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(FIVE YEARS 1)

Published By Portal De Periodicos Ufpb

1516-1536, 1516-1536

2021 ◽  
Vol 23 (1) ◽  
pp. 147-159
Author(s):  
Erlândia Ribeiro da Silva ◽  
Vitor Cei
Keyword(s):  

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo investigar de que maneira a sátira, o riso e o absurdo destacam-se na obra do escritor Qorpo Santo (1829-1883) que até os dias atuais permanece esquecido da crítica literária nacional, tendo algum destaque nos anos 1970 com a tônica do Teatro do absurdo, mas caindo no esquecimento nas próximas décadas. As peças analisadas nesse trabalho serão O marinheiro escritor e Um credor na fazenda nacional que apesar de serem peças distintas entre si trazem uma mesma potência de estranheza, riso e acidez em seus elementos estéticos e conteudísticos. Além disso analisaremos quais as consequências o autor traz para o texto ao usar da sátira, do riso e do absurdo enquanto crítica a moralidade da época. Como base teórica para a sátira e o riso partimos dos escritos de Vladimir Propp (1992), quanto ao absurdo nos voltamos ao início do termo com Albert Camus (1970) e demais autores que nos ajudem a perceber tais nuances nas peças em destaque.   Palavras-chave: Sátira. Riso. Absurdo. Teatro. Qorpo Santo.


2021 ◽  
Vol 23 (1) ◽  
pp. 99-114
Author(s):  
André De Sena

O maravilhoso (thaumaston) foi discutido por Aristóteles em Poética, e nessa obra ele está associado ao gênero épico e à tragédia, com características específicas em cada um deles, mas não se fala nessa categoria em relação à comédia. Mas neste artigo intentamos revelar alguns exemplos que contradizem isso, artísticos e teóricos, mostrando que a metalinguagem e o metateatro irônicos, fundamentais para uma ulterior noção do que constituiria o jogo ficcional – incluindo aí a presença do maravilhoso –, já são operados pelo riso nos palcos cômicos da Antiguidade. Através de referências a obras do teatro antigo que ainda podem ser lidas, ou das temáticas de outras que não chegaram aos nossos dias, bem como da análise de algumas passagens dos escritos filosóficos e estéticos de Platão e Aristóteles, buscamos compreender essa possível presença do maravilhoso possibilitado pelo riso e o cômico, talvez podendo indicar futuros caminhos de análise. Neste aspecto, também nos é importante a referência a uma obra teórica específica, na verdade, o resumo de uma possível aula ou escrito anterior, hoje perdido, intitulado hodiernamente Tractatus coislinianus, que oferece – ou, ao menos, sugere – uma possibilidade teórica dessa possível plasmação do maravilhoso na comédia, já que o riso e o cômico podem proporcionar uma nova perspectiva ou prisma que incrementa a própria percepção do thaumaston.


2021 ◽  
Vol 23 (1) ◽  
pp. 4
Author(s):  
Marta Pragana Dantas ◽  
Roberto Carlos de Assis (Editores)

Editorial


2021 ◽  
Vol 23 (1) ◽  
pp. 133-146
Author(s):  
Fábio Furuzato

Neste trabalho, analisamos o conto “O nariz”, do escritor japonês Ryûnosuke Akutagawa (1892-1927), buscando examinar o modo como se combinam o cômico e o fantástico na narrativa em questão. Akutagawa é mais conhecido pela autoria de “Rashômon”, conto que serviu de inspiração para o filme homônimo de Akira Kurosawa (1910-1998) – embora a maior parte do enredo deste filme se baseie na narrativa intitulada “Dentro da mata”, também de Akutagawa. Já o conto “O nariz”, adaptado do Konjaku Monogatari, coletânea de contos populares do período Heian (794-1185), também recebeu influência do célebre trabalho homônimo de Nicolai Gógol (1809-1852), conforme observa o crítico coreano Beongcheon Yu (1976). Para David Roas (2014), “O nariz”, de Gógol, é um exemplo de grotesco, pois, neste conto, o humor anularia o efeito fantástico. Isso porque, para o teórico espanhol, o fantástico se constrói a partir de um acontecimento dentro da narrativa que leva o leitor a questionar a sua própria concepção de realidade. Assim, para que se dê o efeito fantástico, é necessária uma boa dose de realismo na narrativa, combinada evidentemente com algo sobrenatural. Mas, diante dos acontecimentos completamente absurdos relatados na história de Gógol, a inquietação característica do fantástico perderia sua força, dando lugar ao humor. Essa combinação entre sobrenatural e humor é considerada, por Roas, como grotesca. Cabe investigar, portanto, se algo semelhante acontece também em “O nariz”, de Akutagawa.


2021 ◽  
Vol 23 (1) ◽  
pp. 62-81
Author(s):  
Amanda Brandão Araújo Moreno
Keyword(s):  

A narrativa de Felisberto Hernández constitui um corpus ainda pouco explorado pela academia e que demanda novas inflexões de pesquisadores que realizem a composição de uma fortuna crítica atualizada sobre esse autor peculiar. Neste trabalho, analisa-se um dos aspectos que compõem e caracterizam a forma de narrar do escritor uruguaio: associação entre o humor e o insólito. Através do recurso a textos que compõem as três fases de sua escrita (com ênfase na primeira delas), elaboramos um panorama de como Hernández constrói um humor inquietante, castrador do riso. Permeiam este estudo os aportes teóricos de, entre outros, Rama (2011), Fraga de León (2003), Barrenechea (1976) e Bergson (2004).


