Basilíade - Revista de Filosofia
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Published By Faculdade Sao Basilio Magno - FASBAM

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2021 ◽  
Vol 3 (6) ◽  
pp. 7-21
Author(s):  
Sidnei Francisco do Nascimento

O método de interpretação alegórica de Orígenes se apropriará de uma passagem do Evangelho segundo São Mateus (22,21) que trata a respeito da célebre passagem de “dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” e de um trecho da Epistola aos Romanos (13,1-14) que discorre a respeito da submissão da alma à autoridade civil. Tal exegese apresentará a complementaridade, embora com significados diferentes, entre as concepções de lei natural e de lei secular. A correspondência entre uma lei e outra, transitará entre o mundo sensível e o inteligível ou, dito de outra forma, entre o mundo terreno e o mundo espiritual, que terá o livre-arbítrio como um elemento indispensável, porque se traduzirá num dever de consciência, que incidirá na noção tricotômica de alma paulina movimentando-se entre os desejos da carne e os desejos do espírito.


2021 ◽  
Vol 3 (6) ◽  
pp. 97-106
Author(s):  
Antonio Djalma Braga Junior ◽  
Ivanildo Luiz Monteiro Rodrigues dos Santos

Sabe-se que todo o pensamento no período da era medieval estão conectados de uma forma ou outra com o grande debate entre Fé e Razão. Vários foram os autores que procuraram conciliar ou abrir ainda mais o abismo entre estes dois conceitos. O acontecimento decisivo neste período foi a apropriação do termo Logos pelo cristianismo que passa a partir de então não mais a fazer uma teologia, mas também uma reflexão filosófica. Diante desse cenário, o presente artigo tem como objetivo apresentar uma filosofia da educação no período medieval a partir da análise de alguns textos clássicos escritos nesse período histórico. Nessa perspectiva, pretende-se compreender a problemática da formação humana no medievo através de concepções éticas e políticas, bem como a influência de tais ideias no campo da educação. Para atingir este intento, utilizaremos como base principalmente os textos de autores como Bernardo de Claraval, São Boaventura, Hugo de São Vítor e Tomás de Aquino. Espera-se que ao fim desse artigo reste clara a importância desses autores para delinearmos uma filosofia da educação durante o período medieval, de modo que os pré-conceitos que ainda persistem em evocar a expressão “idade das trevas” sejam deixadas de lado para reconhecermos a imensa riqueza que perpassa os mais variados campos do conhecimento no medievo, inclusive a área da filosofia da educação.


2021 ◽  
Vol 3 (6) ◽  
pp. 89-95
Author(s):  
Luiz Marcos da Silva Filho

Nesta nota técnica, eu analiso os significados, ambiguidades e equivocidades de saeculum em Confissões, XI, e A cidade de Deus, XIII, i; XV, i e XXI, para entender melhor as concepções agostinianas de “eternidade”, “tempo”, “história universal”, “tempo cósmico”, “tempo histórico” e “mundo”.


2021 ◽  
Vol 3 (6) ◽  
pp. 73-87
Author(s):  
Jorge Luís Gutiérrez

O presente artigo trata sobre o conceito de escravidão natural no pensamento medieval. Este conceito que foi desenvolvido principalmente por Aristóteles no capítulo I da Política foi retomado por pensadores tais como Santo Agostinho, Tomás de Aquino, Tolomeo de Luca e John Major. A maioria rejeitou este pensamento e quando o aceitaram entendiam por “natural” algo diferente de Aristóteles. O que estes pensadores escreveram sobre este conceito e como o receberam da antiguidade grega é o tema do presente trabalho. Terminaremos fazendo referência, embora brevemente, sobre como o conceito de “escravidão natural” foi amplamente usado nas tentativas de justificar teoricamente a conquista de América no século XVI. Especial referência merecem a este respeito os dominicanos John Major e Juan Ginés de Sepúlveda.


2021 ◽  
Vol 3 (6) ◽  
pp. 107-113
Author(s):  
Edilson da Costa

Este artigo apresenta uma reflexão sobre a dimensão filosófica dos conceitos de trabalho e interação em Habermas. Mostra o caráter ambíguo do trabalho enquanto realização e afirmação da especificidade humana e alienação dos sujeitos que trabalham. Traz ainda uma visão positiva do trabalho, pois propõe uma via alternativa para reorganizar os contextos comunicativos de interação de acordo com outros padrões que não os orientados para o agir estratégico.


