Mare Nostrum
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Published By Universidade De Sao Paulo Sistema Integrado De Bibliotecas - Sibiusp

2177-4218

Mare Nostrum ◽  
2021 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
pp. 1-25
Author(s):  
Lolita Guimarães Guerra

Neste artigo apresentamos um panorama do desenvolvimento da ideia de matriarcado pré-histórico desde sua formulação pelo classicista Johann Bachofen no século XIX até sua transformação, no século XX, por uma nova ênfase na proposição de uma ‘Grande Deusa’ pré-histórica. Refletimos sobre as ideias de História nela envolvidas, em especial quanto ao contraste entre uma Pré-História dinâmica, complexa e ao longo de sua própria temporalidade eivada de conflitos e transformações, como em Bachofen, e formulações em sentido oposto, encontradas em autoras como Jane Harrison, Jacquetta Hawkes e Marija Gimbutas. Além disso, consideramos as críticas acadêmicas e políticas conduzidas contra a hipótese.


Mare Nostrum ◽  
2021 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
pp. 81-110
Author(s):  
Danillo Melo da Fonseca

Serápis foi um deus criado por Ptolomeu I Sóter, primeiro faraó da dinastia lágida (305-30 a.C.) como deus guardião dos novos soberanos e da cidade de Alexandria. A representação iconográfica de Serápis seguia os moldes das divindades gregas. Mas também é resultado de um elemento propriamente egípcio no nome. Com base na cultura material feita de terracota, proveniente do Egito greco-romano e representando Serápis, pretendemos analisar as práticas religiosas e a religião popular associadas ao deus. Partimos da hipótese de que Serápis é resultado do contato e emaranhamento da religião egípcia e grega, fruto de um ambiente marcado pela miscigenação e por um estreito contato cultural.


Mare Nostrum ◽  
2021 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
pp. 169-184
Author(s):  
Carlos Eduardo da Costa Campos

O papel sociopolítico da religião e dos rituais são elementos cruciais para o estudo das instituições romanas. Afinal, a esfera religiosa integra um complexo sistema epistemológico produzido pela elite republicana que é atrelado aos diversos segmentos sociais de Roma. Dessa forma, objetivamos analisar as atividades religiosas atribuídas à magistratura e ao Senado na República Romana.


Mare Nostrum ◽  
2021 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
pp. 243-268
Author(s):  
Christian Langer

Esta contribuição é uma revisão crítica da história colonial da Egiptologia. Ele traça o desenvolvimento do campo desde seus primeiros dias sob o colonialismo europeu e a competição geopolítica intraeuropeia até o advento do controle egípcio nos tempos atuais. A exploração do passado do Egito antigo foi enquadrada como parte de uma missão civilizadora por meio da qual a Europa arrancaria o Egito das garras da dominação otomana e restauraria a terra à sua antiga grandeza, e também como um veículo para os interesses ocidentais no Nordeste da África. Por meio da Bíblia cristã e do antigo domínio grego e romano, o Egito foi posicionado como uma forma inicial de civilização ocidental, portanto, reforçando as reivindicações europeias sobre a área e possibilitando a apropriação da história egípcia. Estudiosos europeus, ao promoverem a ideia do antigo Egito como um paraíso perdido e paternalista, criaram uma estrutura ocidentalizada e um enquadramento e centro-ocidental para seu estudo, que ainda hoje inspira os padrões de produção do conhecimento, o qual pode ser identificado na produção acadêmica dos centros geográficos e nas línguas primárias em que são produzidos. Os egípcios, cada vez mais autônomos desde a descolonização formal na década de 1950, posteriormente adotaram e mantiveram as práticas estabelecidas quando o controle formal sobre o passado egípcio passou para suas mãos. As narrativas coloniais da antiguidade foram usadas para apoiar o turismo como uma economia vital e passaram a servir ao nacionalismo egípcio e à legitimação das relações de poder existentes, enquadrando a história egípcia como um contínuo do governo do homem forte. O artigo traça essa transição do colonialismo formal para o informal ao discuti-la a partir de conceitos descoloniais, tal como a matriz colonial de poder.


