O registro em prontuário é dever do médico, e fundamental para o acesso de dados clínicos necessários para o manejo adequado do paciente (Código de Ética Médica, 2019). Além disso, é um instrumento imprescindível para a pesquisa clínica, de modo que um instrumento de coleta bem estruturado, auto-explicativo, e de fácil execução, torna a pesquisa de dados restrospectivos menos sujeita a vieses metodológicos. Na neurologia isto é especialmente importante, pela existência de diversas doenças complexas e crônicas que podem evoluir ao longo do tempo. No atendimento especificamente a pacientes com epilepsia, a utilização de um instrumento de coleta estruturado se torna útil, principalmente em instituições de ensino e pesquisa como um hospital universitário, onde não somente o médico-assistente, quanto médicos-residentes e estudantes de medicina em treinamento “aprendem executando”. Desse modo, foi objetivo dos autores elaborar um protocolo de atendimento ao paciente com epilepsia no Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (HUPEST/UFSC), centro de referência estadual para o tratamento das epilepsias, com uma área de abrangência correspondente à população do estado de Santa Catarina, de mais de 7 milhões de habitantes (IBGE, 2020). A epilepsia afeta cerca de 1-2% da população mundial, o que corresponde a aproximadamente 140 mil indivíduos no estado de Santa Catarina. O protocolo foi elaborado de acordo com os guidelines atualizados da Liga Internacional Contra as Epilepsias (ILAE,2020).