Revista de Educação Matemática
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Published By Revista De Educacao Matematica

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2022 ◽  
Vol 19 (01) ◽  
pp. 022001
Author(s):  
Eliane Maria Vani Ortega

O presente artigo aborda os principais aspectos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no que diz respeito à Matemática para os anos iniciais do Ensino Fundamental. Consideramos o processo de elaboração da BNCC desde sua origem e o contexto de aprovação marcado por interesses de diferentes grupos numa conjuntura política também marcada pela complexidade e disputas de diferentes ordens. Trata-se de análise documental e discussão das implicações da organização da BNCC para a prática dos professores que ensinam Matemática nos anos iniciais. São utilizados autores do campo da Educação e da Educação Matemática que tratam das questões curriculares e da prática docente. A BNCC, para o campo da Matemática nos anos iniciais, apresenta quadros divididos em cinco unidades temáticas (Números, Álgebra, Geometria, Grandezas e Medidas e Probabilidade e Estatística), objetos de conhecimento e habilidades. Do 1o ao 5o ano, são apresentadas 126 habilidades listadas por meio de códigos alfanuméricos. A partir da identificação das características da BNCC, destacamos reflexões necessárias para a prática docente nos anos iniciais. Além de atender tantas demandas da escola, dos alunos, de administrar seu desenvolvimento profissional, de sobreviver com salários baixos, condições de trabalho longes do ideal, temos receio de que cada uma dessas habilidades se torne apenas um item de uma listagem a mais para ser cobrada como responsabilidade desse professor e como algo fragmentado, sem a visão do todo que compõem a Matemática a ser desenvolvida na escola. A prática docente, para ser caracterizada como prática efetivamente pedagógica, envolve múltiplos aspectos e se os professores não forem envolvidos em tarefas de estudo, reflexão, discussão sobre as características da BNCC incorporadas pelo currículo do seu estado ou município, consideramos que pode haver implicações de caráter tecnicista, fragmentado, dificultando o exercício de uma prática reflexiva que deveria envolver não apenas cada unidade temática proposta na BNCC, mas uma melhor compreensão de tais unidades articuladas entre si e da Matemática como um todo.


2021 ◽  
Vol 18 ◽  
pp. e021053
Author(s):  
Guilherme Santos Souza ◽  
Pedro Paulo Melo Arantes ◽  
Pablo Rogers ◽  
Dany Rogers

A recente democratização do crédito tem permitido a população um aumento em seu padrão de consumo, no entanto, o nível de conhecimento financeiro não acompanhou tal crescimento, sendo isso um gatilho para sérios problemas financeiros. O presente estudo teve como objetivo medir o nível de conhecimento financeiro em estudantes universitários, verificando se existe diferença entre calouros e egressos, e, além disso, analisar se existe alguma diferença no domínio do tema entre diversos cursos de graduação como engenharias, de negócios e de humanas (i.e entre alunos com níveis diferentes de educação matemática). Para isso, foi aplicado um questionário que foi refinado utilizando a Teoria de Resposta ao Item (TRI), validada pelo teste DIF (Differential Item Functioning). A amostra contou com 232 estudantes e os resultados concluíram que existe diferença no conhecimento financeiro entre os grupos, sendo maior em estudantes do último ano e em alunos dos cursos de engenharias e de negócios e entre àqueles que possuem uma educação matemática mais sólida, o que pode indicar que a matemática ajuda para uma melhor alfabetização financeira do indivíduo. Adicionalmente, também foram encontradas diferenças de conhecimento financeiro por gênero, raças/etnias, renda e escolaridade dos pais.


2021 ◽  
Vol 18 ◽  
pp. e021052
Author(s):  
Antônio Vieira Lima Junior ◽  
Stéfany Silva Araújo ◽  
Victor Coelho Oliveira ◽  
José Milton Lopes Pinheiro

Nesta pesquisa buscamos compreender: como a Etnomatemática se faz presente nos currículos de formação de professores de matemática do Brasil? Para tanto, realiza-se um estudo qualitativo, de cunho documental, analisando Projetos Políticos de Curso de licenciaturas em Matemática de diferentes universidades públicas dos diferentes estados brasileiros. O movimento da Análise de Conteúdos nos legou três Núcleos de Compreensão: Etnomatemática como disciplina curricular ou como tema de uma disciplina; Etnomatemática como fundamentação teórica e prática ao processo de formação do professor de matemática; A ausência da Etnomatemática no currículo de formação de professores de Matemática. Constatamos que embora haja iniciativas que propõem a Etnomatemática nessa formação, a ausência ou a pouca explicitação da Etnomatemática são mais frequentes e, com isso, reafirmamos a relevância de um movimento de institucionalização dessa área na formação de professores de matemática. 


