scholarly journals Resistência de cultivares de feijoeiro-comum à ferrugem e à mancha-angular em condições de casa de vegetação

2001 ◽  
Vol 26 (1) ◽  
pp. 86-89 ◽  
Author(s):  
FÁBIO G. FALEIRO ◽  
SÍLVIA NIETSCHE ◽  
VILMAR A. RAGAGNIN ◽  
ALUÍZIO BORÉM ◽  
MAURILIO A. MOREIRA ◽  
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Foram inoculadas 17 cultivares de feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris) recomendadas para plantio em Minas Gerais com cinco patótipos (6, 7, 9, 10 e 12) de Uromyces appendiculatus e cinco (63.55, 31.23, 63.39, 31.55 e 63.23) de Phaeoisariopsis griseola. Foi conduzido um ensaio separadamente para cada um dos patótipos dos dois patógenos, totalizando 10 ensaios. Nos ensaios de ferrugem foi avaliada a freqüência de infecção (FI) e estimado o tamanho médio das pústulas (TMP) e, nos ensaios de mancha-angular foram avaliados os sintomas utilizando uma escala de notas variando de 1 a 9. A maioria das cultivares se mostrou suscetível a pelo menos três dos cinco patótipos de ferrugem. As cultivares mais suscetíveis foram Roxo 90 e Meia Noite e a mais resistente foi a Ouro Negro, a qual apresentou proteção completa aos cinco patótipos testados. Com relação à mancha angular, além do Roxo 90, as cultivares Carioca MG, Pérola, Carioca 1030 e Aporé, extensivamente plantadas em Minas Gerais, foram altamente suscetíveis. As cultivares Ouro Negro e EMGOPA 201-Ouro apresentaram genes de resistência a diferentes patótipos e a combinação desses genes em uma nova cultivar resultaria em resistência a todos os patótipos testados.

2001 ◽  
Vol 26 (1) ◽  
pp. 77-80 ◽  
Author(s):  
FÁBIO G. FALEIRO ◽  
VILMAR A. RAGAGNIN ◽  
WENDER S. VINHADELLI ◽  
MAURILIO A. MOREIRA ◽  
J. RENNIE STAVELY ◽  
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A identificação de fontes de resistência é uma etapa básica em programas de melhoramento que visam o desenvolvimento de cultivares resistentes a doenças. Neste trabalho, foram inoculadas, sob condições controladas, oito linhagens de feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris) desenvolvidas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, com quatro raças conhecidas de Uromyces appendiculatus coletadas no estado de Minas Gerais, Brasil. A cultivar Ouro Negro foi utilizada como padrão de resistência e US Pinto 111 (suscetível universal) como padrão de suscetibilidade. Foi avaliada a freqüência de infecção (FI) e estimado o tamanho médio das pústulas (TMP). As linhagens BelMiDak-RMR-12 e BelMiDak-RR-3 destacaram-se como as mais resistentes, apresentando, para todas as raças, apenas pústulas (com diâmetro < 300mim) na face abaxial da folha. As linhagens BelDakMi-RMR-10 e BelNeb RR-2 apresentaram baixa FI média e foram resistentes a quatro e três raças, respectivamente. A linhagem BelDak-RR-2, apesar de sua resistência a todas as raças, apresentou uma FI média relativamente alta. As linhagens BelMiNeb-RMR-3 e BelDakMi RR-7 também foram resistentes às quatro raças testadas, porém apresentaram alta FI média e algumas pústulas com diâmetro maior que 300 mim. A linhagem BelDakMi-RMR-11 foi resistente às raças 45, 46 e 49 e moderadamente resistente à raça 52. A cultivar Ouro Negro foi resistente às quatro raças, com um nível de resistência igual às melhores linhagens norte americanas.


