Revista Brasileira de Sociologia - RBS
Latest Publications


TOTAL DOCUMENTS

283
(FIVE YEARS 89)

H-INDEX

3
(FIVE YEARS 0)

Published By Sociedade Brasileira De Sociologia

2318-0544, 2317-8507

2021 ◽  
Vol 9 (23) ◽  
pp. 35-75
Author(s):  
Rafael Marino

O presente trabalho tentará entender a experiência intelectual de Ismail Xavier a partir de dois prismas distintos, porém, em certo sentido, complementares: os ensaios sobre a formação do Brasil e os estudos a respeito da constituição de uma forma artística que desse conta de nossas especificidades socio-históricas. Para tal, lançaremos mão dos seguintes passos: i) uma breve introdução sobre a questão da formação; ii) uma exposição de alguns lineamentos do pensamento de Ismail Xavier, notadamente seus estudos a respeito do cinema de Glauber Rocha e iii) uma retomada do que fora exposto.


2021 ◽  
Vol 9 (23) ◽  
pp. 149-177
Author(s):  
Maria Carolina Tomás ◽  
Leonardo Souza Silveira

O artigo analisa os resultados do processo de expansão do Ensino Superior no Brasil, a partir do exame da heterogeneidade dos cursos de graduação, por meio da construção de perfis, considerando as características gerais dos cursos associadas às instituições que os ofertam, sua localização regional e a adoção de políticas de ampliação do acesso ao ensino superior, como bolsas e ações afirmativas. Em um segundo momento, utiliza-se as características dos alunos e dos cursos para compreender em que medida a expansão levou à diversificação do perfil das instituições e do perfil do corpo discente. Para isso, foram utilizados dados do Censo da Educação Superior e da base de dados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (2013, 2014 e 2015) por meio de uma análise de cluster de dois estágios e posterior análise descritiva das características de cada cluster. Os resultados indicam que a diversificação institucional alcançada no século 21 tem reflexos no perfil do corpo discente de acordo com o perfil dos cursos com destaque para a heterogeneidade do sistema privado e do perfil dos alunos matriculados nesse nível educacional, reforçando a complexidade, a hierarquia e as desigualdades do ensino superior no país.


2021 ◽  
Vol 9 (23) ◽  
pp. 256-279
Author(s):  
Sonia Fleury ◽  
Palloma Menezes ◽  
Alexandre Magalhães
Keyword(s):  

Este artigo descreve e analisar as múltiplas ações que moradores de favelas do Rio de Janeiro, através de suas organizações e coletivos, estão realizando no sentido de enfrentar os efeitos do novo coronavírus nesses territórios. Propomos pensar esse processo de articulação e mobilização no contexto pandêmico como produzindo deslocamentos dos sentidos historicamente atribuídos aos habitantes dessas localidades. Com isso, buscamos compreender como ações voltadas para doação de alimentos, comunicação comunitária, produção local de painéis informativos e outras iniciativas compõem um conjunto multifacetado de experiências que, de alguma forma, reivindicam e expressam as variadas potências de vida existentes nesses territórios.


2021 ◽  
Vol 9 (23) ◽  
pp. 228-255
Author(s):  
João Marcelo Ehlert Maia ◽  
Jimmy Medeiros

O artigo discute as práticas de trabalho dos cientistas sociais brasileiros atuantes em programas de pós-graduação. A partir de diálogo com a bibliografia sobre o tema, parte-se das seguintes questões: como os professores e pesquisadores vivenciam suas práticas de trabalho, em especial, a docência, a pesquisa e a escrita? A crescente imposição de novos mecanismos burocráticos de controle e avaliação do trabalho estaria ameaçando a autonomia do fazer científico? O texto responde ao problema valendo-se dos resultados de um survey online nacional aplicado em 2018 e de um conjunto de entrevistas realizadas entre 2016 e 2018. Sustenta-se que os cientistas sociais logram produzir espaços de autonomia no seu cotidiano, mas essa negociação permanece individualizada e sem lastro em projetos institucionais ou coletivos.


2021 ◽  
Vol 9 (23) ◽  
pp. 121-148
Author(s):  
Samira Feldman Marzochi ◽  
Fernando de Figueiredo Balieiro

A hipótese investigada pelo artigo é a de que as plataformas digitais, longe de estimular o florescimento de uma “cultura democrática”, podem ser tomadas como materialização algorítmica do “pensamento selvagem”, imaginário, dualista e fragmentado. Fundamentados em uma leitura que combina teoria crítica, pós-estruturalismo e psicanálise, buscamos analisar a lógica própria dos agenciamentos políticos nas mídias sociais, caracterizadas, metaforicamente, como “muralhas de espelhos”. Nossa pesquisa se apoia no estudo empírico de um caso de histeria moral ocorrido no Brasil, em 2017, contra a chamada “ideologia de gênero”, quando conferências acadêmicas e exibições artísticas estavam sob perseguição de ativistas conservadores. A análise dos eventos à luz da teoria descortina um cenário de narcisismo político em que o entendimento baseado na argumentação racional dialógica perde espaço para o acirramento de fronteiras ideológicas.