2021 ◽  
Vol 18 ◽  
pp. e021051
Author(s):  
Araceli Gonçalves ◽  
Morgana SCHELLER

O estudo objetiva discutir as implicações de duas pesquisas acerca da epistemologia de Lakatos e da Investigação Matemática (IM). Para isso, apoia-se em Fiorentini e Lorenzato (2012) e utiliza a metodologia designada de meta-análise qualitativa com a finalidade de analisar e apresentar reflexões a respeito da utilização da epistemologia de Lakatos na pesquisa com IM. Os estudos analisados apontam que há pontos de convergência entre eles, dentre os quais destacamos o entendimento do que é a IM, a noção de avanço da Ciência e a forma de perceber o conhecimento como progressivo ou degenerativo. Ao final, destacamos alguns pontos dessas duas pesquisas que podem dar margem para novos estudos.  


2021 ◽  
Vol 18 ◽  
pp. e021050
Author(s):  
Tamillis Silva de Andrade Vigas ◽  
Jurema Lindote Botelho Peixoto

Com o presente estudo objetivou-se investigar o que revelam as pesquisas acadêmicas (2010-2020) que abordam o conceito da Atividade Orientadora de Ensino (AOE) nas aulas de Matemática, no contexto educacional inclusivo. Para tanto, foi utilizado o mapeamento na pesquisa educacional como procedimento metodológico e realizadas buscas no Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC), no Portal de Periódicos da CAPES, no Scielo e no Google Acadêmico, utilizando as palavras-chave “Atividade Orientadora de Ensino” e “Educação Inclusiva”. Após filtragem dos resultados, foram encontrados quatro trabalhos, que fizeram parte do corpus de análise. Essas pesquisas revelaram que a organização das aulas de Matemática, tendo como base esse conceito pode provocar no professor uma necessidade (prover acessibilidade ao conhecimento); um motivo real (apropriação do conhecimento pelo estudante); objetivos (ensinar e aprender no contexto inclusivo); e propõe ações que considerem as condições específicas de cada estudante. Destaca-se o número reduzido de pesquisas sobre AOE no contexto inclusivo e a possibilidade de ampliar a investigação do conceito de AOE como base teórico-metodológica nas salas de aulas regulares.


2021 ◽  
Vol 18 (Edição Esp) ◽  
pp. e021046
Author(s):  
José Ricardo e Souza Mafra

O artigo apresenta um estudo realizado, com base em pressupostos da perspectiva etnomatemática e elementos teóricos pautados na decolonialidade. Tem como objetivo principal, discutir algumas propriedades topológicas, evidenciadas em técnicas e processos durante a produção de representações iconográficas, na forma de incisões, em cuias artesanais. A opção metodológica ocorreu a partir de pressupostos da pesquisa etnográfica, durante o período em que o pesquisador esteve convivendo com artesãs, residentes na região do Aritapera, município de Santarém, Estado do Pará, com base em um descritor de vivências, técnicas e processos utilizados na configuração e elaboração destas cuias artesanais. A configuração de análise e inferência de resultados assumiu que o substrato cognitivo de produção destas representações está relacionado com determinadas propriedades, as quais denominamos de topológicas, projetando, assim, uma espécie de movimento holístico e transdisciplinar. Além disso, concluímos que estes sistemas de representações locais, do ponto de vista social e instrumental, atuam como um catalizador de produção de conhecimentos e de saberes diversificados e expansivos, apesar de estarem em permanente mutação, em virtude da mudança social e cultural inevitável. Este resultado projeta consequências, do ponto de vista decolonial: a necessidade de pensarmos soluções importantes para o equilíbrio, sustentabilidade e permanência de práticas socioculturais, além de afastarmos a destruição ou desaparecimento destas práticas, por completo.