2021 ◽  
Vol 23 (1) ◽  
pp. 42-61
Author(s):  
Greicy Pinto Bellin Bellin ◽  
James Remington Krause
Keyword(s):  

O presente artigo realiza uma análise do conto “O capitão Mendonça”, de Machado de Assis, procurando percebê-lo como uma crítica em relação ao cientificismo emergente no século XIX, às representações do gênero feminino na época e à apropriação do modo fantástico europeu na literatura brasileira, mais especificamente “O homem da areia”, de E. T. A. Hoffmann. Como embasamento teórico, lançaremos mão das reflexões de Joan Scott e Teresa de Lauretis, a fim de refletir sobre a questão de gênero e sobre as tecnologias envolvidas em sua construção e representação, além de Jaison Luís Crestani, no que se refere às questões editoriais, Linda Hutcheon no que se refere à utilização da paródia para o exercício da crítica, e Rosemary Jackson, David Roas, Irene Bessière e Remo Ceserani no que se refere às apropriações do modo fantástico.


2021 ◽  
Vol 23 (1) ◽  
pp. 197-213
Author(s):  
Cleusa Teixeira Sousa ◽  
Gilberto Cézar de Noronha

A investigação que ora apresentamos visa analisar os discursos imagéticos e textuais, construídos em torno da figura de um rei - D. Dinis -, realçando a ideia de poder que esteve atrelada a esta construção. Para tanto, buscamos perscrutar os símbolos que se destinaram a compor, propagar e sustentar a potencialidade impelida pela incorporação de elementos que justificam e consolidam a imagem que seus idealizadores buscaram erigir, tomando como base as obras, de Peter Burke em A fabricação do rei,  Marc Bloch em Os reis taumaturgos e Ernest Katorowicz em Os dois corpos do rei, dentre outros escritos literários e historiográficos que nos conduziram no desenvolvimento de reflexões sobre as imagens criadas acerca da figura deste monarca, conforme os interesses daqueles que as delineavam. Nesse sentido, uma das facetas mais exploradas num contexto monárquico medieval para sustentar e propagar a imagem de um rei, está atrelada à justiça e à sabedoria, por se tratar de fatores de alta eficiência quanto a sua capacidade de persuasão coletiva, a qual induz os seus correligionários e a sociedade a considerá-lo único em seu tempo, ao ponto de corroborar para a criação de uma atmosfera favorável à rememoração de uma boa memória daquele monarca e de seu reinado. 


2021 ◽  
Vol 23 (1) ◽  
pp. 15-27
Author(s):  
Carolina De Aquino Gomes
Keyword(s):  

Conhecido por romances que tratam de temas sérios e edificantes, José Saramago, em sua última fase de produção romanesca, nos apresenta uma face humorística, que compreende os três últimos romances publicados em vida. Neste artigo, buscamos fazer uma leitura do primeiro dessa tríade, As intermitências da morte (2005), em que nos é apresentado um universo insólito a partir da greve de uma morte-personagem a reivindicar seus direitos de ser notada. Assunto sério por excelência, é trabalhado através do humor, e ocasiona um riso desconcertante no leitor, impelindo-o a refletir sobre sua própria condição de ser humano. Com base nos estudos de Hutcheon (1985), Duarte (2006), Propp (1992), D’Angelli e Paduano (2007), Alberti (1999), Minois (2003) e Roas (2014), é possível observar como a narrativa transcende a realidade, subvertendo-a pelo riso, pela paródia e pela ironia, assim como pelo recurso ao fantástico. Esses elementos são responsáveis por motivar uma nova reflexão sobre o tema da morte. O riso desconcertante nesse romance atua como um indício de que é preciso revermos nossa forma de enxergar a morte e nos transformarmos a partir dessa reflexão. É possível inferir que, por meio do fantástico, Saramago estimula o desenvolvimento intelectual e ético do sujeito e nos exige ousadia para transcender o velho e encontrar um novo significado para a morte.


2021 ◽  
Vol 23 (1) ◽  
pp. 5-14
Author(s):  
Luciane Alves Santos ◽  
Rogério Caetano de Almeida (Organizadores)

Texto de apresentação do dossiê  O fantástico e a (de)formação do riso.


2021 ◽  
Vol 23 (1) ◽  
pp. 176-196
Author(s):  
India Mara Martins ◽  
Pedro Artur Lauria

O subúrbio estadunidense é marcado por um recorte social bastante específico: uma classe média branca, arraigada em um discurso meritocrata e vinculada ao “Sonho Americano”. Sua imagem idílica foi consolidada desde os anos 1950 pelas sitcoms de subúrbio, mas também passou a ser contraposta pelo suburbanismo gótico – gênero literário que também encontrou ambiente fértil no audiovisual. Nestes subgêneros o humor se apresenta de forma dicotômica e contraditória, que pode ser resumido nas seguintes máximas: rir conosco ou rir de nós. Nosso interesse nesse artigo passa a ser na investigação do uso do humor em um terceiro subgênero, este muito mais recente: o suburbanismo fantástico. Definido por McFadzean (2019, p.1) como um conjunto de filmes Hollywoodianos que começaram a aparecer nos anos 1980, onde crianças e adolescentes que vivem no subúrbio são chamados para confrontar uma força fantástica e disruptiva, tais quais E.T. – O Extraterrestre, Os Goonies e De Volta Para o Futuro. O presente trabalho então se aprofunda no papel mercadológico, narrativo e moral do humor nessas narrativas, considerando tanto o seu público alvo, como sua natureza sintática explicitamente reacionária, e que, por isso, contrapõe a natureza subversiva tanto da comédia quanto da fantasia – gêneros que se fundamentam no confronto, respectivamente, das expectativas e das regras do real.


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