2003 ◽  
Vol 28 (5) ◽  
pp. 508-514 ◽  
Author(s):  
Reginaldo R. Coelho ◽  
Francisco X. R. do Vale ◽  
Waldir C. de Jesus Junior ◽  
Pierce A. Paul ◽  
Laércio Zambolim ◽  
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Este trabalho objetivou estudar o efeito da temperatura e do molhamento foliar no desenvolvimento da ferrugem e da mancha angular do feijoeiro (Phaseolus vulgaris). Foram conduzidos ensaios em condições de campo durante os plantios das águas (outubro a dezembro), de inverno (maio a agosto) e da seca (fevereiro a maio). Os ensaios foram instalados em blocos casualizados com três repetições e dois tratamentos. Os tratamentos consistiram de: 1) inoculação com Uromyces appendiculatus e 2) inoculação com Phaeoisariopsis griseola. No inverno, a ferrugem ocorreu com maior intensidade, atingindo um valor máximo de severidade (Ymax) igual a 1,3 e as maiores taxas de crescimento (0,09, 0,04 e 0,07 aos 34, 55 e 62 dias, respectivamente), devido à predominância, nessa época, de temperaturas inferiores a 21,1 °C, e de maior número de horas diárias com temperaturas menores ou iguais a 16 °C, quando ocorreu molhamento foliar. Nos plantios das águas e da seca, a mancha angular ocorreu com maior intensidade, atingindo Ymax iguais a 2,6 e 3,5, respectivamente e as maiores taxas de crescimento (0,06, 0,02 e 0,15 aos 46, 60 e 67 dias, respectivamente, no plantio das águas, e 0,13 e 0,38 aos 51 e 58 dias, respectivamente, no plantio da seca), devido à predominância, nessa época, de temperaturas superiores a 21,1 °C, quando ocorreu molhamento foliar e não ocorrência de temperaturas menores ou iguais a 16 °C. Com esse estudo pôde-se caracterizar, em função das condições climáticas, o plantio de inverno como favorável à ocorrência da ferrugem e os plantios da água e da seca como favorável à ocorrência da mancha angular.


2003 ◽  
Vol 28 (6) ◽  
pp. 591-596 ◽  
Author(s):  
Vilmar Antonio Ragagnin ◽  
Ana Lília Alzate-Marin ◽  
Thiago Livio P. O. Souza ◽  
Klever Márcio A. Arruda ◽  
Maurilio A. Moreira ◽  
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Isolinhas de feijoeiro (Phaseolus vulgaris)derivadas da cultivar Rudá, com grãos do tipo "carioca", contendo os genes de resistência à antracnose (Co-4 do cv. TOou Co-6 do cv. AB 136 ou Co-10 do cv. Ouro Negro), ferrugem (gene do cv. Ouro Negro) e mancha-angular (phg-1 da linhagem AND 277) foram desenvolvidas pelo Programa de Melhoramento do Feijoeiro do BIOAGRO/UFV, para serem utilizadas na piramidação desses genes em uma única cultivar. Este trabalho teve como objetivo determinar o espectro de resistência dessas isolinhas a diferentes patótipos de Colletotrichum lindemuthianum, Uromyces appendiculatus e Phaeoisariopsis griseola, visando selecionar as linhagens mais similares aos progenitores doadores quanto à sua resistência. Para isto, foram conduzidas inoculações artificiais com 18 patótipos de C. lindemuthianum, dez patótipos de U. appendiculatus e quatro patótipos de P. griseola. Para resistência à antracnose, foi selecionada uma linhagem do cruzamento Rudá x TO, homozigota resistente a 17 patótipos, uma linhagem do retrocruzamento Rudá x AB 136, homozigota resistente a 15 patótipos e uma linhagem do cruzamento Rudá x Ouro Negro, homozigota resistente a 15 patótipos de C. lindemuthianum. Para resistência à ferrugem, uma linhagem do cruzamento Rudá x Ouro Negro, apresentou-se homozigota resistente aos dez patótipos de U. appendiculatus testados. Para resistência à mancha-angular, uma linhagem do cruzamento Rudá x AND277 apresentou-se homozigota resistente aos quatro patótipos de P. griseola inoculados. As melhores isolinhas estão sendo intercruzadas visando a piramidação de genes de resistência à ferrugem, à antracnose e à mancha-angular e o desenvolvimento de cultivares essencialmente derivadas da cultivar Rudá.


