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Published By "Pro Reitoria De Pesquisa, Pos Graduacao E Inovacao - Uff"

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2020 ◽  
Vol 7 (15) ◽  
Author(s):  
Lygia de Sousa Viégas ◽  
Tito Loiola Carvalhal

O presente artigo objetiva partilhar reflexões teórico-práticas instigadas por experiências desmedicalizantes e interseccionais que vêm sendo construídas na formação de professores. Para tanto, após delimitar o conceito de medicalização adotado, são tecidas considerações teóricas acerca da produção de uma racionalidade medicalizada e medicalizante no atual estágio do capitalismo e seus impactos na formação docente, considerando o papel hegemônico da escola na produção e reprodução da lógica neoliberal, sendo terreno fértil para olhares e práticas medicalizantes. O texto argumenta que a compreensão crítica da medicalização da/na educação ganha complexidade quando é adotada a perspectiva interseccional, por trazer à tona as inter-relações entre os processos de medicalização da educação e os marcadores sociais da opressão e exploração, com destaque para raça, classe, gênero e sexualidade. Considerando que, na educação, há discursos e projetos em disputa, são apresentadas construções contra-hegemônicas na formação de professores (tanto básica como continuada), que pautam a medicalização e a interseccionalidade, seja nas brechas curriculares instituídas, seja nos movimentos curriculantes instituintes. Espera-se, com o artigo, contribuir para uma formação crítica de professores, comprometida com a desmedicalização da educação, em uma perspectiva interseccional.


2020 ◽  
Vol 7 (15) ◽  
Author(s):  
Marilda Gonçalves Dias Facci ◽  
Marina Beatriz Shima Barroco Esper

O objetivo desse trabalho é discutir sobre o uso de medicamentos por professores, apresentando dados de uma pesquisa realizada com docentes de duas universidades públicas do Paraná e tomando como referência alguns pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural. Inicialmente, trataremos do contexto do adoecimento e finalizaremos discorrendo, mais especificamente, a respeito do uso de medicamentos, ilustrando com informações obtidas a partir do resultado de pesquisa realizada a partir aplicação de 52 questionários que foram respondidos por professores. Como resultado, constatamos que 32 (61, 54%) afirmaram que tomaram algum medicamento nos últimos 12 meses; e quanto aos motivos do adoecimento, alegaram o seguinte: estresse/desgaste emocional/tensão/pressão psicológica (17 respostas); sobrecarga de trabalho (9 respostas); relações interpessoais conflituosas na academia (6 respostas). Essas e outras respostas apresentadas levam-nos à conclusão de que os docentes estão utilizando medicamentos para conseguirem lidar com a precarização do trabalho vigente na atualidade, que conduz, entre outros fatores, ao produtivismo, à competição entre pares e ao mercantilismo da educação, por exemplo, fazendo com que haja o processo de alienação, no qual há uma ruptura entre sentido e significado da atividade pedagógica. O uso de medicamentos pelos professores precisa ser compreendido levando-se em conta a totalidade que envolve o desenvolvimento da prática docente, cuja subjetividade está atrelada a condições histórico-sociais que produzem o adoecimento docente.


2020 ◽  
Vol 7 (15) ◽  
Author(s):  
Maria Angélica Mello Pisetta

Pretendemos discutir a prevalência do discurso médico na educação – da escola à universidade – como dispositivo de controle e exclusão do sujeito - presente nas demandas de medicalização de transtornos mentais e de aprendizagem, bem como os condicionantes econômicos e políticos determinantes desse fenômeno. Para tanto, trataremos da intervenção do discurso médico e da naturalização e medicalização dos fenômenos psíquicos, movidos pelo objetivo de problematizar o sofrimento psíquico na escola. A questão central de nossa discussão diz respeito à dimensão política do sofrimento na escola, esse que encontra como via principal de sustentação a medicalização. Nossa argumentação pontua que, na contramão desse modo de gozar, o sofrimento faz pensar sempre numa história e num enquadramento social e político que precisa ser tematizado no enfrentamento das práticas escolares cotidianas.


