Neste artigo, são discutidas as duas versões do filme Em Busca do Ouro (The Gold Rush), de Charles Chaplin. A primeira, de 1925, com as características do cinema silencioso, sobretudo a ausência de falas, e a segunda, de 1942, com o acréscimo de falas (realizado por Chaplin), efeitos sonoros, música e alterações na montagem. Reflito sobre essas versões a partir do conceito de Tradução Intersemiótica, proposto por Jakobson (1959) e desenvolvido por Plaza (2010). Também são abordadas teorias relacionadas ao cinema e mais especificamente à obra de Chaplin. Neste artigo, é discutida a possibilidade da existência de uma nova função exercida por Chaplin: tradutor. Entre as modificações, é dado destaque à fala, que apresenta afinidades significativas com a prática da tradução.