Interethnic - Revista de Estudos em Relações Interétnicas
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Published By Biblioteca Central Da Unb

2318-9401

Author(s):  
Maria Lidiany Tributino de Sousa ◽  
Andrea Caprara

O conceito saúde indígena, na literatura acadêmica e serviços de saúde, apresenta-se empobrecido de questões que dizem respeito à vida nas aldeias indígenas. Ao longo do trabalho de campo/trabalho de mato e dos encontros com as lideranças indígenas, surgiram indícios que apontaram o adoecimento dessa expressão saúde indígena na literatura acadêmica. Esse escrito analítico procura articular as discussões entre o Cuidado de Si presente no livro Hermenêutica do Sujeito de Foucault e os modos de cuidado em saúde nas aldeias indígenas dos Potyguara que possibilitaram pensar a saúde e o  cuidado indígena como modos de produção de vida que são capazes de operar deslocamentos na saúde, no cuidado e na clínica na área da Saúde Coletiva.


Author(s):  
Juliana Merçon ◽  
Gerardo Alatorre Frenk

O Mestrado em Educação para a Interculturalidade e a Sustentabilidade (MEIS) corresponde a um programa professionalizante, adscrito ao Instituto de Investigações em Educação da Universidade Veracruzana, no México. Com apenas quatro anos de existência, esta aposta pela construção de uma Outra academia tem sido motivo tanto de admiração como de tensão para a estrutura acadêmica dominante. Neste artigo, apresentaremos esta proposta educativa a través de diferentes dimensões que a caracterizam e analizaremos suas principais fortalezas e desafios. Conscientes da necessidade de fortalecer as redes de colaboração com experiências similares, esperamos que as ideias compartilhadas neste trabalho contribuam a um exercício reflexivo comum, orientado à transformação das práticas académicas e das relações interculturais e socio-ambientais.


Author(s):  
Gabriel Ribeiro Bizerril ◽  
Elizabeth Del Socorro Ruano Ibarra

Passaram-se 12 anos desde o início do convênio entre a Fundação Universidade de Brasília e a FUNAI (2004) que promoveu o ingresso dos indígenas à Universidade de Brasília (UnB). A fim de observar a luta estudantil indígena por direitos dentro da universidade foram analisados quatro eventos organizados por esses estudantes. São eles: o “1º Congresso Brasileiro de acadêmicos pesquisadores e profissionais indígenas” (2009), a “1ª Semana dos acadêmicos indígenas” (2010), a “2ª Semana dos acadêmicos indígenas” (2016) e a “3ª Semana dos acadêmicos indígenas” (2017). Como resultado, afirma-se que esses eventos oportunizam espaços de debate que questionam as assimetrias e o lugar dos indígenas no ensino superior. Também permitem certa visibilidade da persistência dos percalços para a permanência e integração nessa instituição universitária. A pesquisa revela o caráter político da presença indígena na universidade, para quem o diploma universitário representa um instrumento de luta acima de tudo.


Author(s):  
Eliane Boroponepa Monzilar

O presente artigo apresenta uma proposta de estudo dos processos históricos do contato do povo Umutina. Pensado desde a perspectiva antropológica, tem como foco e fio condutor a escola indígena e os processos educativos tradicionais e o não tradicional no contexto escolar. Tem como objetivo contribuir com as discussões sobre a educação escolar do povo Umutina. Apresenta uma descrição e análise dos impactos, avanços e ações que a comunidade Umutina consolidou para resistir enquanto indígenas e como trabalharam para manter viva e ainda principalmente reconstruir a cultura Umutina. Os dados foram obtidos por observação participante, fontes bibliográficas e arquivos. O trabalho privilegiará os relatos dos anciões, dos jovens estudantes e dos professores da escola Jula Paré. É um registro, contado pela própria indígena pesquisadora e deve contribuir com a comunidade e a juventude da aldeia e para o campo da antropologia, para quem se dedica a pensar a educação indígena.


Author(s):  
Helmar Spamer ◽  
Ana Tereza Reis da Silva

Este artigo discute os conflitos territoriais e socioambientais decorrentes da criação de Unidades de Conservação em terras tradicionalmente ocupadas por povos e comunidades tradicionais. A partir do conflito em torno da criação do Parque Nacional dos Pontões Capixabas, que se sobrepõe ao território de uma comunidade pomerana no município de Pancas, estado do Espírito Santo, o estudo analisa o processo de mobilização e organização da população em defesa do seu território e, de forma associada, o processo de avivamento e afirmação identitária por meio da apropriação da noção de Povos e Comunidades Tradicionais. Em sentido amplo, a análise também oferece elementos para a compreensão das paradoxais relações entre direitos, saberes e modos de vida dos povos e comunidades tradicionais e as políticas de conservação ambiental em curso no país.