2020 ◽  
Vol 7 (15) ◽  
Author(s):  
Jacqueline de Souza Gomes ◽  
Ana Guimarâes Corrêa Ramos Muniz

O diagnóstico é não apenas categoria, mas processo social e, como tal, uma ferramenta social poderosa, com características e impactos únicos, inclusive para a Educação, o que nos faz reconhecer a necessidade de sua análise específica. Neste sentido, ainda que, desde a década de 1990, tenha havido apelos para que se estudasse o diagnóstico a partir de uma perspectiva sociológica, como o defendeu Phil Brown, uma Sociologia do Diagnóstico propriamente dita somente passará a se difundir com as contribuições de Annemarie Goldstein Jutel nas décadas seguintes.  Jutel é a entrevistada deste artigo e nos leva a uma reflexão crítica sobre o diagnóstico, que não deve se esquivar de compreendê-lo como um acordo social.


2020 ◽  
Vol 7 (15) ◽  
Author(s):  
Antonio Michel de Jesus de Oliveira Miranda

O texto é uma resenha do livro Estado e vontade coletiva em Gramsci.


2020 ◽  
Vol 7 (15) ◽  
Author(s):  
Zuleide S. Silveira

É com grande satisfação que apresentamos às leitoras e aos leitores a décima quinta edição da Movimento – Revista de Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação e da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense. O presente número inclui o dossiê intitulado A Epidemia de Diagnósticos e a Medicalização da Educação: desafios à formação e à atuação docentes, além de oito manuscritos submetidos em fluxo contínuo. Esse dossiê tem como objetivo analisar criticamente a epidemia de doenças mentais engendrada pela banalização do uso de medicamentos. Tal banalização tem se manifestado em diagnósticos, laudos médicos e prescrição de medicamentos para crianças e adolescentes, o que implica na deformação de subjetividades e leva à deterioração da vida do sujeito, seja no seio da família seja no espaço escolar. Além deste aspecto, a banalização do uso de medicamentos, segundo as Profas. Dras. Fernanda Insfran e Jacqueline de Souza Gomes — organizadoras do dossiê — tem justificado a ausência de práticas pedagógicas voltadas para os sujeitos concretos, tornados, muitas vezes, estigmatizados, no espaço escolar, pelo próprio uso de medicamentos. Neste sentido o manuscrito de Maria Angélica Augusto de Mello Pisetta, intitulado Medicalização e discurso universitário: por uma política de cuidado e escuta do sujeito na educação, que precede a esta Apresentação, problematiza os imperativos do discurso médico na educação – da escola à universidade – como dispositivo de controle e de exclusão do sujeito – que se manifestam nas demandas de medicalização dos denominados transtornos mentais e de aprendizagem, bem como os condicionantes econômicos e políticos determinantes desse fenômeno.


2020 ◽  
Vol 7 (15) ◽  
Author(s):  
Thais Klein ◽  
Rossano Cabral Lima

A publicação do DMS-5 em 2013, embora marcada por uma série de críticas, introduziu um novo capítulo, intitulado de “Transtornos do Neurodesenvolvimento”, que foi recebido como uma espécie de promessa da psiquiatria contemporânea.  A lógica mais ampla articulada a este grupo diagnóstico, ao abarcar uma série de quadros iniciados na infância sob a égide de uma etiopatogênese ligada ao desenvolvimento neuronal, aponta para novos direcionamentos no campo da psiquiatria, tal como o projeto Rdoc. O objetivo deste artigo é apresentar, por meio de bibliografia selecionada, a perspectiva neurodesenvolvimentista articulada à ascensão dos “Transtornos do Neurodesenvolvimento”, procurando traçar correlações com os fenômenos da neurocultura, neuroidentidades e neurodiversidade, bem como identificar as noções de normalidade e patologia implícitas nesta lógica. Ademais, aponta-se algumas consequências desse paradigma no âmbito da infância e da educação. Pode-se perceber que os ideais sociais ligados às noções de competência e agência têm reconfigurado a percepção da infância contemporânea, associando-a a valores como autonomia e adaptabilidade, tornando a distinção entre crianças e adultos menos marcada. Estes valores estão em sintonia com a noção de neurodesenvolvimento, na medida em que ambos implicam uma trajetória de constante mudança, reconfiguração e aprendizagem ao longo da vida. O campo da educação é afetado por essa discussão, sendo invadido por metáforas cerebrais em torno da neuroplasticidade que, associadas à ênfase no empreendedorismo e do manejo de riscos, levam a deslocamentos na identidade da criança e do adolescente contemporâneos.