Mare Nostrum ◽  
2021 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
pp. 139-168
Author(s):  
Ismael Wolf

O presente artigo apresenta uma análise da imagem de Dea Brigantia de Birrens, na Britânia, provavelmente datada do século II d.C., abordando seu material, seu contexto, sua composição, seus elementos e significados, em uma abordagem que abrange tanto a imagem quanto a inscrição que formam a obra visual. São investigadas possíveis conexões com outras formas de culto, traços de interações culturais e os impactos causados sobre a população indígena bretã.


Mare Nostrum ◽  
2021 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
pp. 111-137
Author(s):  
Felipe Perissato

O presente artigo tem como objetivo identificar as particularidades da procissão celebrada entre Atenas e Elêusis durante os Mistérios Eleusinos no Período Romano (Séc. II - III d.C.) a partir de evidências constatadas em fontes de diferentes naturezas (textual, topográfica/arquitetônica e epigráfica). Procura-se compreender os aspectos relativos à permanência da tradição ancestral eleusina e identificar inovações próprias dos estratos históricos romanos, cujas evidências podem ser observadas tanto na organização da procissão quanto nas intervenções construtivas dos santuários (Elêusis e o Eleusinion de Atenas) e da via sacra (hierá hodós).


Mare Nostrum ◽  
2021 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
pp. 185-217
Author(s):  
Pedro Barbieri

O Corpus hermético (CH) é um conjunto de breves tratados esotéricos, de cunho filosófico e religioso, redigidos provavelmente entre os séculos I-III d.C no Egito helenizado. Alguns textos versam não apenas sobre matérias cosmológicas, mas também soteriológicas: o estado deficitário do ser humano e um modo de vida distinto que ele pode experimentar. Assim, pretendo apresentar de que modo o CH entende a estrutura do sujeito (noûs, alma, corpo), que estaria afinada à estrutura macroscópica do universo; a origem e a condição da alma; e o itinerário de conversão sugerido na obra como correção do indivíduo.


Mare Nostrum ◽  
2021 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
pp. 27-52
Author(s):  
Victoria Arroyo

Neste artigo procuraremos demonstrar como o uso de amuletos no Antigo Egito é uma expressão da religiosidade das pessoas nessa sociedade - aqui entendida como um conceito que abrange piedade, crenças e práticas pessoais. Através de fórmulas mágicas que confirmam a prescrição de amuletos para diversas situações da vida, como parto, mortalidade infantil e ataques de animais perigosos, atestaremos que o emprego de amuletos era considerado uma maneira apropriada de superar essas situações com sucesso. A efetividade dessas prescrições é corroborada pela cultura material em enterramentos no sítio de Gurob que refletem os mesmos padrões de uso em relação a quais tipos de amuletos eram utilizados, a posição em que estavam e com quem eram depositados. Dessa maneira, fontes textuais estudadas juntamente com dados arqueológicos possibilitarão a compreensão dos amuletos como uma prática que expressa crenças religiosas pessoais.


Mare Nostrum ◽  
2021 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
pp. 53-80
Author(s):  
André Shinity Kawaminami

As sacerdotisas conhecidas como esposas divinas de Amon foram muito importantes durante alguns períodos da história egípcia. Elas possuíram diversos shabtis, estatuetas que as substituíam nos trabalhos agrícolas do pós-morte. Alguns deles, pertencentes a períodos de dominação estrangeira do Egito, possuíam características do arcaísmo – entendido como uma forma de legitimação dos reis estrangeiros. Levando em consideração os conceitos de materialidade e identidade, este artigo analisará quatro shabtis de esposas divinas das 22ª e 25ª dinastias para compreender como eles se desprendem de um simples processo de legitimação e como eles são centrais para a compreensão do status dessas mulheres.


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