2003 ◽  
Vol 28 (1) ◽  
pp. 59-66 ◽  
Author(s):  
Fábio G. Faleiro ◽  
Vilmar A. Ragagnin ◽  
Ivan Schuster ◽  
Ronan X. Corrêa ◽  
Pedro I. Good-God ◽  
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A organização de diferentes genes de resistência da cultivar Ouro Negro de feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris) à ferrugem, antracnose e mancha-angular foi estudada com o auxílio de marcadores moleculares. Uma população de 154 linhas endogâmicas recombinantes (RIL's) obtidas do cruzamento entre as cultivares Ouro Negro e Rudá foram inoculadas com sete raças fisiológicas de Uromyces appendiculatus, três de Colletotrichum lindemuthianum, e quatro de Phaeoisariopsis griseola. Amostras de DNA de cada uma das RIL's foram amplificadas via PCR utilizando 70 diferentes primers. A análise da segregação da resistência à ferrugem, antracnose e mancha-angular na população de 154 RIL's revelou diferentes modos de herança para a resistência a cada uma das raças fisiológicas. A análise de ligação genética revelou que os diferentes genes de resistência à ferrugem e à antracnose estão no mesmo grupo de ligação. Os genes de resistência à mancha-angular também foram mapeados juntos, porém em outro grupo de ligação. Verificou-se neste trabalho que a utilidade dos marcadores RAPD, previamente identificados como ligados a genes de resistência do feijoeiro a doenças foi restrita. Apenas cinco dos 38 marcadores moleculares testados foram validados na população de RIL's como ligados aos genes de resistência à ferrugem e à antracnose. Três novos marcadores (OBA16(669) e OBA16(583) a 10,4 cM em acoplamento e OAD9(3210) a 13,9 cM em repulsão) ligados ao bloco gênico de resistência da cultivar Ouro Negro à mancha-angular foram identificados.


Bragantia ◽  
1999 ◽  
Vol 58 (2) ◽  
pp. 247-252 ◽  
Author(s):  
CLAUDIA FORTES FERREIRA ◽  
ALUÍZIO BORÉM ◽  
GERALDO ASSIS DE CARVALHO ◽  
SILVIA NIETSCHE ◽  
TRAZILBO JOSÉ DE PAULA JÚNIOR ◽  
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O fungo Phaeoisariopsis griseola é o agente causador da mancha-angular do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.), doença que se vem destacando no Estado de Minas Gerais. Com o intuito de identificar marcadores ligados ao gene de resistência à mancha-angular (raça 63.39 de P. griseola), executou-se, previamente, o estudo da herança da resistência. Avaliaram-se, quanto à segregação, as populações derivadas dos cruzamentos entre Rudá (progenitor suscetível - origem mesoamericana) e MAR-2 (progenitor resistente - origem mesoamericana). Foi obtida a segregação de 3:1 (plantas resistentes:suscetíveis) na geração F2; 1:1, no retrocruzamento com Rudá, e 1:0, no retrocruzamento com MAR-2. Os resultados sugeriram a existência de um alelo dominante governando a resistência. Posteriormente, foram construídos bulks (grupos) de DNA, de indivíduos F2 resistentes e suscetíveis à raça 63.39 (origem mesoamericana) do patógeno. Esses grupos foram amplificados com 400 iniciadores. Tal amplificação com o iniciador OPE-04 gerou um fragmento de, aproximadamente, 500 pb, o qual co-segregou com o gene de resistência. Na análise de co-segregação, verificou-se que esse marcador está ligado ao gene de resistência à raça 63.39 de P. griseola, a uma distância de 5,8 cM.


