scholarly journals AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO EM TEMPOS SOMBRIOS A BOMBA, O MENDIGO, O CÃO E A PEC 241

Author(s):  
Carlos Roberto De Carvalho ◽  
Flávia Miller Naethe Motta
Keyword(s):  

Nos tempos sombrios em que nos encontramos, buscamos em enunciados jornalísticos reiterar as palavras de Albert Camus (1913-1960): “a vida como está não nos parece satisfatória, os homens morrem e não são felizes”. As palavras do dramaturgo e poeta alemão Bertolt Brecht (1898-1956), por certo corroboram, expressam desagrado: “Eu vivo um tempo sombrio”. Dois autores que trouxemos em nosso socorro para iluminar com seus escritos poéticos, críticos e filosóficos nossas reflexões sobre as sombras que pairam sobre nosso tempo: a fome, os refugiados, as guerras, a infância, a juventude, a velhice e a crise na educação. Essa última, fruto do avanço de uma política de extrema direita que “vem cortando direitos dos trabalhadores e abandonando a luta contra a mudança climática, que é precisamente aquilo que pode acabar com todos nós” (CHOMSKY). Tempo de absoluta depuração (DRUMMOND). Sombras cujas imagens sintetizamos em quatro existências, a nosso ver medonhas, apocalípticas: a bomba, o mendigo, o cão e a PEC 241.  Quatro sintomas que nos mostraram que as condições que geraram Auschwitz persistem ainda hoje em todas as nações e países; portanto, enquanto persistirem essas condições, Auschwitz é uma ameaça que a educação não pode ignorar.  Nossa preocupação é pensar a educação contemporânea a partir desse contexto de barbárie e de banalização da vida em geral. Partimos da seguinte premissa: a de não poder pensar a avaliação da educação, que é um discurso sobre o mundo, sem pensar no contexto verbal onde ela se realiza. Daí voltarmos nossa atenção para os textos jornalísticos, pois são eles que cotidianamente influenciam nossa visão de mundo e consequentemente interferem em nossas avaliações. A nosso ver, o que precisa ser avaliado e a “Educação Após Auschwitz” (ADORNO) ou após qualquer outra tragédia na sua evidência contemporânea. Em todos os casos, ver as sombras que nos assombram nestes tempos sombrios a que se referiram Brecht, Camus, Bandeira, Drummond, Agamben, Chomsky, Arendt, Niemoller,  Exupéry, Bhabha, Volóchinov e Adorno.

Author(s):  
Reinhold Grimm
Keyword(s):  

2014 ◽  
Vol 37 (4) ◽  
pp. 219-234
Author(s):  
Carsten Jakobi

Im Rahmen seines großangelegten Tui-Projektes, des geplanten satirischen Romans über den Intellektuellen in der bürgerlichen Gesellschaft, formulierte Bertolt Brecht in den ersten Jahren der nationalsozialistischen Herrschaft – spätestens 1935 – einen skizzenhaften Abriss der Geschichte der Weimarer Republik. Wie fast das gesamte vorliegende Textmaterial des nicht ausgeführten Romanprojekts hat die Skizze fragmentarischen Entwurfscharakter, aber trotz ihrer provisorischen Form ist sie in der politischen Sache, die sie vertritt, höchst entschieden und urteilsgewiss. Am Ende des nur knapp halbseitigen Geschichtsüberblicks heißt es lapidar: ,,Die Industrie ist eine imperialistische, da Profit erzeugende, auf Militarismus angewiesene. Die unerhörte Rationalisierung wirft das Proletariat auf die Straße. Von wo es die Militärs in die Kasernen – und in die Fabriken hereinholen. Der zweite Weltkrieg steht bevor.“1 Der rhetorisch inszenierte Nachweis eines notwendigen Zusammenhanges zwischen der kapitalistischen Ökonomie, dem Ende der bürgerlichen Demokratie, dem Aufstieg des Faschismus und der Entfesselung des hier auch bereits terminologisch korrekt antizipierten Zweiten Weltkriegs ist typisch für Brechts Überzeugung, dass der Kapitalismus im Allgemeinen und der NS-Faschismus im Besonderen unausweichlich auf einen Weltkrieg zusteuerten. In dieser politischen Prognostik reaktualisiert sich die Kriegsthematik, die in Brechts gesamtem literarischen Werk geradezu eine Konstante darstellt: von seinem ersten Drama Die Bibel aus dem Jahr 1913 über die nationalistischen Kriegsgedichte des Sechzehnjährigen zu Beginn des Ersten Weltkriegs, die berühmte Legende vom toten Soldaten von 1918 bis hin zu seiner letzten Buchpublikation, der Kriegsfibel von 1955. Wie ein kurzer Überblick über die genannten Werke zeigt, ist Brechts Auffassung des Krieges alles andere als konstant, aber stets durch das Selbstbewusstsein gekennzeichnet, gültige Urteile über den Krieg zu formulieren, und dieses Selbstbewusstsein nimmt dabei mitunter, wie das Zitat aus dem Tuiroman zeigt, die Form einer zukunftsgewissen Prognose an – eine Prognostik, die sich Brecht nach 1945 auch selbst als Verdienst attestierte, oft zu Recht, wenn man an das Kapitel Deutsche Kriegsfibel der Svendborger Gedichte denkt2, zum Teil auch fälschlich, indem er etwa von seiner Mutter Courage behauptete: ,,Das Stück ist 1938 geschrieben, als der Stückeschreiber einen großen Krieg voraussah […]“3 – obwohl der Arbeitsbeginn an dem Stück tatsächlich erst vier Wochen nach dem Ausbruch des Zweiten Weltkriegs lag.4


2013 ◽  
Vol 87 (2) ◽  
pp. 33-45
Author(s):  
Laura Klein
Keyword(s):  

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