2020 ◽  
Vol 7 (15) ◽  
Author(s):  
Mariel Ruiz ◽  
Maria Paula Pisano Casala ◽  
Teresita Ríos

Este texto sintetiza um trecho de uma investigação em curso sobre as experiências dos alunos e a produção de saberes corporais na formação inicial de professores de Educação Física da Universidade Nacional de Luján, no contexto do atual isolamento social, preventivo e obrigatório. É uma análise dos usos da Internet dentro da rede social Facebook (FB), buscando compreender como e de que forma seu uso contribui para a conformação das subjetividades de ensino. Parte-se de uma abordagem sócio-crítica da realidade a ser investigada, assumindo a responsabilidade de construir o conhecimento como produto do diálogo entre múltiplas perspectivas e posições de sentido e verdade. Considerando as postagens de alunos, professores e outros, como discursos que contribuem para a conformação de identidades e/ou papéis docentes, em um contexto e desde o início de sua carreira (LITWIN, 2005; CASABLANCAS, 2017; MAGGIO, 2018) incluindo a digitalidade como um novo cenário articulador de saberes e identidades (RUIZ, GANZ, CASABLANCAS, 2020). A observação não participante tem sido usada como uma estratégia útil de coleta de informações para a descrição das interações em um grupo fechado de FB. A análise revelou uma utilização particular da referida plataforma, dando origem a uma multiplicidade de sujeitos ativos, que produzem conhecimentos ligados ao ensino, demonstrando a criação de novas, outras e mesmo desconhecidas identidades docentes.  


2020 ◽  
Vol 7 (15) ◽  
Author(s):  
Fernanda Insfran ◽  
Thalles Azevedo Ladeira ◽  
Samela Estéfany Francisco Faria
Keyword(s):  

O presente estudo tem o objetivo de trazer uma abordagem crítica acerca do fracasso escolar e sua relação com a medicalização, apresentando, em um primeiro momento, uma discussão epistemológica do tema, seguida de uma breve perspectiva histórica do fenômeno investigado. Apresentamos também duas pesquisas de campo realizadas: a primeira com 14 alunos da educação básica pública, feita por meio de entrevistas semiestruturadas; e a segunda com 13 alunos formandos e 10 alunos egressos de um curso de Pedagogia de uma Universidade Federal, por meio de questionários on line. Buscamos conhecer a percepção deles sobre fracasso escolar, repetência e medicalização, acolhendo assim diferentes perspectivas. Os resultados mostraram que a compreensão individualizante/ biologizante/ patologizante/ medicalizante, fruto de uma educação acrítica muito conveniente aos interesses capitalistas, ainda predomina como percepção de alunos (sobre seu próprio fracasso) e de professores/ futuros professores. Assim, entendemos que cabe aos profissionais de educação não só se perceberem como agentes reprodutores de opressões e exclusões, como também direcionar esforços para a construção de políticas educacionais emancipatórias, desmedicalizantes e socialmente referenciadas.


2020 ◽  
Vol 7 (15) ◽  
Author(s):  
Niágara Vieira Soares Cunha ◽  
Pedro Henrique Silvestre ◽  
Francisco Eraldo da Silva Maia ◽  
Sarah Galdino Dos Santos ◽  
Talisson Mota De Oliveira

Esta pesquisa traz à tona um estudo a respeito das avaliações externas e suas implicações na autonomia e profissão docente. A referência é o município de Russas, localizado na Região do Vale do Jaguaribe, no estado do Ceará. Analisa as implicações do Sistema Municipal de Avaliação do Ensino Fundamental (SMAEF) do município de Russas-CE na autonomia e valorização do trabalho docente. O paradigma foi o marxismo investigativo com o método Materialismo Histórico Dialético. Foram entrevistados 57 professores da rede de ensino do município de Russas-CE, no período de abril a junho de 2020, por meio de Formulário Eletrônico do Google Forms. Utiliza-se a análise de discurso. De 57 entrevistados, 50 informaram que o nível de exigência por resultados que recai sobre os docentes, por meio da rede de ensino, é alto, enquanto apenas 7 informaram que a exigência é razoável. Somado a isso, com uma política educacional voltada com afinco para as avaliações em larga escala, 73,7% dos entrevistados informaram que a autonomia do trabalho docente foi reduzida com a política do SMAEF. A autonomia e a valorização do trabalho docente entram por uma via de supressão. Por fim, resta saber que tipo de crianças e adolescentes se busca formar com base nessa lógica mercantilizadora e meritocrática na qual a educação pública se transforma a cada dia. Para que as desigualdades de oportunidades não perpetuem, é necessário modificar esse cenário e elevar a problemática das políticas de avaliação em larga escala ao patamar político, histórico e social.


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