O Fantasma de Jackson Pollock: Os estranhos movimentos do pintor pelas lentes do cinema
O artigo se propõe analisar o filme experimental de Hans Namuth, Jackson Pollock 51, sobre o processo de Pollock na fase do dripping. Ao longo do texto serão evidenciados os desajustes entre a tentativa de capturar o segredo dos movimentos do artista em volta da tela e as opacidades introduzidas pela câmera, que ao invés de mostrar mais, paradoxalmente, desnaturaliza o olhar. Os casos de Matisse, que percebe a “estranha excitação” do gesto de sua mão no filme de François Campaux (1946), e da atuação de Picasso no filme de Georges Clouzot, O Mistério Picasso (1956), servirão como contrapontos para explorar o tema da mediação da pintura operada pela imagem em movimento, nesse momento de transição entre o modernismo e as práticas dos anos 1960, quando os artistas exploraram a potência do gesto e de seus duplos na performance, na videoarte e na body art.