Este estudo tem como objetivos averiguar em que medida o uso de prótese dentária influencia o aporte nutricional dos idosos e perceber quais os indicadores sociodemográficos que condicionam a procura de tratamento odontológico, bem como o uso e tipo de prótese dentária. Metodologicamente procedeu-se a uma avaliação cognitiva, um questionário de identificação do idoso, aplicação da ferramenta Geriatric Oral Health Assessment Index e uma anamnese alimentar, numa amostra de 400 idosos de três distritos portugueses. Verificou-se uma correlação (p=0,006) entre o nível de escolaridade e periodicidade de idas ao dentista, e ainda uma associação entre o género e uso de prótese dentária (p=0,000), entre o uso de prótese e nível de escolaridade (p=0,007) e entre o tipo de prótese dentária e rendimento (p<0,05). Constataram-se diferenças, estatisticamente significativas, no aporte diário de ferro (p=0,014) e fosforo (p=0,042) nos indivíduos portadores e não portadores de prótese dentária e, ainda, diferenças no aporte diário de proteína total, vitamina A, carotenos, α-tocoferol, cinza, magnésio (p<0,05), quando os diferentes tipos de prótese dentária foram considerados. Conclui-se que o nível de escolaridade dos idosos condiciona a periodicidade de idas ao dentista e o uso de prótese dentária está relacionado com o género e o nível de escolaridade dos idosos.