Author(s):  
Braulina Aurora

Este artigo busca apresentar uma reflexão, partindo do ponto de vista de uma mulher indígena, ativista que defende os direitos indígenas e de mulheres, de forma interpretativa e desde uma perspectiva de mulheres indígenas. O nosso objetivo é apontar como ações de colonização, partindo das igrejas não-indígenas violaram o direito de práticas culturais de mulheres Baniwa, no contexto de cuidado com o corpo, justificadas por “tabus e coisas do diabo”. Isso é resultado do contato violento com os povos indígenas, que sofreu uma contraposição. Para expor essa resistência e resiliência, se faz necessário uma reflexão, partindo das falas de mulheres entrevistadas, chamando atenção para a prática silenciosa de violência que violou o direito de uso de conhecimentos milenares e ciência indígena.  No final, deixamos a mensagem: até que ponto as igrejas não-indígenas são boas ou ruins na vida de mulheres, refletindo nessa normalização de práticas nas comunidades indígenas.


Author(s):  
Franklin Paulo Eduardo Da Silva

O presente texto discute a inserção da lógica capitalista nas aldeias indígenas, especialmente, com repercussões na pesca, caça e alimentação do povo Baniwa, na região do município de São Gabriel da Cachoeira, estado do Amazonas. O objetivo é apresentar situações contemporâneas relacionadas as preferências técnicas e matérias industrializados de pesca e caça, manejo das áreas e consumo de alimentos industrializados em aldeias. O estudo partiu da hipótese de que nas últimas décadas, as comunidades baniwa vêm enfrentando forte e inevitável crescimento e expansão do capitalismo associado a intensificação das relações interétnicas. Seus impactos nos modos tradicionais de subsistências e da gestão territorial são igualmente fortes e crescentes. A discussão destes assuntos se divide em três partes: a primeira trata da apresentação dos modos tradicionais de vida dos ancestrais, as mudanças ocasionadas e as tendências; a segunda parte apresenta o processo de aprendizagem em pesca e caça, as comparações de pescados em décadas diferentes e participações baniwa no mercado de trabalho e nos programas de transferências de rendas; a terceira discute situações atuais de pesca, caça, alimentação e as tendências para o futuro. E por fim, a conclusão, que é opinativa em relação ao que deve ser feito par evitar que as situações críticas nessas áreas avancem descontroladamente. Assim que está sendo discutido o tema deste artigo.


Author(s):  
Layla Jorge Teixeira Cesar ◽  
Joaquim José Soares Neto

O objetivo do presente artigo é refletir sobre a academia como um espaço de transformação social, a partir da experiência de estudantes do MESPT. Para tanto, se apresenta os relatos de oito estudantes do MESPT, entrevistadas/os durante o seu processo de formação. Buscou-se a maior representatividade possível na turma, por pertencimento étnico-cultural e por gênero, reunindo os discursos de estudantes indígenas, quilombolas, ciganas/os, pescadoras/es e de povos de terreiro. As entrevistas são semi-estruturadas, e a análise dos discursos foi realizada a partir do conceito de contra colonização desenvolvido por Antônio Bispo dos Santos (2015) e das reflexões sobre a motivação para o ingresso na educação superior apresentadas por Luciano (2011) e Sotto (2017). Conclui-se que o acesso a espaços de decisão política e o embate epistêmico com a academia são as principais motivações destas/es discentes para o ingresso no programa.


Author(s):  
Luz María Tena Colunga
Keyword(s):  

A língua Náhuatl tem grande importância por ter sido a língua franca do Império Mexicano desde o século XIII, até a queda dele, pela conquista da Espanha em 1521. É a língua originária com maior número de falantes no México e tem falantes noutros países na Centroamérica, tais como o Salvador, a Nicarágua, a Guatemala, e a Honduras. O Seminário da Cultura Náhuatl foi fundado há 62 anos e nesta entrevista o Doutor Johansson compartilha a sua experiência, e nos fala sobre a importância de terem seminários da cultura e línguas originárias nas universidades dos países que temos pluriculturalidade como o Brasil e o México.


Author(s):  
Cosme Rite

Os objetivos deste artigo são narrar o processo violento de retirada do território, descrever o modo de vivência, Wahoimanadzé, em terra sagrada e analisar como fomos, somos e seremos Marãiwatsété tsipodo. A metodologia empregada é a produção coletiva, isto é, foi feita por mim em conjunto com os homens no Warã e as mulheres em suas lidas cotidianas, os quais decidiram sobre os caminhos de pesquisa. Os conceitos de referência são a junção de espacialidades, temporalidades e histórias. Concluo que a travessia de luta que durou 47 anos, entre 1966-2013, iniciada a partir da expulsão estatal gerou sofrimento e tristeza que não conseguiram finalizar com a reocupação territorial.


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