem como de textos do próprio arquiteto e de seus críticos, na intenção de melhor compreender o ambiente e as reflexões que propiciaram tais produções arquitetônicas, além da transição de uma para a outra. Neste estudo, foram identificadas as principais diferenças entre ambas atuações, mas também concluiu-se a existência de uma conversão no que se refere ao afastamento do observador/usuário das duas diferentes séries de projeto abordadas.