1999 ◽  
Vol 34 (8) ◽  
pp. 1373-1378 ◽  
Author(s):  
Fabrício de Ávila RODRIGUES ◽  
Jonas Jäger Fernandes ◽  
Maurício Martins

A mancha-angular (Phaeoisariopsis griseola) e a ferrugem (Uromyces appendiculatus) são algumas das mais prejudiciais doenças do feijoeiro na região do Triângulo Mineiro, Minas Gerais. O objetivo deste estudo foi determinar a influência das semeaduras sucessivas na severidade da mancha-angular e da ferrugem, bem como as perdas na produção em decorrência dessas doenças. Os experimentos foram conduzidos em condições de campo, nas safras outono-inverno (1994) e das águas (1994/95), cada uma com três semeaduras sucessivas de feijão. A severidade da mancha-angular e da ferrugem aumentou significativamente da primeira para a terceira semeadura, atingindo nível mais elevado na última. As semeaduras anteriores foram a fonte de inóculo para os cultivos subseqüentes. Aplicações de fungicida foram eficientes no controle das doenças, permitindo um aumento significativo da produção de grãos, quando comparado com o controle. A mancha-angular apresentou maior incidência no outono-inverno e nas águas, e a ferrugem, apenas no outono-inverno. Nessas safras as condições climáticas (temperatura e umidade relativa) favoreceram a evolução das doenças, resultando num aumento da severidade. Houve uma correlação negativa e altamente significativa entre a severidade da mancha-angular e da ferrugem com a produção de grãos nas duas safras.


2005 ◽  
Vol 30 (2) ◽  
pp. 143-149 ◽  
Author(s):  
Thiago Lívio P. O. de Souza ◽  
Ana Lília Alzate-Marin ◽  
Maurilio A. Moreira ◽  
Everaldo G. de Barros

A ferrugem do feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris), incitada pelo fungo Uromyces appendiculatus, é uma das mais importantes doenças que afetam essa cultura. Trabalhos anteriores demonstraram a ampla variabilidade patogênica de U. appendiculatus no Brasil. No entanto, o uso de distintos grupos de cultivares diferenciadoras em tais trabalhos dificulta a análise comparativa e a identificação de fontes de resistência de amplo espectro. Assim, os objetivos deste trabalho foram: 1) caracterizar sete isolados de U. appendiculatus, coletados em diferentes regiões do estado de Minas Gerais, frente às 19 cultivares diferenciadoras para ferrugem, adotadas no "The Bean Rust Workshop", realizado em 1983, em Porto Rico, e 2) comparar os padrões de resistência/suscetibilidade obtidos, com aqueles apresentados frente a patótipos isolados nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás, visando identificar fontes de resistência de amplo espectro. Os sete isolados coletados em Minas Gerais foram classificados com sete patótipos distintos. As cultivares diferenciadoras com os maiores espectros de resistência foram 'Redlands Pioneer', 'California Small White 643', 'Brown Beauty', 'AxS 37' e 'Compuesto Negro Chimaltenango'. Portanto, apesar da exclusão das cultivares California Small White 643, AxS 37 e Brown Beauty da nova série diferenciadora internacional proposta em 2002, na África do Sul, recomenda-se adicionar estas cultivares nas futuras caracterizações de patótipos a serem realizadas no Brasil, como um modo de monitorar a variabilidade patogênica de populações de U. appendiculatus nas regiões produtoras.


Plant Disease ◽  
1999 ◽  
Vol 83 (2) ◽  
pp. 108-113 ◽  
Author(s):  
Craig M. Sandlin ◽  
James R. Steadman ◽  
Carlos M. Araya ◽  
Dermot P. Coyne

Five isolates of the bean rust fungus Uromyces appendiculatus were shown to be specifically virulent on bean genotypes of Andean origin. This specificity was demonstrated by the virulence of five pairs of isolates on a differential set of 30 Phaseolus vulgaris landraces. Each isolate pair was from a different country in the Americas and consisted of one Andean-specific isolate and one nonspecific isolate. Of the differential P. vulgaris landraces, 15 were of Middle American origin and 15 were of Andean origin. The Andean-specific rust isolates were highly virulent on Andean landraces but not on landraces of Middle American origin. Rust isolates with virulence to Middle American landraces were also generally virulent on Andean material; no truly Middle American-specific isolates were found. Random amplified polymorphic DNA (RAPD) analysis of the rust isolates also distinguished the two groups. Four of the Andean-specific rust isolates formed a distinct group compared to four of the nonspecific isolates. Two of the isolates, one from each of the two virulence groups, had intermediate RAPD banding patterns, suggesting that plasmagomy but not karyogamy occurred between isolates of the two groups.


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