2021 ◽  
Vol 18 (Edição Esp) ◽  
pp. e021039
Author(s):  
Marcio D'Olne Campos

O artigo propõe um debate crítico sobre a separação preconceituosa entre os saberes da academia ou ciência instituída e os saberes locais de populações de diferentes culturas e organizações sociais distantes da sociedade envolvente. A partir da etnografia dos saberes o material registrado deve ser analisado, já na academia, por interação interdisciplinar de pesquisadores de diversas áreas disciplinares. No campo algum pesquisador particular focaliza a partir de certos domínios do conhecimento que lhe interessam ao praticar a etnografia sem, no entanto, projetar seu interesse disciplinar no seu interlocutor. Do interesse por tudo que se associe à matemática, por exemplo, só após a volta do campo faria sentido usar como técnica, um método de análise próprio de alguma etno-x, onde x é uma das disciplinas da academia que no entender particular desse autor poderia, por exemplo, ser a matemática.


2021 ◽  
Vol 18 (Edição Esp) ◽  
pp. e021040
Author(s):  
Hilbert Blanco-Alvarez ◽  
Edwin Molano-Franco

O objetivo deste artigo é lançar um olhar crítico sobre alguns elementos, propostos por Blanco-Álvarez, sobre a formação de professores de matemática pela Etnomatemática, lendo-os a partir das categorias filosóficas de Dussel: transmodernidade, diálogo intercultural e analogia. Os resultados mais marcantes referem-se a: a) que o professor permanece em permanente reflexão e vigilância para não recair no neocolonialismo em seu desenvolvimento profissional; b) que o diálogo intercultural se baseia na busca de semelhanças, como analogias de compreensão; c) a necessidade urgente de modificar os currículos das licenciaturas em matemática na busca da formação de um professor que transgrida o paradigma da modernidade/colonialidade na escola e; d) a importância do professor como agente dinâmico de processos que integram a comunidade e seus interesses na busca pela transmodernidade.


2021 ◽  
Vol 18 (Edição Esp) ◽  
pp. e021038
Author(s):  
Carolina Tamayo ◽  
Jackeline Rodrigues Mendes
Keyword(s):  

Neste artigo pretendemos trazer à discussão questões para pensar os efeitos de se assumir uma opção decolonial no campo da Educação Matemática, em particular na Etnomatemática. Essa noção tem inspiração na discussão de Walter Mignolo que entende a opção decolonial quando há um caminho de desprendimentos e aberturas no campo do pensamento crítico. Centraremos nosso olhar nos estudos sobre decolonialidade do saber e seus vínculos com a problematização empreendida no campo da Etnomatemática, no que diz respeito à narrativa universalizante da Matemática. Tal movimento de decolonização do pensamento e do saber é possível quando emergem outras formas de se desenhar o que se entende por conhecimento a partir de outras matrizes que não as colocadas pela colonialidade/modernidade. Assim, problematizamos o perigo das imagens naturalizadas sobre a Matemática como efeito da colonialidade do saber.  Esse movimento pretende partir de um desvinculamento epistemológico dos fundamentos dos conceitos ocidentais e da acumulação de conhecimento, para aprender a desaprender.  Concluímos que assumir uma atitude decolonial nos coloca numa posição de crítica contínua a todo processo de colonização epistêmica, para que não sejamos capturados pelas armadilhas da colonialidade/modernidade, armadilhas que mantém um único referencial epistêmico como válido para pensar as matemáticas, no plural.


2021 ◽  
Vol 18 (Edição Esp) ◽  
pp. e021042
Author(s):  
Kécio Leite ◽  
Quesler Camargos

Este artigo tem por objetivo abordar a problemática da tradução de saberes matemáticos em contextos da educação escolar indígena, a partir de três aspectos: (i) diferentes línguas se baseiam em sistemas de referência distintos, (ii) as lógicas de distintos saberes matemáticos não são equivalentes e (iii) há uma impossibilidade de mapeamentos bijetivos entre conjuntos de saberes matemáticos indígenas e eurocêntricos. Nesse sentido, problematiza-se a ideia de tradução isomórfica associada ao bilinguismo prescrito como característica da educação escolar indígena no Brasil. O tema é explorado teoricamente e ilustrado com a análise de produções textuais de estudantes indígenas de um curso de licenciatura intercultural na Amazônia. Como resultado, mostra-se que a ideia de tradução total de saberes matemáticos eurocêntricos entre língua portuguesa e línguas indígenas, inerente a uma concepção colonialista de educação escolar para povos indígenas, precisa ser superada, com vistas à decolonialidade da educação escolar indígena.


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