2021 ◽  
Vol 3 (6) ◽  
pp. 23-57
Author(s):  
William Davidans Sversutti ◽  
Pedro Calixto Ferreira Filho

No presente artigo, busca-se avaliar as possíveis mudanças ou continuidades do pensamento político de Nicolau de Cusa, especialmente no que diz respeito à relação entre Papa e Concílio, em dois momentos distintos de sua carreira eclesiástica e filosófica: em primeiro lugar, na obra A concordância católica (De concordantia catholica - DCC, 1433), considerada por alguns estudiosos como a suma de sua posição conciliarista e, em segundo lugar, na Carta a Rodrigo Sánchez de Arévalo (Epistola ad Rodericum Sancium de Arevalo - ERSA, 1442) , considerada pelos comentadores como a melhor expressão de sua nova posição, a de um centralismo papal. A partir da avaliação dessas obras, conclui-se que, apesar de uma “mudança de partido” depois do rompimento com o Concílio de Basiléia, o pensamento político de Nicolau de Cusa é inclassificável dentre as categorias opostas “conciliarista” e “papalista”. Desse modo, poderia ser considerado um “absolutismo cristocêntrico”, tanto em DCC como em ERSA.


2021 ◽  
Vol 3 (5) ◽  
pp. 9-35
Author(s):  
Bento Silva Santos

Este artigo examina a questão das relações entre o cristianismo e a philosophia em uma passagem do Contra Academicos. Ora, a referência a Platão e ao “platonismo” ao longo de seus primeiros escritos exige algumas reflexões de esclarecimento quanto ao influxo recíproco de “platonismo” e cristianismo na conversão de Agostinho (386). O Augustinus Philosophus, que compõe uma série de escritos entre 386 e 391, é sensivelmente diverso daquele que é narrado nas Confissões e daquele que será bispo de Hipona em 395? Tratar-se-ia do Agostinho mais um “filósofo platônico” e muito menos “penitente”, que teria sido influenciado em grande parte mais pela filosofia neoplatônica do que pela fé cristã? Como entender, portanto, o pensamento de Agostinho nas primeiras obras, notadamente marcado pela leitura dos Libri platonicorum (Livros dos platônicos), quando confrontado com as obras da maturidade, nas quais atingiu plena consciência das verdades do cristianismo e onde teria superado o “platonismo” das origens? Esta é a celebre questão controversa sobre a “evolução” e/ou a “continuidade” do pensamento de Agostinho que pretendo tratar a partir de uma proposição emblemática do Livro III (19,42) de sua primeira obra filosófica.


2021 ◽  
Vol 3 (5) ◽  
pp. 155-172
Author(s):  
Pedro Calixto Ferreira Filho

Se o mundo é entendido na tradição latina medieval como a autoexpressão do principium, então é essencial nos darmos os meios para apreender plenamente o simbolismo no qual o Criador se manifesta. O ser, aqui entendido como expressão da Palavra divina, tem, por conseguinte, a mesma estrutura relacional do signo. A metáfora que consiste em pensar o mundo na sua totalidade como um livro, expressão do Verbum Dei, cuja própria essência é ser um signo, isto é, apontar para o absolutamente Outro, que somos incapazes de pensar em sua qüididade, entra nesta perspectiva. Não basta dizer que a criação é um livro, ou a manifestação do Criador, é necessário também oferecer uma chave para sua leitura. Certo da função significante do mundo e da impossibilidade de conhecimento positivo do Criador, todo o desafio do pensamento filosófico latino é então adentrar na estrutura interna deste simbolismo capaz de fornecer uma compreensão do mundo como um sinal que aponta para o princípio. Compreender a arquitetura do simbolismo do mundo, desvelar a própria estrutura do manifesto para colocar de dentro a necessidade de seu enraizamento no Princípio, foi uma preocupação constante de Agostinho. Em sua longa busca por uma leitura simbólica da realidade, ele mostrou um interesse persistente e crescente pela matemática.


2021 ◽  
Vol 3 (5) ◽  
pp. 133-153
Author(s):  
Matheus Jeske Vahl

O problema da responsabilidade moral é uma questão a ser tratada tendo em vista a qualidade das ações humanas, o que requer uma explicação da origem e do sentido do mal que eventualmente delas redunda. No pensamento tardo antigo isto é feito no horizonte de uma filosofia da mente. Em Agostinho este tema é compreendido desde o entendimento de uma faculdade anímica que garante ao homem máxima liberdade, a saber, a vontade, cujo efeito da ação é compreendido em referência a um polo de máxima transcendência – Deus, a partir de quem são compreendidos os princípios em que deve se articular a razão humana para orientar sua liberdade em coerência com a Verdade. Portanto, é na estrutura interna da mente humana que Agostinho ancora a origem e o fundamento último de toda ação moral, pela qual cada indivíduo é o único responsável frente à realidade e diante de Deus.


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