2021 ◽  
Vol 9 (23) ◽  
pp. 97-120
Author(s):  
Luiz Enrique Vieira de Souza ◽  
Marcelo Fetz

O presente artigo investiga as consequências da crise econômica instaurada pela pandemia de COVID-19 sobre as políticas de combate às mudanças climáticas. Com base num levantamento bibliográfico sobre as alterações na química atmosférica dos centros urbanos, apontamos que a queda nas emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa representou uma consequência direta, porém não intencionada, das políticas de lockdown e isolamento social. Dado que essa redução tende a ser passageira e insuficiente para responder aos desafios da “emergência climática”, apresentamos uma análise crítica e prospectiva sobre as repercussões ambientais dos pacotes de recuperação econômica pós-pandemia e o risco de que estratégias orientadas exclusivamente pela retomada do crescimento provoquem um “efeito rebote” com consequências irreversíveis e calamitosas para os esforços de contenção do aquecimento global.


2021 ◽  
Vol 9 (23) ◽  
pp. 9-34
Author(s):  
Gabriel Bandeira Coelho ◽  
Jalcione Almeida
Keyword(s):  

O presente artigo propõe uma nova definição ao conceito de interdisciplinaridade, especialmente no âmbito das ciências ambientais no Brasil, com vistas a demonstrar que a tentativa de dar sentido e significado ao termo está totalmente aberta e em constante disputa. Assim, este texto não se exime de definir a interdisciplinaridade ambiental nos termos de uma democracia pluralista, conforme exposta por Chantal Mouffe em sua teoria do discurso, ao conceituar o jogo político das sociedades democráticas a partir do conceito de agonismo. Esse conceito pressupõe a luta adversarial, sem a possibilidade de consensos como pano de fundo de toda e qualquer trama discursiva. Nessa sequência, se é factível definir a interdisciplinaridade como um campo político e, portanto, discursivo, pode-se pensar em defini-la como uma democracia pluralista, uma vez que determinado espaço que se diz interdisciplinar, afirma-se, é formado por diversas e distintas disciplinas (discursos), as quais se inter-relacionam por meio de tensões agônicas, e até mesmo antagônicas, em prol da hegemonização de suas demandas.


2021 ◽  
Vol 9 (23) ◽  
pp. 76-96
Author(s):  
Andreia Barbas ◽  
Sílvia Portugal
Keyword(s):  

As relações entre irmãs ou irmãos têm merecido escassa atenção na Sociologia face a outras dimensões do fenómeno familiar. Este artigo pretende contribuir para contrariar essa tendência, e mostrar como este é um objeto merecedor de um olhar sociológico atento. O texto parte de uma pesquisa qualitativa, que realizou 32 entrevistas, com caráter de história de vida, a membros de fratrias pertencentes a famílias nucleares. Adotou-se uma perspetiva longitudinal, cruzando as diferentes fases de vida (infância, juventude e idade adulta), que permitiu revelar o dinamismo dessas relações ao longo do ciclo de vida, e sua cristalização na idade adulta. O artigo pretende responder a duas questões: a) o que é ser irmã ou irmão?; b) como se caraterizam as relações fraternais? As relações observadas revelaram-se plurais e complexas, mostrando a relevância de cinco dimensões para a sua análise: biológica, normativa, afetiva, estatutária e comparativa. A partir das narrativas dos sujeitos foi possível identificar relações vinculativas, companheiristas e de aliança. A discussão levantada neste artigo tem como propósito fornecer elementos e ferramentas analíticas com valor heurístico para a análise deste objeto.


2021 ◽  
Vol 9 (23) ◽  
pp. 204-227
Author(s):  
Ricardo Pagliuso Regatieri

O presente artigo se dedica a reconstruir os principais momentos do debate sobre patrimonialismo no Brasil até os dias atuais e a pensar criticamente seus limites. Ele se inicia com o que chamo de discussão “clássica” sobre patrimonialismo no Brasil, que vai desde os ensaístas sociais da década de 1930 até discussões dos anos 1970 e começo dos 1980. Na sequência, trato de releituras sobre o tema do patrimonialismo que tiveram lugar nas últimas duas décadas. No próximo passo, mostro em que medida as críticas de Maria Sylvia de Carvalho Franco e Jessé Souza ao uso do conceito de patrimonialismo não conseguem transcender o terreno do debate em torno da “recepção equivocada” de Weber no Brasil. Em seguida, mostro como a leitura que Jessé Souza faz de Weber, influenciada pelas correntes das modernidades alternativas e modernidades múltiplas, impede que o autor brasileiro tenha uma visão mais alargada da modernidade que a veja como constituída de forma simultânea no centro e na periferias globais. Por fim, a partir do debate brasileiro sobre o patrimonialismo, esboço elementos de tal visão da modernidade.


2021 ◽  
Vol 9 (23) ◽  
pp. 178-203
Author(s):  
Sergio Barreira de Faria Tavolaro

O presente artigo almeja revisitar Ideias fora do lugar, ensaio seminal de Roberto Schwarz, atento aos diálogos críticos fomentados em sua esteira. Almeja-se explorar o potencial heurístico dessa fatura para lidar com três ordens de problemas que revolvem a produção dos assim chamados intérpretes do Brasil: que aspectos concorreriam para a alegada identidade dessa tradição de pensamento? Em segundo lugar, admitida a enorme diversidade de âncoras explicativas mobilizadas nesse universo intelectual, o que dizer dos critérios e parâmetros ali acionados para descrever e compreender a sociedade brasileira? Por fim, a despeito de seu expresso interesse por fenômenos e problemas pertinentes ao Brasil, que alcance cognitivo poder-se-ia esperar de tais Interpretações?


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document