Desde a década de 1990, o desenvolvimento e a amplificação de Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) em processos educacionais é um fenômeno mundial, certamente associado aos avanços de modelos compreensivos da cognição humana na cultura digital, mas, sobretudo, imbricado à totalidade econômica de matriz neoliberal. Os imperativos de distanciamento social vinculados à pandemia de Covid-19, deflagrada em 2020, catalisaram formas diversificadas de ensino não presencial no Brasil, inclusive na Educação Básica. Observando os respectivos impactos, mas, sobretudo, suas determinações, objetiva-se discutir a gestão de uma de suas formas peculiares – a Educação a Distância (EaD) –, buscando apontar categorias e reflexões que possam explicar e contradizer práticas associadas, sejam elas tradicionalizadas, sejam elas contingenciais. Dentre os variados aspectos estruturais e pedagógicos a que EaD se relaciona, detém-se nesta discussão aos elementos da gestão que mobilizem, no modelo brasileiro, a implantação de processos de ensino e de aprendizagem mais democráticos e significativos, a partir de três categorias analíticas: (i) antecedentes; (ii) estratégias; e (iii) projeções. Sem ortodoxia nas definições, mas com enquadramento epistemológico crítico e interdisciplinar, problematiza-se complementarmente a institucionalização da EaD no espectro universitário público, em vistas a acionar possibilidades de qualificá-la em seu espaço-tempo. Como metodologia, adota-se uma abordagem qualitativa, aplicando-se a técnica de pesquisa documental e bibliográfica, resultando em uma incursão descritiva e exploratória acerca do tema, em caráter ensaístico. Como resultado, compreende-se que a gestão democrática e com referenciamento social pode impactar positivamente processos de ensino e aprendizagem na modalidade EaD, oferecendo subsídios materiais, formativos e tecnológicos à comunidade escolar. Com isso, são oferecidas reflexões necessárias e urgentes acerca do modus operandi da gestão da EaD no contexto brasileiro, abrindo-se modos outros de pensar.