Este artigo tem por objetivo tecer reflexões sobre a representatividade que pessoas transgêneras do espectro masculino possuem nas mídias. Primeiramente, foi realizada uma observação etnográfica através de mídias digitais transmasculinas e, posteriormente, houve anexo da literatura acadêmica sobre a temática. O transativismo, a representação identitária e o relato de si são, por sua vez, recursos de visibilidade para demandas sociais e políticas de pessoas transgêneras nas mídias. Deste modo, a comunicação contra-hegemônica e produção de conhecimento qualificado sobre transidentidades contribuem para sua humanização nas multimídias, sejam mídias digitais, redes sociais e internet, seja publicidade e propaganda, televisão, literatura científica e qualquer outro mecanismo linguístico. O relato de si publiciza a travessia que muitos transhomens vivenciam em suas marcas resilientes. Mediante este relato, quem o recebe tem, por outro lado, o reconhecimento destas marcas na identificação de trajetórias em comum. A representatividade, portanto, é um itinerário que possibilita indivíduos solitários e vilipendiados a seguirem uma travessia em conjunto.